A cartilha de crise não funciona? # Nasdaq 100

 


Certa vez, quando estava no Banco Tendencia do megainvestidor – da época, Leo Kryss, meu colega sugeriu a compra de prata sem que houvesse razão aparente, embora existisse uma crise se desenvolvendo naquele momento. Seu argumento era que os juros americanos deveriam cair, pois são considerados safe haven – Porto Seguro, e como consequência a prata subiria. Não entendi a relação, mas como era novo nesse mundo de “especulação” resolvi aguardar. Os juros caíram, mas a prata ao invés de subir caiu!

A cartilha de investimento em momentos de crise aponta para a reação de 4 mercados da seguinte forma: petróleo subir (se é uma guerra que envolve produtores), juros americanos caírem, yen se valorizar e com menos intensidade alta do ouro em alguns casos. Não tem erro! Será que não?

A guerra no Oriente Médio vai completar 2 semanas amanhã sem que se possa ter qualquer ideia de seu desfecho. A única certeza são acúmulo de destruição e mortes. Em relação aos mercados, a cartilha não está funcionando bem, segundo John Authers na Bloomberg.

Powell e seus colegas não foram os únicos a impulsionar os mercados na quinta-feira1. Reduzindo o zoom, os riscos geopolíticos permanecem reais. As notícias de que eles pareciam estar aumentando levaram os preços das commodities a subir.

1 Powell fez um discurso ontem no Economic Club of New York onde por um lado reforça a ideia de que não haverá aumento de juros na próxima reunião, mas também não descarta que poderá agir no futuro dado a força da economia americana.

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O petróleo estendeu os ganhos para além de 2%, enquanto o ouro se aproximou de US$ 2.000 a onça, em resposta a novas notícias sombrias do Oriente Médio. As duas commodities têm sido os ativos mais sensíveis aos riscos de escalada na região, já que a guerra entre Hamas e Israel ceifa cerca de 5.000 vidas. Notícias de ataques com drones contra bases americanas na Síria e no Iraque, e de um contratorpedeiro americano no Mar Vermelho derrubando mísseis de cruzeiro e drones que haviam sido disparados na direção de Israel por rebeldes no Iêmen (autoridades do Pentágono disseram que ainda estavam avaliando o alvo), provocaram uma nova dose de aversão ao risco.

É perceptível que a avaliação inicial após os ataques terroristas de 7 de outubro de que "o que acontece em Israel permanece em Israel" está começando a se desgastar. Com uma aparente escalada de risco, os preços do ouro e do petróleo subiram acentuadamente com as últimas notícias.




As ondas de Gaza já chegaram à América Latina. Contribuindo para a sessão agitada no petróleo, um acordo temporário "Band-Aid" que pretende trazer mais petróleo venezuelano ao mercado nos próximos meses. Isso, disse Ed Moya, analista sênior de mercados da Oanda, fez pouco para acalmar os nervos dos investidores que estão preocupados com a diminuição da oferta.

"Os riscos de uma guerra mais ampla no Oriente Médio levarão provavelmente a amplos esforços do Ocidente para cobrir quaisquer deficiências ou interrupções dos fluxos de saída de petróleo", disse Moya aos colegas. "A Venezuela não será capaz de aumentar a produção para níveis significativos, então qualquer alívio no preço do petróleo que estamos vendo deve ser temporário."

A suspensão pelos EUA de algumas restrições à Venezuela (em troca de planos para eleições mais livres no país) pode permitir que o país sul-americano bombeie mais 200.000 barris por dia, de acordo com estimativas de analistas. Isso é aproximadamente um salto de 25% na produção.

No entanto, embora o petróleo e o ouro tenham oferecido um refúgio, a incerteza sobre a direção das taxas de juros americanas impediu que os títulos desempenhassem a mesma função. Normalmente, após um grande choque político, os investidores tratam os Treasuries, e também o iene japonês, como abrigos. Desta vez, não:




Para os mercados financeiros, o medo sobre o futuro desconhecido das taxas de longo prazo está superando até mesmo as notícias aterrorizantes do Oriente Médio.

John Authers não conseguiu uma boa explicação para a “falha” dos bonds e do yen. O Mosca se arrisca. Em relação ao yen, o Japão se encontra na seguinte encruzilhada: a inflação está subindo e o BOJ continua teimando em sua política de querer controlar a taxa de juros dos papéis de 10 anos definindo um intervalo de flutuação mínimo. Neste mês fez um movimento expressivo ao elevar o nível de 0,5% a.a. para 1% a.a. Uallll .... 




Nessas condições, dá para considerar o yen um porto seguro?

Em relação aos juros americanos tenho três pontos a fazer: primeiro que a taxa continua errada como venho insistindo ad nauseam, é verdade que menos errada, pois o diferencial entre os juros dos títulos de 10 anos contra o de 2 anos se encontra – 20 bps (a grande questão é se deveria estar no lado positivo, pois sem recessão é onde deveria estar. Nessa situação estaria bem acima de 5,5% a.a.); o segundo motivo é que a alta do petróleo pode pressionar a inflação deixando o Fed mais tempo sem poder diminuir os juros; por último as bolsas estão se comportando sem pânico.




A cartilha não funciona mais? Não descartaria de bate pronto, pois talvez o que o mercado não esteja enxergando com tanto receio a guerra, afetando diretamente o petróleo que é lógico e o ouro como refúgio predileto dos países árabes.

No post duro-na-queda fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “ Estou na dúvida quanto à contagem de ondas na janela de 1 hora – razão pela qual liquidei a posição se SP500 ontem. Sem entrar muito na tecnicidade entrando, o gráfico a seguir contempla a hipótese de término da onda 1 em laranja. Se for isso podemos esperar uma correção de menor porte que levaria a nasdaq100 algo entre 14.900/14.800. Caso contrário, essa onda terminaria um pouco mais a frente como indica o símbolo em verde” ...




 Como eu estava desconfiado, a onda 1 laranja terminou justificando minha decisão de sair da bolsa – escapamos dessa! Essa semana o nasdaq 100 continuou a cair e encontra-se num ponto crítico muito próximo do nível de 14.677 conforme gráfico abaixo. É verdade que nos extremos poderia até ir abaixo, pois o de stop loss é 14.504.



O que fazer caso 14.677 seja rompido para baixo? De imediato nenhuma ação no mercado, mas fará com que eu busque uma nova configuração para bolsa. Posso adiantar que mais quedas deveriam ocorrer. Essa é a má notícia, a boa é que só mudo minha estratégia de alta se a baixa se estender até 12.166.




A performance da bolsa americana dependendo do índice escolhido merece uma denominação específica. Até a quebra dos bancos imprudentes em maio tudo ia bem, daí em diante se formam 3 grupos:

A)      Nasdaq 100, Russell Top 50 e SP500: Alta

B)      SP500 equal weighted Russell 200: de Lado

C)      Russell Microcap e KBW nasdaq banks: Queda

Então qual o seu grupo? As ações “caras” que subiram ou as “baratas” que caíram?




O SP500 fechou a 4.224, com queda de 1,26%; o USDRL a R$ 5,0381, com queda de 0,54%; o EURUSD a € 1,0591, com alta de 0,11%; e o ouro a U$ 1.978, com alta de o,26%.

Fique ligado!

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