Simplificando a vida #usdbrl


 Outro dia estava pensando como buscamos tornar a vida mais simples com a idade. Por que será? À primeira vista imaginei que a propensão a resolver problemas quando nos tornamos mais velho diminuem e sem dúvida essa pode ser uma razão. Mas será que nossa experiencia de vida nos ensina que as soluções mais simples são as melhores?

O portfólio também vai na mesma direção, menos fundos, menos ações individuais, mais ETF. Um artigo publicado por Amy C Arnott no site da Moringstar cujo título vai nesse caminho: Porque investimentos complexos não são seus amigos.

Os fundos mútuos foram originalmente concebidos para simplificar a vida. Numa época em que era difícil ou impossível para investidores individuais montar um portfólio diversificado sem pagar altas comissões de negociação, fundos como MFS Massachusetts Investors Trust MITTX, Vanguard Wellington VWELX e Pioneer Fund PIODX iniciaram uma indústria totalmente nova na década de 1920, que então se tornou mais regulamentada e transparente com o Investment Company Act de 1940.

Desde então, a indústria de fundos cresceu e se tornou um colosso de mais de US$ 20 trilhões, com mais de 10.000 fundos mútuos e fundos negociados em bolsa (sem incluir várias classes de ações) disponíveis para investidores nos Estados Unidos. Tanta abundância é um embaraço de riqueza para o investidor comum, mas nem sempre leva a melhores resultados. Neste artigo, vou me aprofundar nos perigos da complexidade e sugerir algumas maneiras de simplificar as coisas.

Complexidade abundante

A indústria de fundos agora inclui uma variedade deslumbrante de opções, de ativos a passivos, longos a curtos, inversos a alavancados e várias combinações dos mesmos, abrangendo quase todas as classes de ativos concebíveis e muito mais. O banco de dados de fundos da Morningstar nos EUA agora inclui 28.000 classes de ações de mais de 800 empresas de fundos diferentes e 128 categorias.

Lançamentos recentes de fundos tornaram-se cada vez mais esotéricos e orientados para nichos: durante os últimos três anos, por exemplo, as empresas de fundos lançaram pelo menos 139 fundos com foco em negociação de opções, 53 ações alavancadas, 39 ativos digitais (também conhecidos como criptomoedas), 26 negociações - inversa equidade, 274 fundos setoriais e 205 fundos temáticos.

Essa gama de opções não apenas pode ser esmagadora, mas também leva a resultados piores para os investidores. Como escrevi há algumas semanas, a Morningstar introduziu recentemente uma nova estrutura de função no portfólio projetada para ajudar os investidores iniciantes a simplificar o processo de investimento e evitar grandes erros de portfólio. Uma dimensão-chave dessa estrutura se concentra no tamanho máximo da posição, ou seja, a porcentagem de ativos que recomendamos dedicar a um determinado tipo de fundo dentro de um portfólio. Dividimos a cobertura do fundo em quatro grupos principais: stand-alone (que pode ocupar de 80% a 100% de uma carteira), core (40% a 80%), building block (15% a 40%) e limitado (menos de 15%).




Por que a complexidade não ajuda os investidores

Este estado de coisas de cabeça para baixo não levou a melhores resultados para os investidores. Na verdade, há ampla evidência de que as empresas de fundos tendem a lançar ofertas altamente especializadas exatamente no momento errado: depois que um determinado setor já atraiu o interesse do investidor, levando a avaliações e níveis de risco mais altos. Criptomoeda é um caso em questão. O interesse na área explodiu após o aumento de dez vezes entre 2019 a 2021. O número de ofertas de fundos com foco em ativos digitais passou de cerca de dois para cerca de 30 até o final de 2021. Isso foi bem a tempo para a correção acentuada em 2022, quando o CMBI Bitcoin Index perdeu quase dois terços de seu valor.

Da mesma forma, cerca de 70 novos fundos de tecnologia foram lançados entre 2019 e 2021, atraindo mais entradas do que qualquer outra categoria de fundos setoriais. Depois de registrar retornos acumulados de cerca de 142% nesse período de três anos, os fundos da categoria de tecnologia caíram cerca de 38%, em média, durante o mercado de baixa de 2022.

Esse padrão levou a uma lacuna persistente entre os retornos que os investidores realmente experimentam (também conhecidos como retornos do investidor ou retornos ponderados por ativos) e os retornos totais relatados. Essa lacuna foi em média ao redor de 1,7 pontos percentuais em todas as categorias de fundos ao longo do período de 10 anos que termina em 2021.

Em uma nota mais prática, a complexidade aumenta o número de detalhes para os investidores acompanharem. Mais contas significam mais senhas para lembrar, mais extratos de conta para reunir na hora do imposto, mais tempo gasto no reequilíbrio e mais contas para contabilizar as distribuições mínimas exigidas. A vida é complicada o suficiente sem adicionar dezenas de participações de portfólio à mistura.

Cortando a complexidade do investimento

Existem algumas maneiras de evitar a complexidade do investimento. Uma das táticas mais úteis é desligar o barulho do dia a dia das notícias econômicas e de mercado. Particularmente durante tempos voláteis e incertos, quase sempre há algo preocupante ou indutor de pânico acontecendo, mas fazer movimentos drásticos de portfólio em resposta geralmente é uma má ideia. Em uma nota relacionada, não tenha medo de colocar coisas em sua pilha “muito difícil”. Produtos ou estratégias de investimento complicadas que você não entende geralmente não levarão a melhores resultados. E se algo parece bom demais para ser verdade (um rendimento acima da média, retornos de três dígitos, um gerente que promete ter um bom desempenho, independentemente do ambiente de mercado), geralmente é um sinal de alerta.

Em vez disso, seja um editor implacável de sua vida de investimento. Existem apenas algumas classes de ativos que a maioria dos investidores precisa, conforme mostrado na tabela abaixo. Todo o resto é opcional.




Robo-advisors também podem ser uma boa opção para investidores que não desejam administrar seus próprios portfólios. Esses programas geralmente começam fazendo uma série de perguntas para avaliar o horizonte de tempo e a tolerância ao risco de um indivíduo e, em seguida, combiná-los com um portfólio adequado, geralmente composto de ETFs de baixo custo.

Em última análise, o mais importante é focar o mais intensamente possível no que mais importa. Um investidor que acerta um punhado de decisões importantes - manter as despesas baixas, economizar cedo e com frequência, e combinar seu horizonte de tempo pessoal com os tipos certos de fundos - provavelmente se sairá melhor do que aqueles que se atrapalham com a complexidade.

Esse artigo à primeira vista não traz muitas informações então por que razão decidi compartilhar? Quando vi a tabela acima reconheci praticamente meu portfolio atual, diria que não tem muito mais do que está expresso lá. Também não tenho como medir a performance ainda pois não faz muito tempo que implementei. Mas posso dizer que tenho a sensação de que está muito mais limpo e não tenho que me preocupar com empresa X publicou o balanço, bond Y caiu de preço ou venceu e ter que procurar algum outro cujo critério é se você “conhece” a empresa – aqui conhece de nome porque não vai se meter a olhar o balanço um a um.

A indústria de fundos passivos não para de crescer e vai de encontro com essa ideia de simplificação além do fato que os fundos não conseguem ter uma performance melhor que seu benchmark com consistência.




Vários estudos acadêmicos apontam que a grande maioria do retorno de carteiras de fundos de pensão foi propiciada pela alocação das classes de ativos (> 90%) ao invés de market timing ou os fundos em questão. Menos é mais!

No post quem-paga-conta fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “Até deu a impressão de que o dólar estava pronto para subir, porém acabou recuando deixando sem perspectivas no curto prazo. Demarquei abaixo o retângulo mostrando que neste primeiro trimestre a moeda quase não se mexeu, ficando uma banda estreita entre R$ 5,05 e R$ 5,30” ...




O dólar atingiu a banda inferior apontada acima, e agora? Não observo nada impulsivo que faria com que eu alterasse de forma radical minha visão. Como não tenho nada a propor no curo prazo é interessante observar o movimento numa janela maior de 1 semana. Notem que faz um ano que o real está contido numa faixa entre R$ 5,00 e R$ 5,40 e vejam que nesse período muita coisa aconteceu.

A onda (2) azul pode estar ainda válida até que o nível de R$ 4,9159 não seja ultrapassado.




 Até onde podemos esperar queda sem mudar o cenário? Abaixo de R$ 4,76 vou começar a buscar outras hipóteses que também vai depender do “shape” da queda: se muito abrupto ou letárgico como vem ocorrendo.

- Não seria interessante uma compra agora?

O único argumento é que caiu bastante, parece estar “barato” só isso, nada mais. Eu só vou me envolver, quando conseguir observar 5 ondas para cima, antes disso deixo para os day traders brincar!

O SP500 fechou 4.124, com alta de 0,37%; o USDBRL a R$ 5,0699, com alta de 0,13%; o EURUSD a € 1,0907, com alta de 0,63%; e o ouro a U$ 1.985, com alta de 0,90%.

Fique ligado!

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