Fed: You have a problem!
O Fed está nacionalizando (ou privatizando, dependendo de
quem vê o Fed como público ou privado) todo o mercado de capitais em um ritmo
nunca antes visto na história.
Como mostra o gráfico a seguir do Deutsche Bank, o ritmo atual de compras semanais do Tesouro é simplesmente impressionante, sem paralelo com nada visto antes na história.
Como mostra o gráfico a seguir do Deutsche Bank, o ritmo atual de compras semanais do Tesouro é simplesmente impressionante, sem paralelo com nada visto antes na história.
Não é apenas o Fed: com o QE oficialmente de volta, todos os
bancos centrais estão injetando bilhões de liquidez no mercado de títulos e ações.
No auge do final de março, o Fed comprava US $ 75 bilhões em
títulos do Tesouro todos os dias, e agora reduzimos para "apenas" US
$ 30 bilhões por dia. Essas enormes compras do Fed combinadas com as taxas que
se encontram estáveis nas últimas semanas, se pergunta onde estariam as taxas
de 10 anos se o Fed não tivesse intervindo. À medida que o Fed se afastar
gradualmente nas próximas semanas, e a emissão do Tesouro continuar aumentando
para financiar o estímulo fiscal, o mercado estará se concentrando cada vez
mais na demanda e oferta no mercado do títulos do tesouro.
E, ao entrarmos no precipício aberto da turbulência econômica, financeira e fiscal, agora que o dinheiro do helicóptero foi liberado sem que alguém aparentemente percebesse o que aconteceu, destaca-se o gráfico a seguir, que estabelece sucintamente o que é preciso agora para evitar uma crise fiscal completa: um Fed que está monetizando duas vezes a emissão líquida do Tesouro.
E, ao entrarmos no precipício aberto da turbulência econômica, financeira e fiscal, agora que o dinheiro do helicóptero foi liberado sem que alguém aparentemente percebesse o que aconteceu, destaca-se o gráfico a seguir, que estabelece sucintamente o que é preciso agora para evitar uma crise fiscal completa: um Fed que está monetizando duas vezes a emissão líquida do Tesouro.
Quando o Fed fez QE nos anos que se seguiram à crise
financeira de 2008, as compras mensais de títulos do tesouro nunca excederam a
emissão líquida, mas o Fed está agora no caminho de comprar o dobro da
quantidade líquida de emissão.
Faltou o Fed combinar com o Tesouro americano o volume a ser
recomprado. Lógico que essa diferença poderá ser feita com a aquisição de
títulos já em circulação, porém isso indica uma pressão grande para baixo nos
juros, que ficarão artificialmente baixos.
O Japão vive dessa forma por décadas e financia sua dívida a
juros “sem juros”, tudo isso é possível se a inflação não subir. Olhando para o
futuro não se pode desprezar essa hipótese – aumento de inflação, e nem usar o
caso japonês como exemplo, pois as condições em que ocorreu no passado são
muito diferentes das atuais – nenhum banco central tinha injetado recursos no
sistema, bem como a demografia japonesa permite essa política. Uma das formas
clássicas de diminuir a dívida do governo e através do aumento da inflação. Na
situação de hoje, esse prejuízo recairá sobre o Fed e não sobre o mercado. Fed
you have a problem!
Uma informação interessante em relação aos compradores de
ouro pode ser vista na ilustração a seguir. Eu mesmo fiquei impressionado pelo
volume representado pelos fabricantes de joias. Com a situação do Convid-19,
esse segmento encontra-se parado, pois imagino que a venda desses artefatos
deve ter diminuído muito. Talvez esse seja um motivo das grandes oscilações
vistas ultimamente.
No post imobilismo-momentâneo, fiz os seguintes
comentários sobre os juros de 10 anos: ... “ o
primeiro intervalo é muito próximo a mínima anterior de 0,3%, podendo atingir
0,15%. Caso não sustente, o próximo nível já seria na casa dos juros negativos
em – 0,3%” ...
Passaram-se duas semanas e nada aconteceu nesse mercado, as
taxas têm oscilado entre 0,75% e 0,55%, prevalecendo o cenário de novas quedas
até os níveis citados acima. No sentido inverso, somente acima de 1,3% se pode
conjecturar uma mudança de rumo.
Com o Fed atuando na compra de forma constante, não parece
razoável uma ruptura do nível de 1,3%, dando uma certa garantia para quem vende
os títulos. Só talvez num cenário de alta da inflação, apontado no início deste
post, poderia alterar tanto as compras do Fed, bem como a atitude dos
investidores que se ancoraram nos títulos americanos como uma proteção para sua
carteira. Porém, isso parece distante.
O SP500 fechou a 2.874, com alta de 2,66%; o USDBRL a R$ 5,2365,
sem alteração; o EURUSD a € 1,0868, com alta de 0,30%; e o ouro a U$ 1.682, com queda
de 2,04%.
Fique ligado!
O dólar é a moeda internacional de troca. Há um grande endividamento em dólar mundo afora. Essa externa por dólares não enxuga o excesso de dólares no mercado americano?
ResponderExcluirA demanda externa por dólares, com dívidas em dólar vencendo e o comércio internacional em queda não explica a atual demanda por dólares e sua excessiva valorização frente a outras moedas?