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O Fed seria reprovado #OURO #GOLD #EURUSD

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Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária americano se reúne para definir a taxa de juros. O mercado já trata como certa uma redução de 25 pontos-base, o que levaria o Fed Funds para 3,75%. Mas diante dos números disponíveis — e do cenário global — essa decisão seria mesmo correta? Se pedíssemos a um grupo de economistas experientes para avaliar a situação, o quadro seria mais ou menos o seguinte: - O crescimento no último trimestre está ao redor de 3,8%, segundo o GDPNow do Fed de Atlanta, o que sugere uma economia ainda muito forte; - A inflação estável em torno de 3% ainda supera a meta de 2%; - Um presidente que age por impulso, elevando tarifas de importação quando bem entende — política inflacionária que obriga empresas a escolher entre subir preços ou reduzir margens; - Um mercado de trabalho robusto, com sinais pontuais de enfraquecimento, mas sem colapso; - E uma revolução digital em curso, impulsionando investimentos vultosos em inteligência artificial e infraes...

O céu NÃO é o limite #IBOVESPA

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  Minha experiência com o ouro começou na década de 1980, quando, por restrições cambiais, o metal era praticamente a única forma de se proteger contra a inflação e oscilações do dólar. O mercado internacional tinha vivido um ciclo de euforia — a onça chegou a US$ 850 em 1980, depois de sair de US$ 100 em 1976 — e logo mergulhou em duas décadas de frustração. Lembro-me de dois episódios marcantes. O primeiro foi quando comecei a trabalhar com Leo Kyrss, como seu sócio, um megainvestidor que mantinha quase todas as posições abertas de ouro na BMF. Fiquei chocado com tamanha concentração e perguntei o motivo. Ele respondeu que acreditava na alta do ouro, mas na verdade sua aposta era na valorização do dólar. Sugeri, ingenuamente, que operasse no mercado internacional — mais líquido e menos arriscado. O segundo episódio foi durante um voo entre Nova York e Los Angeles. Eu estava comprado em ouro e confiante. Ao desembarcar, ouvi no rádio que o preço havia despencado 10% em um únic...

O Blefe #S&P 500

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  O que acontece na China é sempre envolto em mistério. Faz parte da sua estratégia esconder o jogo e deixar o adversário se perder nas próprias suposições. Agora, com o prazo se aproximando para a aplicação da tarifa de 100% sobre as importações chinesas pelos Estados Unidos, a tensão aumenta. Trump pode recuar, como já sugeriu, afirmando que “um nível desses seria insano”. Mas o simples anúncio do imposto já cumpriu sua função política: pressionar Pequim e testar até onde o país está disposto a resistir. A chamada “carta das terras raras”, usada por Pequim como ameaça de retaliação, pode ter impacto de curto prazo. No entanto, seu efeito estrutural tende a ser limitado — os EUA já firmaram acordos com a Austrália e estudam cooperação com o Brasil para desenvolver cadeias alternativas de extração e processamento desses minerais. Trump, que flerta com a retórica da guerra comercial, sabe que essa disputa é menos sobre tarifas e mais sobre hegemonia tecnológica. Washington tenta...

A riqueza traz angústia #USDBRL

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  Durante grande parte da vida profissional, tomar decisões financeiras nunca exigiu de mim grande esforço. Havia método, rotina e, sobretudo, prática diária — o que fazia a engrenagem girar de forma quase automática. Com o passar do tempo, já fora do mercado, percebo que a falta de exposição faz com que limite minha capacidade de decisão, não estou diante de todas as variáveis. Reconhecer isso é muito importante, pois evita decisões calcadas em informações passadas, onde antes tinha domínio. E isso, confesso, me incomoda. Há alguns anos decidi delegar a gestão dos meus investimentos a terceiros. Trimestralmente, acompanho os resultados, avalio a performance e discuto a alocação. Ainda assim, noto com frequência a dificuldade das pessoas em lidar com o próprio dinheiro. Não passa uma semana sem que alguém da família me procure pedindo uma “olhadinha” no portfólio, ou que minha filha repita, com convicção, que odeia tudo o que envolve finanças. Tento ajudar, mas aprendi que nada s...

A chave do cofre #nasdaq100 #NVDA

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  O embate comercial entre os Estados Unidos e a China ganhou nova intensidade nas últimas semanas. Trump, em seu estilo imprevisível, ameaçou elevar novamente as tarifas sobre produtos chineses, podendo chegar a 145%, com um adicional de 100% já ventilado publicamente. Ele mesmo admitiu, em entrevista, que tamanha sobretaxa seria insustentável — mas justificou o gesto como uma resposta às restrições impostas por Pequim sobre as exportações de minerais estratégicos conhecidos como terras raras. Esses minerais, essenciais à produção de carros elétricos, turbinas eólicas, chips e mísseis, tornaram-se o coração de uma disputa que vai muito além do comércio. Eles definem o próximo campo de batalha tecnológico e geopolítico. A China domina cerca de 70% da produção mundial desses insumos, o que lhe confere uma vantagem estratégica que Xi Jinping tem explorado como instrumento de poder. Foi o próprio Deng Xiaoping, em 1992, quem antecipou esse momento ao afirmar que “o Oriente Médio t...

Conta de padeiro #OURO #GOLD #EURUSD

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  Há momentos em que uma simples conta feita de cabeça explica mais sobre o mundo do que pilhas de relatórios. Ontem, depois de ler as discussões sobre a sustentabilidade dos investimentos em inteligência artificial, decidi fazer a minha. Se o ChatGPT tiver 500 milhões de contas pagas, a 20 dólares por mês, sua receita anual seria de 120 bilhões de dólares. Parece um número improvável, mas corresponde a cerca de 7% da população mundial — e hoje já são mais de 300 milhões de usuários, nem todos pagantes. A ideia não é projetar resultados, e sim testar a lógica: um mercado dessa magnitude começa a se parecer com o de uma utility global, com usuários recorrentes, efeito de rede e enorme capacidade de monetização. Essa hipótese ficou ainda mais interessante com o anúncio do acordo entre a Walmart e a OpenAI, que permitirá aos usuários do ChatGPT realizar compras diretamente no aplicativo. A partir daí, o que parecia um chatbot ganha contornos de ecossistema: o consumidor conversa, co...

Ondas de dúvida #IBOVESPA

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  O processamento do nosso cérebro é uma máquina fascinante. Absorvemos milhares de informações por dia — e, mesmo quando acreditamos que elas se dissipam, continuam ali, no inconsciente, especialmente quando desafiam nossas convicções. Hoje, acordei com uma dúvida persistente: e se a inteligência artificial não gerar o aumento de produtividade esperado? E pior — e se ela nem sequer se pagar? Se essa hipótese for verdadeira, estamos diante de uma bolha monumental, talvez comparável às maiores da história. Não basta apontar que a Nvidia tem lucros estratosféricos; afinal, seu sucesso depende diretamente da demanda dos chamados “hyperscalers”, empresas que sustentam o ecossistema de IA com investimentos bilionários em chips e data centers. Se a rentabilidade prometida não vier, o castelo pode ruir. O paradoxo da utilização Dois relatórios recentes do Deutsche Bank foram o gatilho dessa dúvida. O primeiro mostrou que os Estados Unidos, epicentro da revolução da IA, não lideram o...