Bola na trave! #SP500
Percebi que os
piores momentos na vida acontecessem quando ficamos imobilizado. Nessa circunstância
de inação a sensação é que algum movimento é preciso, mas, por outro lado, não
se tem segurança, e isso gera angústia. Tenho a impressão de que os
investidores estão sentados esperando o tempo passar, o que leva a volatilidade
a níveis tão baixos nas bolsas americanas. Estão cansados de saber que a chance
de uma recessão segundo os economistas é elevada, enquanto os dados econômicos
ainda não apontam nem de perto esse estado. Os juros ainda sobem e nem mesmo o
Fed sabe bem o que deve fazer. Os
indicies de bolsa são espelho desse momento não sabendo bem para onde ir e como
tal ficam parados num determinado patamar.
Esse momento é
projetado nos artigos econômicos, ninguém aguenta mais ler sobre como a
economia deveria entrar em recessão, como o Fed deveria parar de subir os juros
e assuntos correlatos. Uma alinho aqui, outra acolá sustentando seus argumentos
não são suficientes para resolver as dúvidas que somente o tempo poderá
esclarecer.
A Gavekal acredita que não vai ter recessão nem esse ano, nem no próximo e isso poderia ser um problema inverso do que o mercado espera, pois, a taxa de juros dos títulos longos de 10 anos está muito baixa — 3,40% a.a. Sobre esse ponto os gestores de hedge funds nunca tiveram uma posição tão elevada apostando que os juros estão muito baixos e devem subir.
Os leitores antigos sabem que gosto de futebol e torço para o Santos. Tenho uma teoria que o futebol brasileiro desde 2016 que o futebol no Brasil não iria prosperar, pois percebi que a Europa se encontra quilômetros de distância. Para não alongar o assunto o motivo é o dinheiro que está envolvido, vamos ficar com os super jovens por um tempinho — veja o caso do Endrick que nem vai comemorar seu aniversário de 18 anos no Brasil, e os velhos que retornam para se aposentar aqui. Não adianta ter um Palmeiras despontando e o resto caindo pelas tabelas, é necessário competitividade entre os times.
Joe Wiggins no
site Behavioraul Investment publicou uma matéria que busca uma nova forma de
avaliar um time de futebol. Será que o Santos tem salvação?
O time de
futebol que você torce acaba de perder mais um jogo. Você assiste a uma
entrevista com o treinador e eles lamentam sua má sorte. Eles dominaram a
partida, tiveram inúmeras chances de marcar, mas tiveram azar. Isso é verdade
ou eles estão apenas tentando mascarar outro desempenho ruim? Para responder a
essa pergunta, existe uma métrica que pode ajudar. Os Gols Esperados (xG)
tornaram-se amplamente utilizados no futebol e no hóquei nos últimos anos. O xG
nos diz o número de gols que uma equipe deve ter marcado com base na qualidade
das oportunidades criadas. Tal como acontece com todas as métricas, é
imperfeito, mas fornece uma ajuda inestimável para desembaraçar a habilidade da
sorte. A gestão de fundos é outra área em que temos sérias dificuldades em
ver além da aleatoriedade e do acaso. Uma métrica como o xG poderia ajudar e
como ela poderia funcionar?
Os modelos xG
são complexos, mas o que eles estão tentando alcançar é simples. Para cada
chance criada em um jogo, uma probabilidade de marcar será atribuída a ele,
criando um “gol esperado” entre 0-1. Essas probabilidades são derivadas
da análise de cenários históricos. Por exemplo, a taxa de sucesso de conversão
a longo prazo de um pênalti é de 80%, portanto, se sua equipe receber uma penalidade,
isso resultará em um xG de 0,8 (independentemente de eles marcarem ou não).
Por que essas
informações são úteis? Existem três benefícios principais:
— Ela fornece
uma visão sobre se uma equipe está abaixo ou superando (ou talvez esteja
experimentando boa, ou má sorte).
— Pode
destacar se uma equipe é extraordinariamente forte ou fraca no aspecto mais
importante do jogo — eles persistentemente superam seu xG, marcando mais gols
do que o modelo sugere que deveriam?
— Pode
destacar onde uma equipe está indo bem ou mal. Talvez não seja que eles não
possam chutar, eles nem criam boas oportunidades de marcar.
Ainda há uma
abundância de julgamento necessário aqui — minha equipe é azarada ou terrível
em acertar o gol? Mas só porque uma métrica não nos dá uma resposta finita, não
significa que não seja útil.
Os
investidores em fundos ativos estão lutando com muitas das questões que a
métrica xG visa abordar no esporte. Os resultados são mais uma consequência da
sorte ou da habilidade? Quais são as expectativas razoáveis para o desempenho?
O problema de
usar uma ideia semelhante no investimento é que é uma atividade muito mais abrangente
do que o futebol. Um sistema adaptativo complexo, comparado a um jogo discreto
com regras fixas e uma vasta base de evidências de situações semelhantes. Essa
distinção, no entanto, não significa que empregar tal conceito para o
investimento ativo em fundos seja sem importância. A declaração do
problema subjacente é muito semelhante:
xG no futebol:
Dada a oportunidade, qual era uma expectativa razoável para um gol ter sido
marcado?
'Alfa
esperado' no investimento: dada a oportunidade estabelecida, qual era uma
expectativa razoável para o desempenho de um gestor de fundos?
Como podemos
estimar quanto alfa um gerente deve ter entregado ao longo de um período?
Existem dois métodos possíveis:
Top-down / baseado em fatores: nesta abordagem, podemos usar retornos
históricos para descrever os resultados de um gestor de fundos como
sensibilidades a vários fatores (valor, qualidade, momento, tamanho, etc.).
Podemos então comparar o desempenho de seu fundo com uma versão simplificada de
sua estratégia com base nos retornos dessas exposições a fatores.
A vantagem
dessa técnica é que é razoavelmente simples construir um modelo que seja
consistente com as sensibilidades históricas de um fundo. A desvantagem é que
um histórico de desempenho de algum tempo é necessário e, para alguns gerentes,
pode ser difícil capturar seus resultados por meio de exposições a fatores.
Isso pode ser porque eles carregam muito risco idiossincrático, ou seu estilo
muda ao longo do tempo. Tais situações serão, no entanto, minoritárias.
Bottom-up / fundamental: uma abordagem mais robusta é criar uma
réplica sistemática da abordagem do gestor (todos os gestores de fundos devem fazer
isso de qualquer maneira).
Para fazer isso, precisaríamos entender o processo de investimento em detalhes
— características dos títulos comprados, dimensionamento de posições, etc. Em
essência, estamos tentando construir uma imitação sistemática e baseada em
regras com a qual podemos comparar as decisões reais tomadas pelo gestor do
fundo. Isso pode ser tão granular ou simples quanto desejarmos.
O benefício
desse sistema mais matizado é que ele não depende de retornos históricos, mas
da filosofia e do processo do gestor. Também pode fornecer um contraste claro
entre o que um gestor está fazendo em seu fundo e o que está acontecendo em
nosso modelo. A desvantagem é que requer o desenvolvimento sob medida de um
modelo de construção de portfólio / stock picking e é muito dependente
de como podemos interpretar o processo adotado por um determinado gestor de
fundos.
Ambas as
abordagens são imperfeitas e instáveis, e não fornecem nem de longe a confiança
que podemos tirar de uma métrica xG no futebol. Estamos, no entanto, em uma
indústria onde as discussões sobre habilidades são extremamente deficientes, e
há uma forte dependência de desempenho passado simples com pouca tentativa de
separar sorte e habilidade.
Criar alguma
forma de modelo “alfa esperado” para os fundos teria dois benefícios
principais.
Em primeiro
lugar, ajudaria a formar expectativas sensatas para o desempenho de um gestor
de fundos e permitir concentrar-nos na divergência entre isso e a realidade. Se
o nosso modelo alfa esperado está sofrendo, é razoável esperar que o gerente
esteja tendo um desempenho ruim. Isso nos afasta da constante obsessão por
baixo desempenho e desempenho superior em comparação com um benchmark padrão.
Em segundo
lugar, destacar as disparidades entre os resultados de um gestor de fundos e
uma simples aproximação de sua abordagem poderia ajudar a identificar alguma
forma de habilidade ou vantagem. Há algo acontecendo que é distinto do que pode
ser fácil e sistematicamente replicado? Vale a pena pagar?
Não há uma
solução mágica na avaliação da habilidade ou vantagem do gestor de fundos, mas
a ideia por trás do xG no futebol aponta para um meio mais sutil de olhar além
da sorte e do ruído que domina o investimento. Avaliar os gestores de fundos
através da lente do “alfa esperado” poderia ajudar os investidores não apenas a
definir expectativas de desempenho razoáveis, mas a entender melhor se o valor
está sendo adicionado e, em caso afirmativo, de onde ele está vindo.
Vou começar
minha ideia do xG na indústria de fundos. É muito claro que em qualquer
operação financeira o resultado pode ocorrer por sorte ou competência e tenho
dúvidas se essa característica é clara na cabeça dos gestores, eles
dificilmente irão dizer que foi por sorte um acerto e apenas em alguns casos
dirão que foi por azar um erro. No futebol também tenho meus receios sobre esse
método, como aplicar dados passados para competições com adversários
diferentes?
O que adianta
saber que um time está ótimo, mas perdeu a partida porque a bola bateu na trave? Em relação aos fundos melhor comprar o ETF, não é necessária nenhuma análise qualitativa
como o gestor atuou no passado nem tampouco se teve azar ou sorte na sua
performance, nesse último, fico com a análise técnica.
No post aposta-no-azarão fiz os seguintes
comentários sobre o SP500: …” Está difícil do SP500
definir um caminho, embora esteja subindo lentamente” … ..."No mercado, a
paciência é um dom a se preservar, pois do mesmo jeito que quem está comprado
fica irritado, quem está vendido também fica, em situações como essa” ...
Hoje pela manhã pensei por que eu deveria ter posição em bolsa num momento tão duvidoso, afinal, bolsa não gosta de indefinição. Decidi liquidar as posições de nasdaq100 e SP500. Acredito que a bolsa vai cair? Não, mas pode sofrer uma correção que iria de qualquer forma executar nossos stopsloss.
Qual seria a uma alternativa? Todo movimento que ocorreu da mínima em março completou a onda 1 conforme apontado no gráfico a seguir. Desta forma, o SP500 poderia retrair até os níveis destacados na elipse 4.027/3.985/3.942, algo entre 2,5% e 5% de queda. É muito? Não, mas prefiro entrar em outro momento com maior clareza. Notem que a linha vermelha traçada tem servido como resistência em dois momentos que se sucedeu uma queda.
Nota: no final todas as posições teriam sido estopadas!
O SP500 fechou a 4.071, com queda de 1,58%; o USDBRL a R$ 5,0632, com alta de 0,59%; o EURUSD a € 1,0971, com queda de 0,63%; e o ouro a U$ 1.997, com alta de 0,44%.
Fique ligado!
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