Bitcoin é para valer?



Depois de uma queda espetacular ocorrida desde o final de 2017, fazendo com que a crypto moeda recuasse 84%. Como se pode notar no gráfico, de outubro de 2018 até abril deste ano, as cotações ficaram “mortas” como se o bitcoin tivesse aprendido a ficar mais comportado e oscilar pouco. Mas eis que de repente, uma onda de alta tomou conta, e fez com que se valorizasse 300% nesse período, colocando a crypto moeda no radar novamente.


Só para recordar algumas das minhas postagens sobre esse assunto – foram várias, no post na-zona-de-tiro, fiz os seguintes comentários: ... “Não sou comprador ainda, pois tecnicamente não existe indicação para tanto, porém a moeda digital entrou na zona de tiro como chamei o intervalo entre U$ 2.0 a U$ 4,0 mil, aonde uma mínima normalmente acontece” ... A mínima atingida foi de U$ 3.200, muito dentro do que o estouro de uma bolha é esperado.

Confesso que não tenho interesse em crypto moedas, fui arguido por um gestor desse ativo do por que. Minha resposta é que, com essa volatilidade não consigo classificar o bitcoin como nada: não é moeda, não é ativo, é o que então?

Uma pergunta que o leitor pode estar se fazendo é porque então reviveu? Primeiro por motivos técnicos, depois de uma queda desta magnitude é de se esperar que em algum momento exista uma recuperação; depois o momento em que vivemos onde ter dinheiro é mal negócio, com rendimento negativo em U$ 13 trilhões de bonds, não seria melhor deixar em bitcoins? O Mosca compra o primeiro argumento, mas de longe não compra o segundo, pois, é verdade que o juro pago no bitcoin é 0%, mas o risco de principal é infinitamente maior.

Um artigo publicado pelo Wall Street Journal levanta alguns motivos para uma alta tão expressiva em tão pouco tempo.

Os investidores institucionais e corporações agora também desempenham um papel maior, como exemplificado pelos planos do Facebook, o JPMorgan está desenvolvendo o JPMCoin. A Fidelity desenvolveu um serviço de custodia para armazenar bitcoins. Além de plataformas de negociação on-line, oferecerem trading de criptomoedas a clientes.

O hedge funds e outros grandes traders estão apostando que o bitcoin cairá, mesmo com a moeda digital subindo acima dos US $ 12.000 em uma nova onda de otimismo em criptografia.
Essa é a imagem que emerge dos futuros de bitcoin listados no CME Group, a maior operadora de câmbio dos EUA. Os futuros são contratos que permitem que os investidores apostem se um ativo - neste caso, o bitcoin - aumentará ou diminuirá.



Os hedge funds e outros gestores de fundos mantiveram cerca de 14% mais posições vendidas nos futuros de bitcoin da CME do que em posições compradas.

Uma categoria classificada como outros - - um grupo de empresas que não gerenciam necessariamente o dinheiro para investidores externos - detinham mais de três vezes posições vendidas em futuros de bitcoin do que compradas.

Então, quem é o otimista? O relatório mostra que a maioria dos pequenos investidores está desse lado. Entre os traders com 25 ou menos contratos de bitcoin - uma categoria que provavelmente captura muitos indivíduos fazendo apostas em bitcoins -, as apostas longas superaram as vendidas em quatro para um.

Os dados da bolsa mostram que os fundos de hedge têm uma posição vendida desde fevereiro, embora recentemente tenham reduzido suas apostas de baixa.

Esses dados não significam necessariamente que os fundos de hedge estão fazendo apostas definitivas de que o bitcoin cairá. As apostas no mercado futuro poderiam fazer parte das estratégias de hedge: por exemplo, um fundo com um portfólio de bitcoins pode ficar assim posicionado como um seguro contra a queda do bitcoin.

Porém todas essas análises podem dar apenas uma visão parcial desse mercado, pois pouca informação é disponibilizada para os investidores.

Minha única colocação que posso fazer é que, do ponto de vista técnico, depois dessa alta que ocorreu recentemente, é razoável supor que os preços retrocedam até U$ 8.000, podendo subir depois disso. Mas definitivamente não pretendo me envolver com crypto moedas enquanto não estiver convencido que tem algum valor. O máximo serão algumas postagens quando acontecerem movimentos importantes.

No post alguém-vai-ficar-infeliz-amanhã, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ... “Como se pode notar no gráfico, a situação do ponto de vista técnico, aponta dois caminhos opostos que devem ocorrer brevemente. Nesse momento, as duas possibilidades permanecem abertas, sendo que a queda parece ter ganhado mais força” ... ... “Os rompimentos de retas conforme o caso em questão, estão sujeitos a frustrações como a que ocorreu no euro. O posicionamento tem que ser flexível o suficiente para refazer as premissas e não ficar teimando, ou se lamentado” ...


Finalmente o euro rompeu a reta assinalada em cinza escolhendo um rumo para cima. O Mosca estava desconfiado que essa possibilidade poderia ocorrer, esta seria a razão de não se envolver num trade de venda. Com esse novo cenário vou propor um trade de compra do euro a 1,1330 com um stoploss a 1,120, cujo objetivo poderá ficar contido na área apontada abaixo entre 1,18/ 1,195.


Em função das colocações feitas no post de ontem sobre as distorções que estão ocorrendo ultimamente, resolvi criar uma secção onde vou publicar gráficos que contemplam esses casos.

Distorções

A seguir duas medidas de confiança do consumidor americano que apresentam resultados opostos, uma sobe e outra cai, no mesmo período.




O SP500 fechou a 2.913, com queda de 0,12%; o USDBRL a R$ 3,8480, sem alteração; o EURUSD a 1,1367, sem variação; e o ouro a U$ 1.409, com queda de 0,96%.

Fique ligado!

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