Ruim não está #nasdaq100

 


Hoje feriado nos mercados internacionais não deixou os investidores sem trabalho, o motivo foi a publicação dos dados do mercado de trabalho. Com a adesão de 236 mil novos postos, ficou exatamente na previsão dos economistas, embora houvesse alguns que esperavam uma queda maior, haja visto que se notou muitas companhias dispensando funcionários no 1º trimestre desse ano. Uma observação visual sobre os dados abaixo referente aos últimos 12 meses indicam uma certa estabilidade ao redor de 250 mil/ 300 mil. É verdade que dados de emprego não permitem uma extrapolação para o futuro, porém a tão esperada desaceleração ainda não aconteceu.



A taxa de desemprego caiu inesperadamente após subir no mês passado, e caiu de 3,6% para 3,5%, abaixo do consenso de 3,6%; o número de pessoas desempregadas, em 5,8 milhões, foi pouco alterado em março. As taxas de desemprego para homens adultos (3,4%), mulheres adultas (3,1%), adolescentes (9,8%), brancos (3,2%), negros (5,0%) e asiáticos (2,8%) mostraram pouca ou nenhuma mudança ao longo do mês.

Talvez a maior surpresa no relatório de hoje, no entanto, tenha sido a queda contínua nos ganhos por hora, que em abril chegaram a 4,2% Y / A, abaixo dos 4,6% em fevereiro e abaixo dos 4,3% esperados. Na base mensal, os lucros subiram 0,3%, como esperado, e modestamente acima dos 0,2% do mês passado. Isso, no entanto, pode ser devido a outra queda modesta na média de horas trabalhadas, que caiu de 34,5 para 34,4, abaixo dos 35,5 esperados.




 A principal reação dos mercados ocorreu no bonds, onde a taxa de juros do mais curto, 1 a 2 anos subiu mais 10 bps, o que é bastante para um mercado praticamente sem liquidez, afastando a queda de juros que o mercado apostava ocorrer a partir do segundo semestre deste ano. Mesmo assim, segundo as taxas espelhadas nos mercados futuros e considerando que ainda haverá um aumento na próxima reunião em maio de 0,25%, pela tabela abaixo para janeiro de 2024, a chance de cortes é grande, se somarmos todas a probabilidade para um corte de 100 bps se chega aproximadamente em 70%, ficar em 5% é zero!




 O leitor poderá se perguntar se ao observar essa taxa, o mercado está trabalhando com uma recessão no segundo semestre. Minha resposta seria que sim está trabalhando com no mínimo uma desaceleração, mas não saberia dizer se seria uma recessão. E qual seria o impacto na bolsa de valores com esse cenário? Por mais estranho que pareça, os analistas desse mercado trabalham com aumentos de lucros, fazendo uma comparação entre o PIB e esse indicador bem estranho fora do livro texto. Na Bloomberg, John Authers comentou uma possível explicação para essa distorção.



Albert Edwards, estrategista de investimentos do Société Générale SA, apresenta este gráfico para demonstrar que as margens de lucro tendem a ser altamente cíclicas e de reversão média, mas continuaram a subir para novos máximos durante o ciclo atual, mesmo que a inflação tenha aumentado os custos das empresas. É possível explicar isso com “ganância” — a ideia de que os aumentos de preços estão sendo motivados pela vontade das companhias de manter suas margens e repassar seus custos adicionais corretamente aos clientes:



Em particular, Edwards aponta que os custos trabalhistas dos EUA costumavam ser cíclicos, mas a entrada da China na Organização Mundial do Comércio em 2001 iniciou um declínio constante à medida que as empresas podiam enviar empregos para o exterior. Um período de recuperação para o trabalho foi recentemente interrompido:



Em teoria, isso não deveria acontecer. O capitalismo garante que, se alguém conseguir poder de precificação por um tempo, os concorrentes surgirão para trazê-los de volta à linha. Condições de negociação fortes para o trabalho dão lugar a problemas para os lucros e condições muito piores para o trabalho. Então, como Edwards coloca, se os lucros e as margens de lucro permanecerem tão fortes, isso implica que algo deu errado com o capitalismo.

A seguir, o gráfico da Yardeni Research mostra que as margens de lucro projetadas tendem a diminuir à medida que os ganhos reais se aproximam. No entanto, as estimativas para as margens deste ano e do próximo estão confortavelmente à frente de quaisquer markups alcançados pelas companhias na década anterior à pandemia. Espera-se que as margens recuem um pouco; eles definitivamente não devem passar por um grande declínio cíclico:



 

Essa confiança nas margens ajuda a explicar por que as expectativas de ganhos não estão tão más. Eles estão diminuindo, como fazem nas temporadas de relatórios, mas, se olharmos para as previsões em uma base contínua para os próximos 12 meses e para os 12 meses depois, percebemos que estão bem nas últimas semanas.

Conclusão: Ruim não está

No post uma-economia-em-coma-profundo fiz os seguintes comentários sobra a nasdaq100: … “Vou compartilhar o gráfico com janela semanal para observar uma figura mais ampla. A área delimitada com o retângulo encontra-se o objetivo estabelecido pelas 5 ondas verdes e, a retração de 61,8% entre a máxima ocorrida no início de 2022 e a mínima atingida em outubro do mesmo ano, um resultado meio cabalístico de 13.990 (on sale?). Para surfar essa onda até lá (se é que chegará) só me arrisco com stop loss com rédea curta” …




Como o dia é feriado nos Estados Unidos, estou compartilhando o gráfico com a janela diária com o fechamento de ontem. No momento, o mercado futuro desse indicie se encontra sem variação. Ainda não planejo fazer nenhuma alteração de estratégia, mantendo o objetivo de ~ 14 mil.




De onde está vindo o fluxo de recursos para a bolsa? Ao primeiro olhar, pode-se imaginar que os clientes de varejo estariam por trás da alta que pode ser identificada em outras altas recentes, mas parece que não é o caso, conforme o acompanhamento feito pela Bloomberg. Na opinião do Mosca, acredito em dois fatores: diminuição das proteções de queda (e também dos que apostavam na queda) por meio de opções de venda que até pouco tempo detinham grande volume, aumento das posições por parte dos investidores institucionais que até pouco tempo detinham uma posição de caixa superior às médias históricas.




 Os mercados permaneceram fechados durante a comemoração da Páscoa. Feliz Páscoa!




Fique ligado!

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