Bolsonaro segue atitude de Nero
Uma passagem na História que talvez exemplifique o pedido de
demissão do ex-ministro Sergio Moro, foi o grande incêndio de Roma, em 64 d.C.,
com diversas interpretações sobre suas causas. Naquele momento, Nero era o Imperador
Romano. O Wikipedia elabora essas possibilidades.
Existem várias variantes sobre a motivo do incêndio de Roma.
A versão mais contada é a de que os moradores que habitavam as construções de
madeira usavam do fogo para se aquecer e se alimentar. E por algum acidente, o
fogo se alastrou. Para piorar a situação, ventos fortes arrastavam o fogo pela
cidade.
Outra versão famosa, é de que o imperador Nero teria ordenado o
incêndio com o propósito de construir um complexo palaciano, já que o senado
romano havia indeferido o pedido de desapropriação para a obra. Há ainda a
versão, concebida por romancistas cristãos pósteros que, atribuindo ao imperador a
condição de demente, pretende que ele provocou o incêndio para inspirar-se, poeticamente, e
poder produzir um poema.
Segundo algumas fontes, enquanto o fogo consumia a cidade,
Nero contemplava o cenário, tocando com sua lira. Esta cena é retratada no
romance Quo Vadis.[4]
Há ainda uma versão da história que cita que, no momento do
incêndio, Nero estava em outra cidade e, ao saber do ocorrido, retornou a Roma,
esforçando-se para socorrer os desabrigados, inclusive mandando abrir os
jardins de seu palácio para acolhê-lo. Todavia, o fato de, posteriormente, ter
usado seus agentes para adquirir, a preço vil, terrenos nas imediações de seu
palácio, com a provável intenção de ampliá-lo, tornou-o suspeito, junto ao
povo, de ter responsabilidade no sinistro.
Essa madrugada, O Presidente Bolsonaro, resolveu a revelia,
exonerar o Diretor da Polícia Federal. Moro não teve dúvida, marcou uma
entrevista para anunciar sua decisão. De uma forma didática foi discorrendo sua
passagem pelo Ministério, deixando claro que já estava sendo pressionado para
fazer essa mudança. Mais claro ainda, sem ser explicito, os motivos da mudança
tinham outros objetivos.
Todos nós presenciamos nesses 16 meses de governo, diversas
vezes o Presidente fazendo coisas estranhas, mas com um impacto limitado. Aqui
no Mosca decidi não levar em consideração essas “atrapalhadas”, se é
assim que podem ser classificadas, pois, a economia estava na mão de pessoas competentes,
fazendo um trabalho sério.
Mas esse evento, passa a ser um divisor de águas.
Fico pensando qual teria sido o real motivo dessa decisão
por parte do Bolsonaro. Uma hipótese é que precisava tirar o Moro e seus
colaboradores porque algo comprometedor se aproximava de alguém importante do seu
relacionamento. Uma segunda a de que como “Capitão-mor” é ele que manda e todos
tem que se subordinar a suas vontades.
Se for o primeiro caso, qualquer preço era preço nesse
sentido, agora vai tentar de alguma forma se organizar. Já o segundo caso, se
assemelha mais a versão dos romancistas no caso de Nero, a de que ele era
demente e provocou o incêndio.
A saída de um ministro que detém certa credibilidade é
sempre um problema para o presidente, agora, um com credibilidade e aceitação
unanime pela população passa a ter um peso enorme. Acrescenta-se a esse cenário
a forma como Moro fez seu discurso de renúncia, deixou uma porta aberta para um
eventual impeachment. A única possível boa notícia, é que Moro pode ser
candidato a presidência em 2022. Entretanto, isso não passa de uma especulação com
muito tempo até lá.
Nessa semana também se noticiou que a sua relação com Guedes
estaria azedando, ao tentar enfiar goela abaixo do ministro um plano de
infraestrutura de R$ 200 bilhões. Se a intenção do Bolsonaro é também tirar
Guedes, realmente fico com a opção que realmente ele quer colocar fogo em Roma.
Diferentemente de Nero que pode ter colocado fogo em Roma para ampliar seu
palácio, no caso de Bolsonaro estaria colocando fogo na sua própria casa, onde
corre o risco de perder.
Para terminar esse dia horrível - foi tão ruim que até
esquecemos da pandemia, e olha que os últimos dados não foram animadores, em
relação ao impeachment, existe uma possibilidade que agora não se pode
descartar. Conhecendo a personalidade do Presidente, e caso o processo para
esse fim comece a ganhar forma, não descartam a possibilidade de um AI-5
remodelado, estar sendo imaginado. Tivemos algumas evidencias alguns meses
atrás com a declaração de sue filho, bem como as manifestações da semana
passada.
Como de costume, hoje eu ia fazer os comentários sobre os
juros de 10 anos. A oscilação tem se mantido muito contida que a única mudança
que eu faria no texto da última análise séria: ...” Passaram-se duas
três semanas e nada aconteceu nesse mercado, as taxas têm
oscilado entre 0,75% e 0,55%, prevalecendo o cenário de novas quedas até os
níveis citados - o primeiro intervalo é muito próximo a mínima
anterior de 0,3%, podendo atingir 0,15%. Caso não sustente, o próximo nível já
seria na casa dos juros negativos em – 0,3%”. No sentido inverso, somente acima de 1,3% se pode
conjecturar uma mudança de rumo” ...
No post estatização-da-moeda, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ... “ Num gráfico com janela diária fica patente essa
indecisão, com alguns dias em queda sucedido por outros em alta. Prefiro não
fazer nenhum prognostico nesse momento, apenas apontar níveis de importância
tanto num sentido quanto no outro”
Na alta: € 1,115 e € 1,13
Na baixa: € 1,075 e € 1,063
O euro voltou a sua forma antiga, depois de alguns soluços
desde a eclosão da pandemia, com movimentos nos dois sentidos e oscilações
superiores as que predominavam desde 2018, retornou a sua trajetória lenta de
queda de forma menos volátil.
Sem a menor condição de sugerir qualquer trade, o euro vem
definhando novamente. Agora existe uma diferença em relação ao que vinha
acontecendo antes de todas as ações tomadas pelo Fed. Naquele momento o mercado
aposta fortemente na desvalorização da moeda única, agora essa tendência se
alterou, com apostas no sentido inverso, a da desvalorização do dólar.
Marquei uma região acima onde ocorre uma confluência de
retas entre €
1,06 a €
1,04. É bem provável que os vendidos “empurrem” as cotações até essa região
para ver o que acontece. Uma capitulação dos investidores que se encontram
posicionado na compra poderia fazer com que o euro caia abaixo de um nível
crítico de €
1,0363, um divisor de águas, no sentido que, negociando 1 pontinho abaixo irá
fazer com que eu reveja todo meu cenário. Ou não, o pessoal comprado segure
firme, obrigando os vendidos a zerar suas posições.
Mas muita água ainda vai rolar até que eventualmente chegue
até lá. No curto prazo, guie-se pelos níveis apontados acima.
O dólar chegou no objetivo traçado de R$ 5,70, como o
movimento foi muito rápido decidi zerar a posição. Na segunda-feira farei a
análise técnica do dólar.
O SP500 fechou a 2.836, com alta de 1,39%; o USDBRL a R$
5,6613, com alta de 0,31%; o EURUSD a € 1,0807, com alta de 0,29%; e o ouro a
U$ 1.726, com queda de 0,28%.
Fique ligado!
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