Dura realidade #ouro #gold
O Mosca comentou em vários posts sobre o risco do
ex-homem-mais-rico-do-mundo, Elon Musk comprar as ações da Twitter, que
pertence a um ramo extremamente competitivo e da qual ele só tem experiência
como usuário. Passados alguns meses dessa empreitada, a dura realidade do dia a
dia deve estar o atormentando.
Essa situação me fez lembrar de um momento obscuro que
passei durante minha vida profissional. Por um período curto de alguns meses,
trabalhei no BMC, um banco familiar pequeno. Essa experiência se sucedeu à minha
saída do Banco Francês e Brasileiro — que não tinha o menor problema de
liquidez, pelo contrário, dava-se o luxo de limitar a taxa que pagava nos seus
depósitos a prazo.
Num determinando momento, três bancos sofreram intervenção
do Banco Central, o trio A, B, C — Banco Auxiliar, Banco Bamerindus e Banco
Comind. O BMC estava com um caixa considerável, de aproximadamente 1/3 dos
ativos, pois eu havia me preparado haja visto o boato que corria no mercado
antes da intervenção. Mesmo assim, essa liquidez foi se exaurindo rapidamente,
e a situação ficou crítica. Eu compartilhava com os acionistas diariamente e em
determinado momento senti que me pressionavam para captar recursos como se eu
pudesse fazer milagres, afinal, ninguém queria comprar os CDBs do banco naquele
momento. Foram momentos difíceis.
O mercado de cessão de crédito era incipiente, porém eu
conhecia uma corretora que tinha acesso a grandes investidores e intuí que aí
poderia ser minha saída. Como a qualidade dos créditos era boa, fiz uma
operação jumbo para vender esses créditos. A taxa era cara, mas mais caro é não
ter caixa. Quando os recursos entraram, fui ao Presidente do banco com a
posição de caixa numa mão e a carta de demissão na outra. Percebi que não era
bom nesse tipo de banco.
Voltando a Elon Musk: uma linha de crédito da Twitter está
vencendo proximamente. Paula Seligson comenta na Bloomberg que a empresa tem
muito a perder caso resolva não pagar.
Por todos os relatos – incluindo o de Elon Musk – a Twitter tem dinheiro mais do que suficiente para
fazer seus primeiros pagamentos de juros, que devem totalizar cerca de US$ 300
milhões.
Mas com a data de pagamento se aproximando rapidamente, há,
no entanto, alguma ansiedade sobre o que o bilionário impulsivo pode fazer para
aliviar o fardo da dívida de US $ 12,5 bilhões da empresa de mídia social.
Sim, Musk disse em
uma conversa no Twitter Spaces no final de dezembro, a empresa tem cerca de US$
1 bilhão em dinheiro em seu balanço. Mas ele também lançou abertamente a ideia
de falência,
citou uma "queda
maciça" em receita, já que alguns anunciantes fugiram da
plataforma, e cortou a equipe desde que fechou sua compra alavancada de US $ 44
bilhões no final de outubro.
Um grupo de sete bancos, liderado pelo Morgan Stanley, é o
dono da dívida. O drama em torno da aquisição de Musk e dos mercados voláteis
os deixou sobrecarregados com os empréstimos, que normalmente teriam
descarregado para os investidores.
Agora, depois que eles perderam alguns US$ 4
bilhões na carteira por apoiar a oferta de Musk no Twitter, os
espectadores do mercado veem pouca razão para os bancos concordarem com
quaisquer manobras inesperadas perto do prazo de pagamento de juros,
aproximadamente por volta de 27 de janeiro.
Afinal, na maioria das falências, o patrimônio é eliminado —
e os credores acabam assumindo o controle.
"Há muito em jogo para Musk e seus
coinvestidores", disse Jordan Chalfin, analista sênior da empresa de
pesquisa de crédito CreditSights. "A Twitter fará seus pagamentos de juros
de curto prazo, haja o que houver, e dará tempo ao negócio para se recuperar."
Representantes do Morgan Stanley e Musk não responderam a
pedidos de comentários.
Poucas razões
Embora tudo seja possível com Musk, ele não tem muitas
razões para pular o primeiro pagamento de juros. O longo prazo é uma questão
maior: na conversa do Twitter Spaces, ele disse que a empresa estava a caminho
de perder US $ 3 bilhões em 2023.
"É por isso que passei as últimas cinco semanas
cortando custos como louco", disse ele.
Mas, no curto prazo, se a Twitter não pagasse seus juros,
isso poderia desencadear um calote, o que permitiria que os bancos forçassem a
empresa à recuperação judicial. Algumas dívidas permitem um período de carência
de 30 dias, mas não está claro se isso existe para os empréstimos da Twitter.
Independentemente disso, as consequências para Musk, de 51
anos, que possui cerca de 79% da empresa, seriam imediatas e graves.
Embora a Twitter esteja pendurada com essa dívida, e não
Musk pessoalmente, ele colocou mais de US $ 20 bilhões para sua participação na
empresa. Isso agora vale cerca de US $ 11,6 bilhões, uma parte considerável de
sua fortuna de US $ 137,4 bilhões, de acordo com o Índice de bilionários da Bloomberg.
"Se você é um credor da Twitter e Elon Musk está
ameaçando não pagar o cupom de juros, você vai para o manual padrão, que é:
'OK, nos vemos na falência", disse Philip Brendel, analista de dívida em
dificuldades da Bloomberg Intelligence.
"Em termos de quem tem mais a perder, certamente é Elon
Musk", disse Brendel. "Se ele se importa, se perde isso ou não, essa
é uma questão totalmente diferente. Ele certamente se comporta de maneira
diferente do que as pessoas normais fariam nessas situações."
Negociações mais amplas
Musk é conhecido por ser imprevisível e poderia usar o
primeiro pagamento em negociações mais amplas com os credores da Twitter. Ele e
os bancos têm tentado encontrar soluções para o fardo de juros, que se tornou
mais punitivo do que quando ele fez sua oferta em abril, quando as taxas de
juros subiram.
No final do ano passado, os banqueiros pensaram em substituir
parte da dívida a juros elevados por novos empréstimos garantidos por ações
da Tesla
Inc. com aval pessoal de Musk, uma das várias opções consideradas na
época.
Como Musk vendeu US $ 3,6 bilhões em ações da Tesla no mês
passado, alguns analistas especularam que ele poderia usar o dinheiro para
comprar dívida da Twitter dos bancos, colocando-o em uma posição melhor no
processo de falência. Mas não está claro se o Morgan Stanley e outros venderiam
para ele a preços de liquidação de bom grado.
Há também uma chance de Musk decidir desistir da Twitter e
se concentrar em suas outras empresas, incluindo Tesla e Space X.
É claro que, se Musk se afastasse, ele não apenas
prejudicaria a si mesmo, mas também aos outros financiadores de ações que se
juntaram ao seu investimento, como o fundo soberano do Qatar (QIA), que
contribuiu com US$ 375 milhões.
"Nós nos envolvemos com a administração, com Elon em
termos do plano que ele tem para a empresa, e acreditamos nisso, e confiamos em
sua liderança em termos de dar a volta por cima na empresa", disse o CEO do
QIA, Mansoor Al Mahmoud, em uma entrevista à Bloomberg TV em Davos na
segunda-feira.
O QIA fez parte de um grupo de cerca de 20 investidores que
contribuíram para o compromisso de capital, de acordo com um relatório de maio.
O príncipe saudita Alwaleed bin Talal também rolou mais de 30 milhões de ações,
avaliadas em cerca de US$ 1,9 bilhão usando o preço de compra de US$ 54,20.
Jack Dorsey também rolou seu investimento.
Detalhes da dívida
A Twitter tem três grandes dívidas com juros vencidos: US$
6,5 bilhões que deveriam ser vendidos a investidores de empréstimos
alavancados, e US$ 6 bilhões em empréstimos-ponte, divididos igualmente entre
uma parcela garantida e não garantida, que os bancos planejavam vender na forma
de títulos “lixo”.
Toda a dívida parece ter pagamentos de juros trimestrais, de
acordo com uma carta de compromisso de dívida
de abril e pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram para
não serem identificadas discutindo uma transação privada.
O juro previsto para as próximas semanas deve ser de cerca
de US$ 300 milhões, de acordo com cálculos da Bloomberg e participantes do
mercado não envolvidos no acordo com a Twitter. Isso é baseado na carta de compromisso
da dívida e em um taxa
de juro máxima de 11,75% na tranche não garantida.
Esse número pode ser maior dependendo se os bancos
aumentaram a taxa de juros da parcela de US $ 6,5 bilhões usando sua provisão
"flexível" quando o negócio foi fechado e se o Twitter está usando a
versão de um, três ou seis meses da Taxa de Financiamento Overnight Garantida
de referência.
Enquanto isso, a Twitter tem procurado maneiras criativas de
reduzir os gastos. Em alguns casos, parou de pagar aluguel em alguns de seus
escritórios e também pediu aos funcionários que tentassem renegociar acordos com
fornecedores terceirizados. Esta semana, a Twitter leiloou centenas de
peças de mobiliário de escritório.
Musk tuita periodicamente sobre a decisão do Federal Reserve
de aumentar as taxas de juros no ritmo mais rápido em uma geração.
"Eu me pergunto o que teria acontecido em 2009 se o Fed
tivesse aumentado os juros em vez de reduzi-los", disse ele em 13 de
janeiro. "Quanto maiores as taxas, mais difícil a queda."
Elon Musk está enfrentando alguns problemas endógenos e
exógenos. Os endógenos têm a ver com seu ego, que não permitiu avaliar que sua
entrada nessa empresa traria mais pontos negativos que positivos — um enorme
erro de julgamento; além disso, não posso imaginar que não tenha olhado a
situação financeira da Twitter — ou ele achou que os bancos iriam oferecer
recursos ilimitados por ser ele agora o dono? Os exógenos têm a ver com a
situação indefinida da economia, que no curto prazo já tem o impacto de juros
mais altos — agora, nem pensar no que uma recessão impactaria suas receitas.
Diferente do meu caso, que podia escolher não trabalhar mais
no BMC, ele é o dono da Twitter, e uma complicação aí pode comprometer seu
carro chefe da Tesla, que também já sofreu uma queda vertiginosa nas suas
ações. Qual será seu futuro? Se tivesse usado a frase com que sempre busco me
nortear, talvez não estivesse nessa enrascada. Ninguém é bom em tudo!
No post o-mercado-e-sabichão fiz os seguintes
comentários sobre o ouro: ... “ Parece que a onda 3
em verde terminou e agora está no processo de queda que deveria levar o metal a
U$ 1.749/U$ 1.741 para depois subir ao nível apresentado acima. O que não pode
acontecer? Negociar nem um centavo abaixo de U$ 1.729,39 1” ...
A queda que eu estava esperando foi menor atingindo U$ 1.771 indicando bastante força do metal. Pela visão apresentada abaixo a onda V em laranja parece ser estendida, o que ocorre com alguma frequência com as commodities. O término desse movimento deverá ocorrer em U$ 1.990. Não nos resta outra opção a de esperar a correção da onda 2 em verde cujo objetivo está delimitado pelo retângulo.
O SP500 fechou a 3.897, com queda de 0,79%; o USDBRL a R$ 5,1753, com queda de 0,20%; o EURUSD a € 1,0835, com alta de 0,40%; e o ouro a U$ 1.933, com alta de 1,55%.
Fique ligado!
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