Acertar no pernilongo #Ibovespa


O assunto de hoje tem mais a ver com o longo prazo (longo mesmo), pelo menos no meu horizonte. A mais recente projeção feita pela OECD aponta para 2060 uma elevação significativa de idosos, e nesse caso específico é bem provável que a frase de Keynes - no longo prazo estaremos todos mortos - se aplique a mim — em relação ao Mosca é 100%.

Sem me tornar um site de autoajuda, queria compartilhar alguns pensamentos e sensações que ocorrem à medida que ficamos mais velhos. Percebo que tento imaginar como eu vou estar daqui a 10 anos: vou continuar a andar de bike? O Mosca vai existir? E coisas assim.

Minha cabeça tem um grande viés matemático — matéria com a qual me identifico. Sendo assim, é intuitivo que meu inconsciente leve em consideração o Time Decay — termo usado no mercado de opções. A figura abaixo explica esse conceito.

 


Estatisticamente, a cada dia que passa, e pela minha idade, a probabilidade de eu estar chegando ao Time Expiration se eleva. Mas também tenho muita vontade de viver e continuar evoluindo, então vamos deixar esse assunto para lá!

O post de Katie Jones na Visual Capitalist traz os últimos dados sobre a demografia que se encontram a seguir.

As Implicações de uma população envelhecida

O mundo está vivendo um deslocamento sísmico na demografia — e nenhum país está imune às consequências.

Embora o aumento da expectativa de vida e a diminuição das taxas de natalidade sejam considerados grandes conquistas na ciência moderna e na saúde, eles terão um impacto significativo nas gerações futuras.

O gráfico de hoje conta com dados da OCDE para demonstrar como a relação entre a velhice e a idade de trabalho mudará até 2060, destacando alguns dos países de envelhecimento mais rápidos do mundo.

O Desastre Demográfico

Até 2050, haverá 10 bilhões de pessoas na Terra, em comparação com 7,7 bilhões hoje — e muitas delas viverão mais. Como resultado, o número de idosos por 100 pessoas em idade de trabalho quase triplicará — de 20 em 1980 para 58 em 2060 (destaque meu).

As populações estão envelhecendo em todos os países da OCDE, mas há diferenças claras no ritmo do envelhecimento. Por exemplo, o Japão detém o título de ter a população mais velha, com 1/3 de seus cidadãos já com mais de 65 anos. Até 2030, a força de trabalho do país deverá cair 8 milhões — levando a uma grande escassez potencial de mão-de-obra.

Em outro exemplo, enquanto a Coreia do Sul atualmente possui uma população mais jovem do que a média, envelhecerá rapidamente e acabará com a maior proporção de idosos para jovens entre os países desenvolvidos.

Uma força de trabalho em declínio

Globalmente, a população em idade de trabalhar verá uma redução de 10% até 2060. Cairá mais drasticamente em 35% ou mais na Grécia, Japão, Coreia, Letônia, Lituânia e Polônia. Na outra ponta da escala, aumentará mais de 20% na Austrália, México e Israel.

 


O aumento notavelmente maior de 67% de Israel deve-se à alta taxa de fertilidade do país, que é comparável aos números de "baby boom" vistos nos EUA após a Segunda Guerra Mundial.

À medida que os países se preparam para as próximas décadas, a escassez de mão-de-obra é apenas um dos impactos do envelhecimento populacional que já está sendo sentido.

Gerenciamento dos Riscos

Há muitos outros riscos sociais e econômicos que podemos esperar à medida que a população global continua envelhecendo:

  • O Meio Espremido: Com mais pessoas reivindicando benefícios previdenciários, mas menos pessoas pagando imposto de renda, a força de trabalho em declínio pode ser forçada a pagar impostos mais altos.
  • Aumento dos custos de saúde: Vidas mais longas não significam necessariamente uma vida mais saudável, com aqueles com mais de 65 anos mais propensos a ter pelo menos uma doença crônica e necessitar de cuidados caros e de longo prazo.
  • Desaceleração econômica: A mudança da força de trabalho pode levar o capital a fluir de países em rápido envelhecimento para países mais jovens, mudando a distribuição global do poder econômico.

A tensão nos sistemas de pensão é talvez o sinal mais evidente de uma população em drástico envelhecimento. Embora a idade média de aposentadoria esteja aumentando gradualmente em muitos países, as pessoas estão economizando insuficientemente para o aumento do tempo de vida — resultando em um déficit estimado em US$ 400 trilhões até 2050.

Pensões sob pressão

A aposentadoria é uma promessa, mas não necessariamente garantida. Qualquer mudança feita nos programas governamentais existentes pode alterar totalmente a vida dos futuros aposentados — mas reformas efetivas da previdência para diminuir o déficit crescente são urgentemente necessárias.

Rumo a um sistema melhor

Certos países estão fazendo grandes avanços em direção a sistemas de pensão mais sustentáveis, e o Índice Global de Pensão sugere iniciativas que os governos podem levar em consideração, tais como:

  1. Continuar a aumentar a idade de aposentadoria
  2. Aumentar o nível de poupança — dentro e fora dos fundos de pensão
  3. Aumentar a cobertura das aposentadorias privadas em toda a força de trabalho, incluindo trabalhadores autônomos e contratados, para proporcionar uma melhor integração entre vários pilares
  4. Preservar os fundos de aposentadoria limitando o acesso aos benefícios antes da idade de aposentadoria
  5. Aumentar a segurança e confiança de todas as partes interessadas, melhorando a transparência dos planos de previdência

Embora 59% dos funcionários estejam esperando continuar ganhando bem em seus anos de aposentadoria, pode ser crucial para um crescimento econômico contínuo fornecer às pessoas melhores incentivos e opções para facilitar o trabalho em uma idade mais avançada.

Vida Longa e Próspera

Com 2020 marcando o início da Década do Envelhecimento Saudável, o mundo está, sem dúvida, entrando em um período crucial.

Países de todo o mundo enfrentam uma tremenda pressão para gerenciar efetivamente suas populações envelhecidas, mas a preparação precoce para essa mudança demográfica contribuirá para o avanço econômico dos países e permitirá que as populações, jovens e velhos, vivam muito e prosperem.

A situação brasileira é privilegiada atualmente, mas vai se deteriorar significativamente no tempo (veja no primeiro gráfico), onde 50 de 100 pessoas terão idade superior a 65 anos, um problema enorme para a Previdência que já não está bem das pernas.

Observando os resultados dessas projeções, parece que o mundo terá um problema muito grande no futuro, com menos gente trabalhando e mais pessoas aposentadas, como poderão as economias crescer?

Eu aprendi na vida que quando alguma coisa é ruim para todo mundo ela não acontece, pois mudanças ocorrem. Vejam a capacidade de adaptação que a pandemia originou, o espírito de sobrevivência prevalece.

O que o Mosca sugere que possa acontecer? O primeiro pensamento que me vem à cabeça é a diminuição do número de trabalhadores que a tecnologia está causando — no futuro serão necessárias menos pessoas para cada R$ 1,00 de faturamento, uma característica que vem na direção correta; a segunda é que a aposentadoria deveria provavelmente ser empurrada mais para frente, e hoje em dia muitas pessoas acima de 65 anos continuam aptas a trabalhar. Ainda nesse ponto, o desenvolvimento na área de saúde tem alongado a expectativa de vida.

Esse assunto visto de hoje é wishful thinking , meu concorrente no futuro vai poder verificar se as ideias acima estarão corretas. Já tenho até um nome: Acertar no Pernilongo. Concretamente mais fácil! Hahaha ...

No post mandando-no-mercado, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” Nessa última semana, observando-se numa janela menor, se nota uma correção bastante rasa, embora não pareça que tenha terminado... “

 


Na última semana, uma das ondas que eu tinha projetado ficou menor. Isso ocasionou uma precificação dos objetivos à frente que são observados no gráfico a seguir. Para simplificar sua visualização, tracei com fechas em laranja o que espero. Na sequência, depois de terminar a correção em andamento a bolsa deveria caminhar para o nível de 134 mil/136mil, em seguida uma retração a 128 mil, para seguir rumo a 145 mil/150 mil.

 


Após esse percurso, que deveria durar até setembro/outubro deste ano, uma correção maior deve prevalecer, sem contundo eliminar o movimento de alta de mais longo prazo. Prefiro não fornecer esses parâmetros agora, pois dependem do que ocorrer antes.

Estou alterando o Stop Gain na posição de dólar para R$ 5,15 tendo em vista o andamento das cotações agora abaixo de R$ 5,00.

Recebi uma ilustração que chamou minha atenção. A seguir, a indicação de como os investidores enxergam a bolsa americana. Com os índices nas máximas históricas o indicador está no campo Fear? Muito estranho, por esse dado sou levado a concluir que muita gente está ainda fora da bolsa. A conferir



O SP500 fechou a 4.266, com alta de 0,58%; o USDBRL a R$ 4,9137, com queda de 1,07%; o EURUSD a 1,1930, sem variação; e o ouro a U$ 1.775, sem variação.

Fique ligado!

Comentários

  1. Espero que vc viva bastante e bem. Se não viver, pessoas mais novas como eu carregarão parte das ideias aqui aprendidas!

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