Uma atitude nada ortodoxa



O mercado está muito focado no impacto que as medidas anunciadas por Trump podem ter na economia mundial, principalmente na americana. Na semana passada, as atenções se voltaram ao México, fruto da chantagem do Presidente americano, ao “obrigar” as autoridades daquele país a tomar alguma atitude, no intuito de estancar a imigração ilegal de cidadãos mexicanos.

Mas seguramente, o maior problema é com a China. A opiniões divergem neste sentido, alguns analistas acreditam que pode haver uma solução, ou encaminhamento na próxima reunião do G-20, e outros imaginam que essa guerra comercial durará por anos.

A área externa é de vital importância para os chineses pois representam uma parcela importante do seu PIB. Os últimos dados publicados revelam uma diminuição tanto nas importações como nas exportações, conforme gráficos a seguir.




Uma análise mais detalhada dos resultados acima, apontam para uma queda mais forte das importações, o que pode denotar uma desaceleração da economia desse país. Como consequência, o saldo da balança comercial, apresentou uma melhora substancial em relação ao que os analistas esperavam. Ao se manter esses resultados, os saldos espelham números compatíveis aos bons tempos.




Mas é possível imaginar que o governo Chinês está passando um sufoco, pois tem que representar aos americanos que, mesmo que o Presidente Trump quiser manter as alíquotas de importações, vai doer, mas dá para aguentar. Por outro lado, a desaceleração da economia é sempre preocupante para um país que cresce a tantas décadas sem parar.

Mas as discussões não se limitam ao comercio internacional, desde que os EUA impuseram sanções às empresas americanas em relação a Huawei, as autoridades chinesas convocaram algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo nesta semana para dizer que, poderiam enfrentar repercussões, se respondessem de maneira muito agressiva às restrições comerciais dos EUA.

Chamados pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China na terça e quarta-feira, as reuniões com mais de uma dúzia de empresas, acrescentam uma nova dimensão ao retrocesso de Pequim contra as restrições do governo Trump, ao acesso à tecnologia americana avançada em meio a uma longa disputa comercial.

Entre as empresas chamadas foram fabricantes de chips Intel, Qualcomm, ARM Holdings, a gigante de software Microsoft, e da Coréia do Sul Samsung e diversas outras.

A ação contra a Huawei, não permitiu vendas para a gigante das telecomunicações sem uma licença do Departamento de Comércio. A China respondeu anunciando uma “lista de entidades não confiáveis” para empresas estrangeiras, que interromperam o fornecimento para a China ou tomaram outras ações consideradas prejudiciais aos interesses das empresas chinesas.

No sábado, a agência de notícias oficial chinesa Xinhua informou que a NDRC, órgão central de planejamento econômico da China, estuda o estabelecimento de outro sistema de lista para "prevenir e conter de forma mais eficaz os riscos de segurança nacional". A Xinhua também disse em um comentário que, este novo sistema visa impedir que “certos países usem as tecnologias chinesas e ao mesmo tempo limitem o desenvolvimento da China”.

AS medidas tempestivas adotadas por Trump, geram reações que muitas vezes nem foram pensadas pela sua equipe econômica. O recado é claro, a imposição de restrições com a gigante chinesa Huawei não será sem custos para as empresas americanas.

Pelo sim, pelo não, O Presidente do Banco Central Chinês, Yi Gang, disse que nenhum nível é importante para o Yuan. Comentou também, que de maneira geral, não intervém no mercado. Hahaha .... Será que ele mesmo acreditou? Porém o recado mais importante é que o nível de 7 contra o dólar poderá ser ultrapassado, caso seja de interesse a esse país. Como podem notar a seguir, o Yuan se encontra próximo desse nível, com grande importância técnica.




As exportações do Vietnam estão crescendo desde o final do ano passado. Muitas empresas que possuem fábricas na China estão transferindo suas operações para aquele país, a fim de evitar as taxas de importação imposta pelos americanos. Uma informação não confirmada, comenta que, produtos produzidos na China, são exportados através do Vietnam. Uma forma não ortodoxa de contornar as tarifas. Se for verdade, nós não somos os únicos “espertos”.

Junto com as ameaças de um lado a outro, a China como maior produtora de metais raros, insinuou proibir sua exportação aos EUA. É verdade que esse país é o maior produtor, mas existem outros que tem potencial de produção.

Algum tempo atrás, terras raras importantes na produção de microchips, eletrônicos e motores elétricos eram quase exclusivamente originárias da China. Nos últimos anos, várias nações retomaram a produção enquanto novos atores entraram no mercado, diversificando-o pelo menos em algum grau.

No entanto, a China ainda era responsável por mais de dois terços da produção global, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA. Mas, como muitos países têm receio de depender da China, especialmente quando se trata de produtos de tecnologia, é provável que os países com depósitos de terras raras os explorem ainda mais.

A China também possui os maiores depósitos conhecidos de terras raras, mas o Brasil, o Vietnã e a Rússia também têm muito (em grande parte) potencial inexplorado no setor. Os Estados Unidos, junto com a Austrália, surgiram como um grande produtor de terras raras depois de 2010. O país, que produzia terras raras antes para uso militar, voltou ao mercado à medida que as terras raras se tornavam mais importantes como parte da implementação de tecnologias cruciais.



No post queda-de-braço, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “Com a queda que ocorrerem nos últimos dias, é bem provável que a onda B tenha terminado e agora a onda C está em curso. Se for isso mesmo, poderemos ver as cotações do dólar chegar a R$ 3,50” ...


Inicialmente eu desejava vender o dólar a R$ 3,95, porém depois das quedas da semana passada, esse nível passa a ser mais difícil de atingir. Vou propor um trade de venda a R$ 3,92 com um stoploss a R$ 3,97. Esse trade será cancelado, caso a cotação atinja R$ 3,83 antes de nosso limite ter sido alcançado.

Eu tinha comentado há algumas semanas, que os investidores estrangeiros mantinham uma elevada posição vendida no real. Imaginei que, nessas duas últimas semanas, essas posições tivessem diminuído, porém não foi isso que aconteceu, não só não diminuíram, como se encontram nas máximas dos últimos 2 anos.




Fico surpreso com o movimento ocorrido de valorização do real, considerando esse posicionamento. Nos últimos dias, as moedas do G7 contra o dólar pararam de cair, e estão ensaiando uma recuperação. Esse movimento se deve as perspectivas abertas pelo Fed de baixar os juros.

Vamos acompanhar o comportamento do dólar nos próximos dias, e caso isso aconteça – queda do dólar em relação ao G7, o real poderá se beneficiar duplamente, do movimento internacional e da posição vendida.

O SP500 fechou a 2.886 com alta de 0,47%; o USDBRL a R$ 3,8864, com alta de 0,25%; o EURUSD a 1,1317, com queda de 0,12%; e o ouro a U$ 1.328, com queda de 0,91%.

Fique ligado!

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