É tudo marketing! #bitcoin #SP500
Os ativos de risco, bitcoin incluído, tiveram uma boa
valorização no início deste ano. Os principais motivos para esse desempenho são
dois: queda na expectativa de alta de juros, incluindo corte previsto pelo
mercado para esse ano e aumento de liquidez provocado pelo stress bancário
ocorrido recentemente. Na bolsa, o setor de tecnologia e especificamente as
FAANGs subiram mais que as outras ações. O ouro também mostrou sinal de vida.
Mas as cripto moedas tiveram um desempenho expressiva, onde
o bitcoin subiu ao redor de 70%. E aí que surge os aficionados com afirmações
que o dólar vai virar pó, será isso verdade ou um instrumento de marketing?
Robert Armstrong comenta no Financial Times.
A ascensão de 70%
do Bitcoin este ano aconteceu em dois estágios. O primeiro foi o voo-para-shite que começou o ano, quando os sonhos de um
pouso suave e taxas de juros mais baixas desencadearam um rali em todos os
tipos de high yield de alta duração. A segunda foi a consequência do
colapso do Silicon Valley Bank. À medida que os rendimentos dos títulos caíram,
o preço do bitcoin estourou. Os fluxos para produtos de investimento em cripto
estão em seu nível mais alto desde meados de 2022, conforme a CoinShares.
Depois de uma
série de ações de preços estranhamente estáveis no segundo semestre do ano passado, esta
é uma grande mudança. Um rali em meio a um pânico bancário é “um Panamá” (1) para
bitcoiners. E a nova história de criptografia é a mesma velha história de
criptomoedas: as pessoas estão rapidamente perdendo a confiança nos bancos e
estão migrando para o bitcoin.
(1) A expressão “é um Panamá” é uma gíria
brasileira que significa que algo é ótimo ou de qualidade superior¹. A origem
da expressão é incerta e não há consenso sobre sua origem². Algumas fontes
afirmam que a expressão surgiu no início do século XX, quando o chapéu Panamá
era um acessório de moda muito valorizado e caro³. Outras fontes afirmam que a
expressão surgiu na década de 1950, quando o chapéu Panamá era usado pelos
jogadores de futebol para se proteger do sol e se tornou um símbolo de
elegância e sofisticação. Direto do Bing Chat… Tecnologia em ação!
Aqui, por
exemplo, está Balaji Srinivasan, anteriormente uma figura de destaque na
Coinbase e Andreesen Horowitz, girando um fio no mês passado sobre por que uma “crise
financeira furtiva” está pronta para trazer hiperinflação e adoção em massa de
bitcoin. Ele afirma ter apostado US $1 milhão que isso acontecerá até junho:
Os bancos centrais, os bancos e os reguladores bancários sabiam que um
enorme crash estava chegando — a frase é “perdas não realizadas”. Mas eles
nunca notificaram você, o depositante…
É o Tio Sam Bankman-Fried. Assim como a SBF usou seus depósitos para
comprar “moedas de merda”, usando truques contábeis para enganar a si mesmo e
aos outros a usar o dinheiro, o mesmo aconteceu com os bancos.
Todos eles usaram os depósitos para comprar a derradeira moeda de: títulos
do Tesouro dos EUA de longa duração. E todos eles foram [destruídos] ao mesmo
tempo, da mesma maneira, porque compraram o mesmo ativo do mesmo fornecedor que
o desvalorizou ao mesmo tempo: o Fed...
Assim, qualquer um que apostasse em títulos do Tesouro de longo prazo foi
morto em 2021. E agora, qualquer um que aposte em títulos do Tesouro de curto
prazo será morto em 2023. O pior lugar que você pode estar é ter abundância de
ativos trancados em títulos do Tesouro de três meses. A taxa de juros de ~5%
oferecida pelos grandes bancos (G-SIBs) é uma armadilha. A maioria das contas
bancárias fiduciárias é agora uma armadilha, para os países cujos banqueiros
centrais seguiram o Fed.
Este é o momento em que o mundo se predomina no Bitcoin como ouro digital,
retornando a um modelo muito parecido com o de antes do século XX.
Comentário meu:
Posso respeitar esses comentários como especialistas em cripto moedas, mas em
relação ao funcionamento de um banco, bem como o efeito da variação da taxa de
juros num título longo, eles não têm a menor ideia. Posso dizer que seus
argumentos são infantis, o que ocorreu foi um ajuste de preço ocasionado pela
maior alta de juros efetuada pelo Fed e pelos níveis extremamente baixos que se
encontravam.
Isso é um pouco
lunático (qual é o pior cenário para as Treasuries de três meses que rendem
4,6%?), embora a primeira parte da história de Srinivasan seja legível. Se os
bancos deveriam ter contabilizado as perdas de marcação a mercado em títulos de
longo prazo é um debate ao vivo. Mas não podemos dar o salto de “títulos
do Tesouro de longo prazo foram mortos” para “o mundo está prestes a abandonar
a moeda fiduciária”.
Há uma história
mais credível para o trimestre de choque do bitcoin: liquidez. Daniel Clifton,
da Strategas, calcula que os formuladores de políticas dos EUA, em termos
líquidos, injetaram US$ 755 bilhões em liquidez no primeiro trimestre deste
ano. Enquanto eles subtraíram liquidez durante todo o ano passado. A correlação
entre as mudanças na liquidez e o preço do bitcoin parece apertada:
Por que as injeções de liquidez devem ajudar o bitcoin? Gostamos desta ilustração do estrategista do Citi, Matt King, no podcast Odd Lots da Bloomberg na semana passada, de como os investidores se aglomeram em ativos mais arriscados:
Para mim, é realmente sobre esse equilíbrio entre quanto dinheiro o setor
privado tem em relação a quantos ativos estão disponíveis para absorver esse
dinheiro.
Você não pode ver todas essas partes móveis, mas o que acho que continua é
que o cara que teria comprado notas compra títulos, o cara que teria comprado
títulos compra crédito IG, o cara que teria comprado IG compra alto rendimento,
e assim por diante…
As melhores correlações [com injeções de liquidez do banco central] que encontro de todas são exatamente com os ativos mais populares, como criptomoedas ou ações da Tesla.
Nesse sentido, a crise bancária, ao forçar uma nova rodada de suporte à liquidez, realmente ajudou o bitcoin além do impulso narrativo, embora não pelas razões sugeridas por Srinivasan. Estresses sistêmicos elevam o bitcoin não porque desacreditam o sistema financeiro, mas porque as respostas regulatórias são boas para os especuladores.
Para acrescentar
no conceito que o maior retorno foi associado a injeção de liquidez pelo Fed, os dois
gráficos a seguir permitem uma visualização dessa situação. No primeiro, a
linha vermelha indica o total de ativos detido pela autoridade monetária em
conjunto com a evolução da bolsa.
Não bastando essa constatação visual, um modelo de correlação foi efetuado medindo o crescimento percentual do SP500 no eixo horizontal em comparação com o crescimento do balanço do Fed no eixo vertical. O coeficiente de correlação encontrado é 0,86, mostrando elevada aderência.
Os aficionados pelas cripto moedas devem estar muito frustrados pela negação de seus argumentos mais contundentes que desembocam na destruição do dólar. É claro que se isso acontecesse, comprar qualquer coisa, inclusive bitcoin, seria uma porta de saída. Recebi de um leitor um extenso vídeo de Lyn Alden, uma gestora de fundos de pequeno porte cujo título: Is the dollar dying? Não preciso dizer que essa jovem é aficionada pelos criptos, agora questionar a morte do dólar agora? Aparentemente nenhum indício de isso estar ocorrendo.
Vejo que qualquer
reação das criptomoedas como uma oportunidade dessa tribo para buscar de volta
seus argumentos, mas queria enfatizar que ainda existe uma distância grande, mesmo com
a alta recente, das máximas históricas, e mesmo o Mosca tinha uma visão
altista nos preços acertarnatime-ganhando-nao-se-mexe: … “O bitcoin
completou 5 ondas como no livro texto” bonitinho”. Isso implica o seguinte: a
queda vislumbrada até U$ 12.000 fica cancelada; minha visão agora é de alta com
dois possíveis cenários: uma correção até U$ 48,5 mil / U$ 57, 5 mil; o rumo
aos níveis anteriormente de U$ 120 mil que agora agora é U$ 80,7 mil” … ...” Se a onda 5 em verde
terminou, o que parece ter acontecido, demarquei com o retângulo os níveis onde
deve surgir uma oportunidade de compra U$ 20,9 mil/ U$ 19,7 mil/ U$ 18,6 mil”
...
O bitcoin performou exatamente como o esperado, sendo que a retração onde a mínima foi de 19.540 no intervalo expresso acima. Agora vejamos se o bitcoin pode superar a máxima de U$ 120 mil ou entrará numa gangorra como apresento no gráfico a seguir. Meu cenário básico seria da seguinte forma: a onda © em laranja deveria terminar ao redor de 31.800, para em seguida uma nova queda levaria aos níveis apontados no retângulo roxo para terminar a onda (B), em seguida uma nova alta levaria a cripto moeda para o intervalo de 39.000/ 43.100 completando a onda (C).
Onde poderia diferir? No movimento que está correndo, ao invés de terminar na onda © a moeda continuar subindo e ultrapassar 43.000, provavelmente minha contagem terá que ser substituída, e mesmo assim não parece que o dólar está morrendo!
No post a-arte-de-ficar-neutro fiz os seguintes
comentários sobre o SP500: ... “ Para a bolsa não
cair nos cenários mais negativos, a zona desatacada a seguir como “must hold
zone” 3.809/3.764 precisa ser preservada. Para a alta, o nível acima de 4.039,
se for decisivamente, elevaria a probabilidade da opção de alta” ...
No gráfico acima se encontram os objetivos expressos nas ondas (3), (4) e (5) culminado com 4.579, logico que muita água tem que rolar até achegar lá. Mas nesse percurso, o nível de 4.195 é crucial, qual titubeio e queda podem prenunciar uma opção mais perigosa de queda. Continuo cautelosamente otimista sem me enganar que não existe risco.
O SP500 fechou a 4.02, com queda de 0,75%; o USDBRL a R$
5,0872, com alta de 0,47%; o EURUSD a €
1,0953, com alta de 0,53%; e o ouro a U$ 2.021, com alta de 1,88%.
Fique ligado!
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