Um dia a alta termina



Muito se tem discutido sobre a longevidade da alta observada na bolsa americana neste ciclo, e diversos investidores profissionais fizeram comentários nesta última semana, preocupados com a possibilidade dessa ocorrência. Este mercado de alta para as ações dos EUA é de longe o mais longo já registrado, e apenas um lunático pode pensar que pode durar indefinidamente.

Seria o momento de se proteger?

O SP 500 não caiu 20% desde a alta anterior ocorrida em março de 2009. Como é comumente definido, esse mercado altista tem quase 3.750 dias, o mais longo da história do SP 500, com mais de 90 anos. Isso é duas vezes maior do que o tempo médio que permanece em alta. Desde 2009, as ações mais do que quintuplicaram, contando dividendos.


As ações vão parar de subir algum dia. Isso é tão certo quanto o sol se põe no Oeste. Ao contrário do pôr-do-sol de hoje, no entanto, você não sabe exatamente - ou até aproximadamente - quando o mercado em alta terminará.

Como os ciclos de mercado tendem a durar anos, os principais pontos de mudança são poucos e distantes. Há pouca comparabilidade na história desses pontos de inflexão, dificultando a obtenção de conclusões firmes.

E os ciclos podem durar por um tempo consideravelmente longo. A Austrália não teve uma recessão em quase 28 anos. As taxas de juros dos EUA vêm caindo quase continuamente desde 1981 - mais do que muitos investidores em títulos de dívida estão vivos.

Naturalmente, o que você espera depende do que você vivenciou. O pensador de investimento Peter L. Bernstein, que morreu em 2009, frequentemente falava de “bancos de memória”, as experiências coletivas pelas quais os investidores vivem e que permanecem em suas mentes.

Na década de 1950, os gerentes de portfólio argumentaram que as ações não valiam a pena, a menos que seu rendimento de dividendos exceda o rendimento dos títulos de longo prazo. É o que os bancos de memória deles disseram. No entanto, em 1958, o rendimento dos dividendos caiu abaixo do rendimento dos títulos - e ficou lá pelo próximo meio século.
No final dos anos 90, os jovens investidores acreditavam que as ações da Internet aumentariam cada vez mais - como já haviam feito há anos. Esses bancos de memória também falharam.

Após 10 anos de alta em ações, alguns investidores mais jovens não têm memória de perder grandes quantias de dinheiro. Isso pode fazê-los pensar que isso não pode acontecer. Dizer "desta vez é diferente" é mais fácil quando você o compara a um tempo anterior em que você não viveu sozinho.

Alguns sinais de aviso estão piscando, no entanto. Com o desemprego nas mínimas em meio século e a alta na confiança do consumidor, "não há folga na economia". As empresas não podem aumentar os lucros facilmente depois de terem aproveitado todos os recursos disponíveis.

"O crescimento econômico ainda é relativamente alto, mas o ritmo vem desacelerando, aproximando-nos do ponto de virada", diz Andrew Ang, diretor da BlackRock Inc. "Essa é uma época em que os investidores devem buscar resiliência em seus portfólios. É verdade que o mesmo já foi dito na última década.

Mas nem sempre a métrica de alta é suficiente para identificar um topo. O que se deve considerar nessas análises é que, o lucro das empresas também foi expressivo nesse período, tanto isso é verdade, que o P/L da bolsa americana não se encontra em níveis elevados, com exceção ao setor de tecnologia, considerado de crescimento, tem esta característica.

 Nós do Mosca, vamos usar a análise técnica para um eventual sinal. Aos leitores assíduos, vem acompanhando a diligência nesse sentido.

Um gráfico chamou muita minha atenção, para dizer a verdade, fiquei muito surpreso. Observando somente o índice SP500 e iniciando em 1993, se ao invés de comprar durante o pregão normal, um investidor resolvesse comprar quando o mercado fecha e liquidar no outro dia na abertura, contra, fazer ao contrário, o retorno desse investimento aconteceria integralmente no primeiro caso, haja visto que, no segundo, foi praticamente 0!



Quase seriam as razões de tamanha distorção? Notem que nesse período houve de tudo: crise da Rússia, bolha da internet, a recessão de 2009, juros altos, juros baixos .... Vou listar algumas possibilidades:

·         O resultado das empresas é publicado quando o mercado está fechado;
·         Efeito dos traders de curto prazo que não dormem com posições. Isso poderia distorcer o mercado durante o dia.
·         Atuação dos investidores na Ásia.

Não saberia dizer qual seria o motivo. Pedi para que alguns bancos pesquisem esse assunto. Quando tiver - se tiver alguma resposta, eu informo. Intrigante!

No post uma-atitude-nada-ortodoxa, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “Com a queda que ocorrerem nos últimos dias, é bem provável que a onda B tenha terminado e agora a onda C está em curso. Se for isso mesmo, poderemos ver as cotações do dólar chegar a R$ 3,50” .... Tinha também proposto um trade de venda de dólar, do qual, vou fazer alguns ajustes dos níveis.



Depois de analisar mais detalhadamente o dólar, surgiu um outro enfoque que poderia descartar meu objetivo de R$ 3.50. Essa possibilidade alternativa está exposta a seguir.


Não é infrequente numa situação técnica equivalente, a formação de um triângulo. Caso isso aconteça, o dólar poderia atingir na melhor das hipóteses R$ 3,65, sendo que o mais provável apontaria para R$ 3,75/3,70. Não posso propor um trade considerando a melhor hipótese, sendo assim, é necessário que a venda seja feita em “boas” condições. Desta forma, minha sugestão é de vender dólar a R$ 3,94 com um stoploss a R$ 4,02.

Caso nosso trade seja executado, e o movimento estiver de acordo com a opção colocada no primeiro gráfico acima, é bem provável que esse stoploss seja bem folgado. Entretanto, na hipótese colocada no segundo gráfico, o stoploss seria justo, sem muita folga. O que quero dizer é que, se o leitor quiser fazer um trade com um prejuízo limitado, o que se encaixa no primeiro caso, o stoploss poderia ser colocado a R$ 3,98.

O SP500 fechou a 2.889, sem variação; o USDBRL a R$ 3,8945, sem variação; o EURUSD a 1,1214, sem variação; e o ouro a U$ 1.339, sem variação. Em 8 anos de Mosca, não me recordo de existir um dia onde todos os mercados que acompanho ficaram sem variação. Hoje era melhor ter ficado dormindo!

Fique ligado!

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