Pense fora da caixinha #nasdaq100
Nesse feriado de Tiradentes os mercados internacionais estão funcionando. Sendo assim, um olho no gato, um olho no peixe. Mas serei breve.
Pela manhã
tive um pensamento: por que o investidor brasileiro que gosta de risco aplica em
ações brasileiras? A resposta é bastante lógica: conhecemos melhor os nomes
locais, e como investir está associado a risco, o desconhecido se classifica na
categoria muito arriscado.
Não precisa se
sentir culpado, estou cansado de ouvir histórias nesse sentido, por exemplo, ao
conversar com banqueiros eles relatam que alguns de seus clientes que se
aventuram a enviar recursos ao exterior buscam nomes brasileiros para sua
carteira, afinal, “conhecem” O banco Itaú melhor que o banco “X”. Não estou de
forma nenhuma fazendo um julgamento do banco brasileiro, essa citação é apenas
um exemplo ilustrativo. Se é essa a diversificação almejada ao enviar os
recursos não atinge seu intuito.
Na área de
renda fixa o Brasil é imbatível. Durante minha vida profissional convivi
praticamente sempre com juros reais positivos. Enquanto essa situação
permanecer não tem como competir. Mas o assunto que trago é na parte de ações.
Estou cansado de encontrar estudos sobre ações, principalmente no mercado
americano, mostrando que seu retorno no longo prazo é superior a outras classes
de ativos. Nem precisa fazer muita elaboração, como alguns analistas buscam,
mitigando as quedas mais expressivas que houve no meio do caminho.
Algumas vezes
me pergunto por que não existem tais estudos no mercado brasileiro, e hoje caiu
a ficha, porque esses estudos mostrarão exatamente o inverso do que ocorre no
exterior, perdem para qualquer renda fixa. Além disso, do ponto de vista
técnico o IBOVESPA tem se mostrado sempre “difícil” de examinar, porque vai de
correção em correção. Não tem tendencia de longo prazo!
É tudo logico,
nos EUA você tem uma economia que cresce, às vezes mais, às vezes menos, e um
mercado competitivo com empresas voltada a buscar lucro aos acionistas, e aqui
temos governo que entra, governo que sai, com objetivos contrários a esse, e
sem um crescimento consistente. Se concordam com meu ponto de vista, por que
investir em bolsa no Brasil? Com pensamento de longo prazo não é uma boa, e
hoje em dia é possível fazer essa alocação internacional.
Também tenho
insistido na forma de construir um portfólio usando ETF ao invés de fundos
mútuos ou mesmo carteira de ações. Sobre esse tema, Nick Maggiulli publicou no
Dollars And Data uma matéria sobre como a concentração não é sua amiga.
Visualizando o risco de concentração (para o
investidor típico)
Se você quiser
uma visualização do risco de concentração, precisa comparar o desempenho do Índice Russell 3000 contra seus
componentes de ações individuais para 2021 e 2022.
Fiz isso no
gráfico abaixo, que mostra o desempenho do Índice Russell 3000 (em vermelho) e
cada uma de suas ações subjacentes (em cinza) ao longo de 2021 [Nota: o eixo y
é uma escala logarítmica]:
Este gráfico demonstra a dispersão no desempenho que acompanha posições mais concentradas (ou seja, ações individuais). Em particular, algumas ações cresceram 3x (ou mais), enquanto outras foram cortadas pela metade. O desempenho do percentil 25 foi de 0%, o desempenho mediano foi de +23% e o desempenho do percentil 75 foi de +49% em 2021. Tudo isso aconteceu em um ano em que o índice Russell 3000 subiu 26% (por exemplo, US $1 subiu para US $1,26 no final do ano).
No entanto,
2021 foi um bom ano para a maioria das ações e índices de ações. Se fôssemos
traçar o mesmo para 2022 (um ano não tão bom), então a história seria bem
diferente:
Embora esses
gráficos forneçam evidências empíricas
para o risco de posições concentradas, a evidência teórica também existe. Como Lazard destacou nesta revisão de estudos que discutem
carteiras concentradas,
à medida que o número de ações em sua carteira aumenta, o desvio padrão de seu portfólio
(ou seja, risco) cai:
Em particular, passar de uma carteira de 1 ação para uma carteira de 5 ações reduz o desvio padrão pela metade, e passar de uma carteira de 5 ações para uma carteira de 50 ações reduz o desvio padrão em mais 40%.
Não tenho certeza
se comentei, mas meu desapego da bolsa brasileira ocorreu em 2001 quando tive
oportunidade de conhecer melhor o mercado internacional através do Deutsche
Bank onde trabalhei. Não é confortável de início, mas como qualquer mudança
requer tempo. Comece hoje e vai perceber o mundo de opões que existem. Pense
fora da caixinha e daqui a 5 anos verá que fez uma boa troca, comece pelos mais
simples como os ETF dos índices.
No post inflexão-vista fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ...” ainda
existe muito pessimismo no ar como o apontando nessa pesquisa do Global
Investment Manager onde os investidores institucionais não estão comprando as
últimas altas. Não está fácil navegar nesses mares, mas a indicação dos
gráficos ainda é de alta. Vamos ver!” ...
Estamos numa estagflação1? A pesquisa feita pelo Bank Of America feita com os gestores globais aponta nesse sentido. Mas realmente eu não sei de onde tiraram essa conclusão, pois veja a seguir a definição dada para esse ciclo pelo Investopedia.
1 Estagflação
é um ciclo econômico caracterizado por baixo crescimento e elevada taxa de
desemprego e inflação.
Pelas opções dadas nessa pesquisa pode ser que o Bank Of America induziu a essa resposta, pois nenhuma das outras se encaixa: Boom econômico, Goldilocks, Estagnação Secular. Na opinião do Mosca não é nenhuma dessas, pois o crescimento ainda é descente, o desemprego muito baixo e somente a inflação que está elevada, razão pela qual, o Fed está aumentando os juros.
O SP500 fechou a 4.133, sem alteração; o EURUSD a € 1,0990, com alta de 0,21%; e o ouro a U$ 1.982, com queda de 1,09%.
Fique ligado!
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