A volta as cavernas #Ibovespa
Acredito que a pandemia consolidou algumas atitudes que
estavam em andamento. A comunicação através do Zoom abriu a porta para uma nova
forma de interagir entre as pessoas. Notem como seu telefone toca pouco hoje em
dia – e quando toca, a maioria das vezes é SPAM! Mesmo nós mais velhos aderimos
ao WhatsApp para “falar” com as pessoas. Sem dúvida é mais eficiente pois
permite que a outra pessoa responda quando está disponível, mas traz outras
desvantagens, que posso resumir no isolamento.
Eu nunca tive muito problema para me comunicar em público
por ter ministrado aulas na universidade por alguns anos no início da minha
carreira e participado em vários seminários de trabalho. Mas quando saí do
Banco Francês e fui trabalhar na Planibanc, perdi parte desse traquejo. Quando
retornei ao Banco Francês mais tarde, certo dia fui fazer uma apresentação e
foi horrível. Resolvi fazer um curso.
Mas o que dizer dos jovens principalmente da geração Z que não
passaram pelo mesmo processo que passei? Conor Sen comenta sobre esse assunto
na Bloomberg.
Dezenas de milhões de trabalhadores tiveram que se ajustar
ao trabalho remoto no início da pandemia e, depois de dois anos, continuamos a
debater o equilíbrio certo entre trabalho presencial e virtual. Os
trabalhadores e seus empregadores ainda estão experimentando para ver o que
funciona melhor, aproveitando ao máximo um ambiente onde provavelmente não
estaremos fisicamente presentes com tantos de nossos colegas quanto estávamos
no passado.
Isso levanta a questão de como os adolescentes que planejam
carreiras em negócios, finanças, tecnologia e mídia devem se preparar para seu
próprio futuro no local de trabalho, quando nunca terão a experiência anterior
a 2020, quando a maioria das pessoas vinha ao escritório a maior parte do tempo.
E embora um mercado de trabalho apertado possa tornar mais fácil do que nunca
conseguir um emprego sem ir para a faculdade, para setores em que quem você
conhece e a força de sua rede são um ativo fundamental, vamos descobrir que ir
para a faculdade tem ainda mais valor do que antes da pandemia.
Essa é a conclusão de uma nova pesquisa publicada na Nature
mostrando onde pessoas de diferentes faixas de renda fazem amigos. As pessoas
de baixa renda tendem a fazer a maioria de seus amigos em seus bairros, enquanto
as de alta renda tendem a fazer a maioria de seus amigos na faculdade.
Futuros médicos e advogados não precisam ser convencidos
sobre os méritos de ir para a faculdade - eles fazem vários anos de
pós-graduação além da graduação. Mas para outras profissões bem remuneradas
existe a esperança de que pulando a faculdade e entrando direto no local de
trabalho, pode-se subir na hierarquia ao longo do tempo por meio de redes no
escritório e demonstrando sua capacidade para chefes e gerentes.
Esse caminho já era difícil, mas tornou-se ainda mais
incerto à medida que as indústrias de colarinho branco se ajustam a um novo
normal de trabalho híbrido e remoto. Talvez pessoas de 20 e poucos anos estejam
ansiosas para aparecer nos escritórios todos os dias para fazer networking e
ganhar habilidades, mas se os funcionários mais velhos e mais altos trabalharem
em casa parte do tempo, esses jovens não terão acesso à mesma quantidade de
construção de relacionamentos dos trabalhadores que atingiram a maioridade
antes de 2020.
Se construir uma rede e fazer amigos no trabalho vai se
tornar mais difícil no futuro, então aumenta o valor relativo de lugares que
demonstraram eficácia em fazer exatamente isso – como a faculdade.
Isso também indica que alguns alunos devem pensar de forma
diferente sobre suas prioridades ao escolher uma faculdade. Fui para o Harvey
Mudd College em Claremont, Califórnia. Fui atraído por sua reputação em
engenharia e ciência da computação, pelo pequeno campus e corpo docente (minha
turma de formandos tinha cerca de 150 alunos) e uma reputação acadêmica que
estava no mesmo nível do MIT e do Caltech.
O que eu não pensei muito na época foi como o outro lado de
um corpo estudantil pequeno significa uma rede de ex-alunos muito pequena. E
enquanto o MIT e o Caltech são bem conhecidos nacionalmente, Harvey Mudd não é
bem conhecido fora das áreas de tecnologia ou além da Califórnia. À medida que
minha carreira migrou da Califórnia e da indústria de tecnologia para, com o
tempo, Atlanta e as indústrias financeira e de mídia, não consegui aproveitar
meu tempo na Mudd da maneira que poderia ter aproveitado em uma escola
diferente com maior corpo discente e rede de ex-alunos.
Isso não quer dizer que as pessoas não devem ir para
faculdades menores. É apenas que a maximização da rede em relação ao
desenvolvimento de habilidades tem mais valor agora do que há três anos.
Como sou otimista, espero que possamos resolver os problemas
do trabalho remoto ao longo do tempo e que as pessoas ainda possam construir
redes e fazer amigos no trabalho. Mas também penso em minha própria carreira e
duvido que teria algumas das conexões que tenho se o local de trabalho fosse
significativamente remoto ou até híbrido quando eu tinha 20 anos. Portanto, faz
sentido que os jovens que pensam em seu futuro invistam mais tempo em suas
redes no ensino médio e na faculdade, porque não está claro como será o local
de trabalho quando estiverem construindo suas próprias carreiras.
Este articulista sugere uma alternativa para criar uma rede
de relacionamento através da Universidade, porém, seria isso suficiente para
preencher essa lacuna? Pela minha experiência, não acredito — basta ver como a
rede social de cada um de nós foi construída no decorrer da carreira. Posso
dizer que no meu caso menos de 10% é oriundo da escola e 90% do trabalho.
Na época da pandemia, as grandes cidades pareciam desertas, prédios comerciais eram frequentados pelo pessoal de limpeza e segurança. Hoje vivemos praticamente na normalidade, à exceção da China que mantém com teimosia os lockdowns assim que algum local começa a apresentar casos de Covid — e isso ocorre todos os dias. Seria de se esperar que os escritórios já estivessem quase que totalmente ocupados, mas vejam como ainda estão vazios.
O tempo da caverna voltou? Pode parecer ridícula minha afirmação, mas da maneira que esses jovens vivem não é muito diferente. Passam o dia enfurnados na tela de um computador sem nenhuma interação com o meio ambiente, comida do ifood entregue na porta, seu divertimento os joguinhos online que tanto proliferam, as unidades habitacionais cada vez menores e com serviços acoplados para favorecer a autonomia, a burocracia que já dispensa totalmente a identificação presencial, e agora o metaverso que está bombando e vai substituir até as experiências físicas reais em qualquer atividade, comercial ou não. Como poderiam ele se apresentar em público se praticamente não trocam palavras ao vivo, e só conhecem parceiros online?
No post this-time-is-different, fiz os seguintes comentários sobre o ibovespa: … “ exponho a seguir uma nova proposta que vislumbra altas maiores a frente. Nesse novo quadro, o primeiro objetivo estaria em 117 mil, sendo que no final atingiria 127 mil” ...
Mas em algum momento irá ocorrer no mínimo uma retração que permitirá
a possível entrada. Um fator importante é o que vai ocorrer com as bolsas
internacionais se irá ocorrer o cenário mais provável que espero ou uma queda
maior, sendo que, se for esse último, dificilmente o Ibovespa irá subir.
Interessante que os estrangeiros não vêm com bons olhos os mercados emergentes de uma forma geral onde todos os fatores que usam para avaliar o risco se encontram negativos – maior risco – Esse ano é o pior de uma série histórica dos últimos 15 anos. Entendo que a entrada deles no Brasil recentemente tem um caráter oportunístico.
Fique ligado!
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