Mandando no mercado #ibovespa
As
vezes fico perplexo ao ver como a China administra a segunda maior economia do
mundo. A matéria inflação — xiiiii, de novo o assunto — extrapola o mercado
americano, ameaçando a China também (talvez o único local onde ainda não esteja
tendo tanta repercussão é a Europa, mas essa é uma outra história).
Em
2019, quando o petróleo chegou apresentar uma cotação negativa em preço, a
China comprou que nem louca acumulando reservas. Na pandemia, quando o mundo
achou que ninguém iria mais sair de casa, dobrou sua aposta.
Mas
não foi só na área de óleos que a China se posicionou. Nesses momentos mais
delicados que passamos, comprou commodities de maneira geral — afinal, como
apontei anteriormente, representando mais da metade do consumo mundial, ficar
sem matéria prima é algo impensável.
Os
preços de todas as commodities subiram de forma expressiva depois da abertura
das principais economias e agora ameaçam a recuperação que acontece na China
pela alta da inflação. Com esse cenário, esse país adotou uma política nada
ortodoxa para enfrentar problema, como reporta a Bloomberg.
A
China intensificou sua campanha para controlar os preços das commodities e
reduzir a especulação em uma tentativa de aliviar a ameaça à sua recuperação pós-pandemia
pelo aumento dos custos das matérias-primas.
As
empresas estatais foram ordenadas a controlar os riscos e limitar sua exposição
aos mercados de commodities no exterior pela Comissão de Supervisão e
Administração de Ativos estatais (Sasac), de acordo com pessoas a par do
assunto. As empresas foram solicitadas a informar suas posições futuras para revisão
da Sasac, disseram essas pessoas, que pediram para não serem identificadas
porque as informações são confidenciais.
Em
um segundo desenvolvimento, a Administração Nacional de Alimentos e Reservas
Estratégicas em breve publicará estoques
estaduais de metais, incluindo cobre, alumínio e zinco, disse à agência, em um
comunicado na quarta-feira. Os metais serão vendidos em lotes para fabricantes,
sem revelar os volumes a serem liberados.
A maioria dos preços dos metais em Londres e Xangai caiu, assim como o contrato de minério de ferro da Bolsa de Singapura. Ações de empresas de metais na China e Hong Kong declinaram, enquanto o subíndice de metais e mineração da Austrália registrou sua maior perda em quase um mês. As ações de mineração e siderurgia caíram na Europa, com Rio Tinto Plc, BHP Group e ArcelorMittal SA perdendo pelo menos 0,8%.
"Não
vemos o país liberar reservas estatais há anos", disse Jia Zheng, trader
de commodities da Shanghai Dongwu Jiuying Investment Management Co. "Isso
aumentará a oferta de curto prazo, enviando um sinal de baixa para o
mercado".
Riscos
Especulativos
O
escrutínio sobre as posições de commodities no exterior, entretanto, visa
"conter a especulação excessiva, uma vez que os preços estão
superaquecidos e podem trazer riscos para as empresas estatais", disse
Jia.
A
alta nos preços das commodities aumentou as preocupações na China de que as
fábricas eventualmente precisarão repassar custos mais altos aos consumidores,
prejudicando a economia. O papel dos especuladores tem atraído um escrutínio
particular das autoridades.
Embora
a China tenha acelerado seus esforços para conter as pressões inflacionárias,
os movimentos tiveram resultados mistos. O primeiro-ministro chinês Li Keqiang
intensificou sua retórica em 12 de maio,
instando o país a lidar com a elevação dos preços. O minério de ferro caiu na
última parte de maio após seus comentários, embora tenha se recuperado desde
então, e os preços dos metais básicos permanecem muito mais altos do que no ano
passado, apesar de um recuo recente.
A
Goldman Sachs Group Inc. disse no mês passado que os esforços do país
provavelmente serão em vão, já que a China
não é mais o comprador ditando preços, e a queda das cotações é uma clara oportunidade
de compra.
A
China não publica informações sobre os volumes que detém em suas reservas
estatais, mas o governo está discretamente estocando commodities como uma forma
de isolar de futuros aumentos de preços. O material pode ser liberado em
emergências, como em casos anteriores a venda de carne suína foi feita para
esfriar as preocupações com a inflação devido à escassez da carne básica.
Este
seria a primeira liberação de cobre dos estoques
estatais da China anunciada publicamente desde 2005, quando Pequim procurou
amortecer os preços locais após apostas erradas de um trader do governo.
Reservas de alumínio e zinco também
foram vendidas em 2010. A falta de detalhes sobre os volumes definidos para
serem lançados desta vez significa que é incerta a eficácia desse movimento para
controlar os preços.
Ordem
Sasac
Também
não está claro o que poderia ter desencadeado a última ordem da Sasac sobre
posições no exterior. O regulador não descartou outras medidas, incluindo aquelas
que visam empresas específicas sob seu controle, disseram essas pessoas.
O
governo já havia pedido às empresas nacionais, incluindo siderúrgicas, traders
de commodities e corretoras, para reduzir a aposta altista nos mercados
futuros locais para matérias-primas altamente voláteis, como minério de ferro e
carvão.
A
expansão da supervisão sugere que Pequim está agora buscando exercer uma medida
de controle sobre os benchmarks internacionais que influenciam os preços das
commodities na China, bem como dissuadir a especulação de forma mais geral
entre as empresas estatais.
A
ação da China poderá ser bem-sucedida se o volume de apostas feitas pelos
investidores for muito elevado quando comparadas ao consumo dos metais. Outro
fator que poderia aliviar seria a redução do nível de consumo, o que poderá
ocorrer quando a poupança acumulada durante os estímulos decrescer a patamares
mais normais.
Num
prazo mais longo, fica aberta a questão do crescimento das economias, da política
monetária dos bancos centrais e do nível de emprego.
Essa
atuação da China é bem-vinda pelo Fed em sua intenção de fazer crível sua ideia de
inflação temporária. O único país a tomar esse medida foi a China, que tem um modelo
econômico liberal somente quando interessa, pois, caso contrário é estatizante.
O
Fed fez o anúncio hoje à tarde das sus decisões de Política Monetária. De uma
maneira simplificada as principais mudanças se referem a antecipação da alta de
juros para o início de 2023 - conclusão essa que pode ser inferida com a
análise dos dots publicados. Essa decisão implicou na alta moderada dos juros
de 10 anos bem como uma queda nas bolsas. Maiores comentários amanhã.
No
post sem-destino, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “O primeiro objetivo a ser atingindo seria ao redor de
145 mil, na sequência, uma correção de algumas semanas pode infringir uma
retração de10%. Em seguida, um novo movimento de alta ganharia pulso levando a
bolsa para o patamar de 170 mil, uma alta de 30% sobre o nível atual” ...
A bolsa brasileira parece andar desconectada das outras bolsas internacionais. Quando o SP500 estava num movimento de alta o Ibovespa estava “enxugando gelo” ou quase isso, e agora que as internacionais entram num terreno mais incerto, a nossa vai indo muito bem.
Nessa
última semana, observando-se numa janela menor, se nota uma correção bastante
rasa, embora não parece que tenha terminado.
Essa
observação pode ser notada no gráfico atualizado a seguir, pois não aparenta
grande diferença em relação ao da semana passada. Melhor assim!
O SP500 fechou a 4.223, com queda de 0,54%; o USDBRL a R$ 5,0570, com alta de 0,25%; o EURUSD a € 1,2010, com queda de 0,94%; e o ouro a U$ 1.829, com queda de 1,55%.
Fique
ligado!
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