Imobilismo momentâneo
Quando a repórter da Bloomberg anunciou que o número de
desempregados nos EUA foi de 701 mil, disse “que horror”. Naquele momento
fiquei na dúvida se ela estava se referindo ao resultado comparado com a
previsão que era de -100 mil, ou do número absoluto.
A taxa de desemprego em março subiu para 4,4%, ante 3,5% em
fevereiro. Foi o maior aumento de um mês na taxa desde janeiro de 1975. Os
dados ainda não refletem totalmente os milhões de reivindicações de
seguro-desemprego registradas nas últimas duas semanas de março devido à
pandemia de coronavírus.
O declínio mensal nas folhas de pagamento foi a maior queda desde março de 2009, o pior mês para perda de empregos durante a recessão de 2007-2009. O Departamento do Trabalho disse que os dados de sexta-feira refletem os efeitos do coronavírus e os esforços para contê-lo.
O declínio mensal nas folhas de pagamento foi a maior queda desde março de 2009, o pior mês para perda de empregos durante a recessão de 2007-2009. O Departamento do Trabalho disse que os dados de sexta-feira refletem os efeitos do coronavírus e os esforços para contê-lo.
A empresa de previsão Oxford Economics projeta que, em maio,
os EUA perderão 27,9 milhões de empregos e terão uma taxa de desemprego de 16%,
eliminando todos os empregos conquistados desde 2010, um período recorde de 113
meses de ganhos de emprego até fevereiro. Essa perda de emprego seria mais que
o dobro dos 8,7 milhões de cargos cortados das folhas de pagamento durante a
recessão de 2007-2009 e suas consequências. E esses empregos foram perdidos em
25 meses.
Outras empresas de consultoria projetam resultados mais
longos, a IHS Markit calcula que 14 milhões de empregos serão perdidos até
dezembro, com base na expectativa de que o emprego caia acentuadamente nesta
primavera e fique mais baixo no restante do ano. A empresa espera que a taxa de
desemprego chegue perto de 10%, ou perto dos recordes anteriores.
O Fed por sua vez está a toda carga injetando liquidez por
todos os lados. Seu balanço saiu de aproximadamente U$ 3,5 trilhões para algo
em torno de U$ 6,0 trilhões. Quase dobrou em semanas, e continua crescendo.
Todas essas previsões, bem como a publicação de dados daqui
em diante serão “chutes” fundamentados em alguma hipótese, modelo nenhum
funcionará. Seguramente o emprego será impactado, a renda total disponível irá
cair e como consequência o consumo.
No post mudanças-prováveis, faço um brainstorming de
possíveis setores beneficiados, bem como, os prejudicados. Boto minha mão no
fogo? Não! Enquanto não tivermos as respostas de quanto tempo vai durar o
blockdown e como será a reação
posterior, tudo passa a ser muito incerto.
Se existe um momento inquietante na vida é quando se está
imobilizado. Normalmente estas situações acontecessem quando ficamos em dúvida
qual caminho seguir. Depois de resolvido e assumido um caminho, tudo passa a
ser mais claro e menos angustiante, mesmo que a decisão não tenha sido a
melhor.
É dessa forma que me sinto hoje, espasmos de otimismo num
momento alternado por outros pessimistas. Minha experiencia de vida me mostrou
que o melhor é ficar parado enquanto não se chega a um veredito. Outro fator
que complica o estado atual é a “torcida” para que dê certo. Cuidado para não
se confundir com isso.
No post imprevisível, fiz os seguintes comentários sobre
os juros de 10 anos: ...” Notem que, o primeiro
intervalo é muito próximo a mínima anterior de 0,3%, podendo atingir 0,15%.
Caso não sustente, o próximo nível já seria na casa dos juros negativos em –
0,3%” ...
Nada aconteceu de importante em termos de taxa de juros, uma
lenta queda ocorreu na semana. Mas isso não se pode dizer do volume que o Fed
está comprando de títulos, como apresentei acima do blog, nesse quesito os
volumes são enormes. O gráfico com janela semanal não tenho nada a comentar
diferentemente do que fiz anteriormente, espera-se queda até um dos níveis
citados acima.
Até pouco tempo, todo mundo esperava a sexta-feira e os
mercados funcionavam com volumes menores. Agora, nem faz diferença, todo os
dias são iguais. Muito triste!
O SP500 fechou a 2.488, com queda de 1,51%; o USDBRL a R$
5,3293, com alta de 1,5%; o EURUSD a € 1,0807, com queda de 0,41%; e o ouro
a U$ 1.620, com alta de 0,48%.
Fique ligado!
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