Dica do "entendido" #nasdaq100
O lítio
pode ter várias utilidades muito distintas. Vou começar pela menos importante
para nós do mercado (a não ser que se tenha algum dos distúrbios descritos a
seguir): é usado para tratar e prevenir episódios de mania (humor frenético
e anormalmente animado) em pessoas com transtorno bipolar (transtorno
maníaco-depressivo, uma doença que causa episódios de depressão, episódios de
mania e outros estados de humor anormais). O lítio está em uma classe de
medicamentos chamados agentes antomaníacos.
Mas além dessa utilidade, o íon de lítio é usado na
maioria dos veículos híbridos e totalmente elétricos, a nova onda mundial de
preservação da natureza.
Ao se inteirar do assunto, um investidor menos avisado
vai direto ao mercado e compra ativos relacionados à evolução dos preços dessa
commodity — afinal, a demanda deverá explodir nos próximos anos. Essa é uma
atitude que ocorre com todos nós, impulsionados pela era de superficialidade que
vivemos, onde se sabe pouco de muita coisa.
Para quem já estava pegando o telefone para dar a ordem,
veja como evoluiu o preço do lítio nos últimos 30 anos.
E aí, continua animado?
O preço das células de bateria de íon-lítio diminuiu 97%
nas últimas três décadas. Uma bateria com capacidade de um quilowatt-hora que
custava US$ 7.500 em 1991, custava apenas US$ 181 em 2018. Isso é 41 vezes
menos. O que é promissor é que os preços ainda estão caindo acentuadamente: o
custo caiu pela metade entre 2014 e 2018. Uma redução pela metade em apenas quatro anos.
Vemos esse declínio no gráfico, que mostra a tendência de preço médio das
células de íon-lítio de 1991 a 2018.
Colocando essa queda de preço em perspectiva:
O popular carro elétrico Nissan Leaf - que também é um
dos modelos mais baratos - tem uma bateria de 40 kWh. Em nosso preço de 2018, a
bateria custa cerca de US$ 7.300. Imagine tentar comprar o mesmo modelo em
1991: a bateria sozinha custaria US$ 300.000.
Ou pegue o Tesla Model S 75D, que tem uma bateria de 75
kWh. Em 2018, a bateria custava cerca de US$ 13.600; em 1991, teria sido US$
564.000. Mais de meio milhão de dólares por uma bateria de carro.
O articulista Barry Ritholtz comentou em seu blog sua
visão sobre a evolução de preços.
Minha perspectiva sobre a inflação foi bem definida: o custo geral de vida tem
tido tendência de queda nas últimas três décadas, mesmo com o aumento dos
padrões globais de vida. As maiores exceções nos EUA são a saúde e a educação.
Considere
por um momento o futuro da energia à medida que passamos de fontes baseadas em
carbono para as renováveis, como hidrogênio, solar, eólica e qualquer outra
coisa que possa vir em seguida. Um enorme desafio para a mudança iminente será
o armazenamento e transmissão dessa energia. A
chave para a transmissão são as linhas supereficientes: Atualmente usamos
cobre, mas imaginamos que não muito longe no futuro, um material supercondutor
avançado reduzirá drasticamente a perda de atrito e calor. A Física(!) disso é
fascinante, mas não chegou ao ponto de ser amplamente comercializada — ainda.
A
outra metade desta equação é o
armazenamento. Costumava
ser complexo e caro; a complexidade permanece, mas a equação de custos mudou
radicalmente. Hoje, as baterias de íons de lítio custam 97% menos do que há 3
décadas. E elas são muito mais eficientes do que antes.
A
ciência dos materiais e o software estão progredindo tão rápido que, às vezes,
a economia mais ampla não percebe. Se você procurar esse tipo de curva de custo
de eficiência, você pode vê-la em quase todos os lugares. Em tantos setores, o
tema dominante é mais barato-melhor-mais rápido-menor. O
quadro geral visto de cima
é a queda dos preços, o aumento da qualidade e o aumento da disponibilidade.
Escassez eventual, baixo estoque e picos de preços ano a ano são invisíveis
desta altura, ou se o seu horizonte de tempo é maior do que os próximos 3
minutos.
Daí
por que acredito que “Vivemos em uma era de deflação, pontuada por espasmos
ocasionais da inflação. Isso sugere que os temores de inflação provavelmente serão
mais exagerados, mesmo com baixas taxas monetárias e alto estímulo
fiscal.".
À
luz disso, não acredito que veremos altos níveis de aumentos de preços
perniciosos e sustentados diante dessa tendência macro dominante.
Infelizmente
a visão de Ritholtz, embora eu esteja na mesma página, não será suficiente para
que o Fed deixe de subir os juros caso a alta de preços se mostre mais
definitiva, pois esse movimento tecnológico é estrutural enquanto a inflação
observada recentemente é cíclica.
Prometo que vou ficar um tempo sem falar sobre inflação, o assunto já está enxugando gelo como diz Luis Paulo Rosenberg, não teremos a resposta no curto prazo. Mas, vou incluir um último gráfico ilustrativo de como os itens de inflação estão se comportando. Nem tudo está subindo.
Vocês não levaram a sério meu compromisso, né? Hahaha ...
No
post loteria-vacinal, fiz os seguintes comentários sobre o nasdaq100: ...” A hipótese a seguir tem uma variante que não afeta o
resultado final, nesse caso, o índice poderia estar terminado a formação de um
triangulo conforme anotado em amarelo na figura abaixo” ...
Passadas duas semanas ainda não está claro o que vai acontecer nas bolsas no curtíssimo prazo, embora no caso do nasdaq100, está muito próximo de abandonarmos a ideia do triangulo acima, iniciando o movimento de alta esperado.
-
David, porque não deixa de enrolar e compra logo!
Resposta
nua e crua, disciplina! Minha ideia é aguardar o rompimento e, na retração que
se sucede, entrar. As bolsas estão mostrando um certo cansaço que combina com o
final de um movimento de alta. Isso estaria de acordo com minha ideia de que
uma correção mais chata se avizinha. Mas parece haver ainda um gazinho à
frente.
O SP500 fechou a 4.247, com alta de 0,19%; o USDBRL a R$ 5,1181, com alta de 1,23%; o EURUSD a € 1,2110, com queda de 0,52%; o ouro a U$ 1.875, com queda de 1,17%.
Fique
ligado!
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