Aeroporto errado! #eurusd
Iniciarei com os dados de inflação medidos pelo CPI publicado ontem nos EUA. À primeira vista parecia algo muito bom a inflação cheia cair para 5% a.a. um nível ainda elevado, mas como se observa queda, gerou alguns minutos de euforia nos mercados. Mas não tão bom foi a inflação core, que exclui alimentos e energia, se manteve estável em 5,4%. Porém, o que existe de ruim (ou não tão bom) nesses dados? Kristine Aquino detalha na Bloomberg.
Então,
recebemos o grande relatório da CPI ontem, e ele veio um pouco no lado “legal”.
Mas antes de entrar nisso, aqui está uma visão geral da trajetória do CPI,
usando várias maneiras de fatiar os dados.
Principalmente parece muito bom. Disparamos muito ao longo de 2021. Atingiu o pico em algum momento de 2022, e agora as linhas estão todas caindo.
É claro que há
um milhão de asteriscos e ressalvas diferentes que poderiam ser empregados
aqui. Como Jason Furman
apontou, muito do
progresso está relacionado ao desenrolar do pico de commodities que ocorreu na
sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. Enquanto isso, há outras razões
para pensar que não vamos apenas navegar bem a volta rumo ao alvo do Fed. Os
preços da gasolina pararam de cair por enquanto. Os carros usados no relatório
de ontem foram um deslocamento líquido, mas há sinais de que isso está se firmando
novamente, então eles podem começar a contribuir para a inflação mais uma vez.
Portanto, o horizonte não é claro.
Jason advoga que a inflação se encontra mais ou menos estável nos últimos 6 meses, não ocorrendo muito avanço nem muita retração.
De qualquer
maneira. Parece haver algum progresso, mas provavelmente há um bom argumento a
ser feito de que o progresso ainda está no lado lento. Mas isso também chega a
outra questão.
O mercado de
trabalho continua robusto. Estamos com 3,5% de desemprego. Outras medidas, como
a Taxa de Participação da Força de Trabalho, continuam a melhorar. Tudo isso
são coisas boas e, em algum momento, o Fed terá que decidir quanto valem os
custos de bem-estar do enfraquecimento do mercado de trabalho em relação aos
ganhos de bem-estar de voltar a 2% em tempo hábil.
É praticamente
impossível imaginar que o Fed aumentaria formalmente sua meta de inflação ou
algo assim. Mas talvez em algum momento, o Fed expresse mais confiança de que
as linhas estão indo na direção certa. E como Blackrock
expressou no início da semana, a agressividade no combate à inflação diminuirá mesmo com a meta não
tendo sido atingida.
No campo
empresarial muitas mudanças estão em curso. Todas as movimentações Geopolíticas
acrescido a descontinuidade que a Covid gerou na cadeia produtiva levaram as
empresas que mantêm boa parte de sua produção no exterior — leia-se China a
iniciar um processo de realocação de suas fábricas, além de diversificar os
países onde são produzidas. A Apple por ser tratar atualmente da maior empresa
do Globo, o que ela faz é importante em termos de impacto, bem como oferecem a
direção para outras empresas seguirem.
Recentemente
comentei sobre o que essa empresa estava fazendo nesse sentido, e já começa a
colher os resultados conforme Sankalp Phartiyal comenta na Bloomberg.
A Apple montou
mais de 7 bilhões de dólares em iPhones na Índia no ano fiscal passado,
triplicando a produção na arena de smartphones de crescimento mais rápido do
mundo após acelerar um movimento além da China.
A empresa
norte-americana agora fabrica quase 7%
de seus iPhones na Índia por meio de parceiros em expansão, da Foxconn Technology Group à Pegatron Corp. ,
disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Esse é um salto significativo
para a Índia, que representou cerca de 1% dos iPhones do mundo em 2021.
A Apple está explorando maneiras de reduzir sua dependência da China, à medida que as tensões entre Washington e Pequim continuam a aumentar. Seus parceiros de longa data, que fabricam a maioria dos iPhones do mundo a partir de fábricas em expansão na China, adicionaram linhas de montagem em um ritmo acelerado no ano passado, disseram as pessoas, recusando-se a ser identificadas porque a informação não é pública.
Da produção
total, a Apple exportou US$ 5 bilhões em iPhones no ano encerrado em março de
2023, quase quatro vezes mais do que no período anterior. Ela provavelmente
tentará fabricar os próximos iPhones na Índia ao mesmo tempo que
na China, em algum momento no outono de 2023. Se assim for, essa será a
primeira vez que a montagem do iPhone começará simultaneamente nos dois países.
E se a expansão agressiva de seus fornecedores continuar, a Apple poderá
montar um quarto de todos os seus iPhones na Índia até 2025. Representantes da empresa
norte-americana se recusaram a comentar. (destaque meu)
A primeira
razão é a escassez de mão-de-obra acessível. Os jovens chineses estão cada vez
menos dispostos a fazer trabalhos de fábrica repetitivos, e os empregadores
devem pagar bônus maiores para mantê-los. O salário mensal básico na China é de
RMB 4.000-5.000 (US $580-730), mas sobe para RMB 8.000-9.000 (US
$1.160-1.310) após bônus e horas extras. Além disso, os migrantes chineses
costumam usar o trabalho em fábricas como um trampolim para se orientar em uma
nova cidade, passando para um novo emprego depois de algumas semanas. A taxa de
rotatividade mensal pode atingir 30% — 40%. Os trabalhadores indianos custam
metade do que seus colegas chineses e são menos propensos a pular do barco.
A migração da
produção do iPhone representa um triunfo econômico para a Índia que pode ter implicações
sobre como outras marcas dos EUA planejam seus futuros. Para a Apple, o próprio
país representa uma fonte de crescimento futuro, em um momento em que a
economia chinesa está desacelerando após anos de restrições punitivas da Covid
Zero.
À primeira
vista a China deveria estar preocupada com esse movimento, afinal haverá
excesso de mão de obra independente do crescimento ou não econômico, diminuição
de investimentos e afetará sua balança comercial. Mas a balança comercial
publicada ontem fornece outra pista, como reporta a Bloomberg News.
As exportações
da China aumentaram inesperadamente em março, à medida que a demanda da maioria
dos países asiáticos e da Europa melhorou e as fábricas do país retomaram a
produção, aumentando as perspectivas da economia e indicando que o crescimento
global pode ser melhor do que o esperado.
As exportações
saltaram 14,8% em termos de dólares americanos no mês passado em relação ao ano
anterior, em parte impulsionadas por um aumento nos embarques para países do sudeste asiático
e pela demanda resiliente da Coreia do Sul e da Europa. Os economistas previam
uma queda de mais de 7%, e o resultado surpreendentemente forte foi a maior
divergência em relação às expectativas desde pelo menos 2018.
Ao se atentar nos detalhes, um item salta a vista, a exportação de veículos elétricos está explodindo. Fiquei surpreso! Sem ter empresa conhecidas nesse setor como a Tesla, a China está entrando num mercado extremamente promissor, o que pode propiciar um atalho, ao entrar num segmento “novo-velho” de alta tecnologia como é sua intenção, afinal é nesse segmento que o mundo se move atualmente.
Ao que tudo indica, a fábrica do mundo que foi o motor de
crescimento da China começa a se deslocar ao país vizinho a Índia, que vem
apresentando taxas de crescimento surpreendentes. Sem ter que sustentar
políticos e suas demandas, bem como a rigidez de um orçamento público federal
voltado ao funcionalismo público, nesse país não existe corrupção na dimensão
aqui vivida, é uma questão da religião, e sim um governo preocupado em gerar
empregos a um custo extremamente baixo quando comparados aos nossos.
Tudo isso que comento pode ser observado no mapa de produção
da Apple que no ano passado concorríamos com a mesma parcela de produção que a
índia e agora parece claro que essa empresa escolheu a Índia para acelerar
nesse processo, deve estar enxergando os pontos que apontei.
Tudo isso concorda com o meu sentimento de ceticismo em
relação ao Brasil, que ainda está distante da realidade moderna. Com um governo
que não enxerga um palmo à frente e se baseia em modelos retrógrados da década
de 70. Parece que agem da mesma forma que quando eram estudantes da “esquerda”
e, pior, uma política que se baseia em critérios escusos de benefícios e corrupção.
Me recordo que no longínquo 2007, quando estava numa reunião como saudoso
economista da Rosenberg José Augusto Savazini, chegamos a conclusão que o
Brasil seria somente um grande exportador de commodities e é exatamente o que
está acontecendo.
Lula deveria ter pego o avião e ir aos EUA convencer
empresas do porte da Apple que o Brasil poderia ser uma opção na diversificação
de suas fabricas chinesas e não ir a China para vender mais alguns sacos de
soja ou quilos de carne, eles irão comprar de qualquer maneira.
No post perturbações-de-curto-prazo fiz os seguintes
comentários sobre o euro: …” se continuar subindo?
Demarquei no gráfico a “área de restrição” onde deveria ser contida como último
reduto, pois caso a moeda única ultrapasse vou ter que refazer minha hipótese
de queda” …
Acabou acontecendo, o euro adentrou na “área de restrição” onde demarquei no gráfico a seguir onde pode se situar o intervalo onde deve ocorrer a retração, que: ou já estamos lá no primeiro ponto em € 1,1033 ou como parece provável o segundo patamar entre €1,1134/ €1,11785. Só após terminado, o euro deveria retroceder a um nível de € 1,0589 um pouco mais acima do que as projeções anteriores assinalavam.
Você está se referindo a colocação que fiz: …”, mas não joguei a toalha e o motivo segue nesse gráfico
com janela de 1 hora. Se a área demarcada com a elipse não contém 5 ondas, eu
não sei mais contar. Esse fato pode ter influência no curto prazo ou no médio
prazo, mas a Teoria de Elliot me diz que ainda terá uma queda antes de subir, de
onde começará a queda não sei, mas vai ter. A conferir!” …
Pelo seu sarcasmo acredito que não leu a frase inteira,
grifei para você. Acrescentando, nesse mesmo post frisei que ainda bem que não
me envolvi com um trade de venda pois segui o racional.
Mas posso mudar de ideia e ter que assumir que a queda
mínima que ocorreu na onda A foi suficiente para a moeda única seguir em
frente, isso pode ocorrer se o limite acima for ultrapassado. Queria lembra o
amigo que o compromisso é com o bolso e não com a opinião, nisso continuo
firme!
O SP500 fechou a 4.146, com alta de 1,34%; o USDBRL a R$ 4,9261,
com alta de 0,16%; o EURUSD a €1,1045, com alta de 0,53%; e o ouro a
U$ 2.040, com alta de 1,28%.
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