Entrando de gaiato #nasdaq100 #usdbrl

 


Hoje é feriado nos EUA – mais um! As bolsas ficarão fechadas, implicando pequenos movimentos ao redor do mundo (e tem gente que acha poder se desvincular dos americanos). Aproveito para publicar um assunto sobre comportamento humano.

No mundo das finanças existem formas de atuar, mas basicamente se reduzem a duas: delegar a gestão a terceiros ou fazê-lo por conta própria. Vejam que isso é valido até para os profissionais da área, pois mesmo sendo especialistas eles acabam não tendo tempo ou experiência, delegando a gestão.

Mesmo que a opção seja por terceiros, em determinados momentos o investidor é compelido a atuar por conta própria. Essas situações ocorrem por uma ideia própria: por exemplo, acreditar que a IA é o setor para se estar agora — a famosa dica do amigo — ou ainda a orientação obtida numa apresentação de um especialista.

Posso afirmar por experiência própria que meus maiores prejuízos — e não forma poucos — em quantidade, não em valor que afetasse meu patrimônio, se deram porque não segui minha linha de conduta, na qual sem dúvida o stop loss é o principal.

É muito dolorido realizar um prejuízo, pois além da perda financeira existe o impacto emocional. Mas, conforme ganhamos experiência e conhecimento, principalmente do comportamento humano, aceitamos a perda de forma melhor, pois ninguém sabe o futuro e podemos errar em nossas previsões. O que não se deve fazer é colocar em risco seu patrimônio nem deixar o prejuízo se estender.

Joe Wiggins, em seu site Behavioural Investment, comenta sobre quatro perguntas que devem ser arguidas antes de se fazer qualquer movimento.

Quando tomamos uma decisão de investimento ativa, ficamos obcecados com as particularidades de uma determinada oportunidade, seja ela um título, fundo ou classe de ativos. Isso, no entanto, nos distrai de uma questão muito mais importante, que muitas vezes é ignorada – deveríamos participar da atividade? Este deve ser sempre o nosso ponto de partida. Para isso, precisamos nos fazer estas perguntas:

- Quais são as probabilidades do jogo?

O primeiro passo crítico é estabelecer as probabilidades do jogo que estamos jogando. Queremos exercer uma atividade de investimento em que as probabilidades estejam a nosso favor, ou pelo menos mais a nosso favor do que em outros jogos. O grande erro que tendemos a cometer é exagerar grosseiramente nossas chances de sucesso devido ao excesso de confiança em nossas habilidades. Parafraseando Charlie Munger, quem se importa que 90% falhem quando estou nos 10% que conseguem?

O melhor meio de nos precaver contra esse pensamento tendencioso é assumir que somos medianos. Em vez de perguntar qual é a probabilidade de eu ser bem-sucedido, pergunte qual é a probabilidade de uma determinada pessoa ser (você nunca sabe, podemos até ser medianos). Esta abordagem dá-nos uma taxa base razoável ou um ponto de partida.

- Eu tenho uma vantagem?

Uma vez estabelecida uma estimativa satisfatória das chances de sucesso em uma atividade, precisamos avaliar se temos vantagem em relação ao participante médio. Se vamos entrar em um jogo com probabilidades terríveis, ou somos ignorantes delas, jogando por diversão (como uma viagem a Las Vegas) ou acreditamos que há algo em nossa abordagem que nos coloca nos 10%.

Para os investidores profissionais, há uma razão adicional para que possamos jogar um jogo com baixa probabilidade de sucesso – porque o custo de participar é suportado por outra pessoa. A chance de resultados positivos (lucrativos) para um gestor de fundos costuma ser significativamente maior do que para seus clientes.

Quanto piores as probabilidades, mais convicção devemos ter de que temos alguma forma de vantagem.

- Qual é a vantagem?

Não basta acreditar que temos uma vantagem; temos de ser claros sobre o que é e porque é que pode existir. Para a maioria dos investidores ativos, uma vantagem pode ser classificada como informacional (temos informações melhores do que outras), analítica (usamos essas informações de forma superior aos outros) ou comportamental (exploramos as deficiências de tomada de decisão dos outros).

Argumenta-se frequentemente que os mercados financeiros estão mais eficientes em termos de informação do que nunca. Há mais dados, maior transparência e menos atrito. Defender uma vantagem baseada em informações (na maioria das principais classes de ativos) parece uma suposição um tanto heroica. As vantagens analíticas são possíveis, mas incrivelmente difíceis de comprovar. Quando surge uma vantagem analítica, provavelmente não é da capacidade de sintetizar melhor a informação, mas de usá-la para um propósito diferente. Estamos tentando prever o EPS Lucro Por Ação — do próximo trimestre para uma empresa ou seu valor de longo prazo?

A maioria das ineficiências do mercado decorre dos caprichos do comportamento humano. É difícil argumentar que o comportamento dos investidores está se tornando mais racional, e certamente é possível que as coisas estejam piorando. No entanto, há um problema com uma suposta vantagem comportamental. Não só temos de argumentar que outros investidores são irracionais, como também que nós não o somos — que estamos, de alguma forma, livres dos encargos psicológicos e institucionais que levam a más decisões. Isso é muito mais fácil de dizer do que de fazer.

- Contra quem estou jogando?

Em jogos de soma zero, a habilidade dos outros participantes importa muito. Minhas chances de ganhar no poker dependem muito de quem mais está sentado na mesa. Investir é semelhante, mas diferente.

É indubitável dizer que ter investidores sofisticados e com bons recursos se enfrentando não é um ótimo ambiente para encontrar uma vantagem. No entanto, há uma grande diferença entre poker e investimento. No poker, todos estão jogando com o mesmo objetivo; no investimento, não é o caso. Mesmo que pareça. Se eu tenho um horizonte de investimento de vinte anos (se for o caso) e outros participantes têm uma visão de um ano, mal estamos jogando o mesmo jogo. Na melhor das hipóteses, estamos jogando o mesmo jogo com regras muito diferentes. Então, a questão passa a ser não “contra quem estou jogando?” mas “o que é que eles estão jogando, e por que eu sou capaz de fazer algo diferente?”

Uma confluência dolorosa de histórias convincentes e um excesso de confiança inescapável significa que estamos propensos a participar de atividades de investimento onde as chances de resultados positivos são muito baixas. Para nos precavermos, precisamos entender melhor as probabilidades e justificar por que podemos ser uma exceção.

Eu poderia elencar uma série de outras perguntas a serem feitas, porém uma que considero fundamental é: quem vai te avisar se houve alguma mudança nos planos? Quando eu tinha posições profissionais com atuação nos mercados, era frequentemente abordado para dar alguma dica, afinal estava na linha de frente e com boas informações. Sempre detestei fazer isso, pois sabia que se desse errado seria cobrado. Quando não tinha jeito eu colocava o seguinte disclaimer na conversa: minha opinião vale somente por 24 horas, com todo direito de mudar sem poder te avisar”.

O leitor do Mosca poderia se perguntar qual a vantagem de seguir minhas recomendações — afinal, não consigo ser assertivo em nenhuma das perguntas acima. Válida questão, porém não uso os mesmos critérios que Wiggins, que se baseou em perguntas considerando análise fundamentalista. Como é de conhecimento de todos, eu uso análise técnica como ferramenta — desta forma, o que se poderia questionar é se essa forma de investimento é válida. Mas enfatizo que, mesmo para quem não conheça a técnica, não preciso mais usar o disclaimer do passado, pois o stop loss é o reconhecimento de algum erro — sendo assim, a opinião vale até que não valha mais!

Na última sexta-feira, não houve publicação do Mosca, pulando a análise da nasdaq100 além dos resultados acumulados. Hoje a publicação técnica será em dose dupla.

No post espantoso fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “A Nasdaq100 está dentro do retângulo roxo, conforme gráfico abaixo e, caso seja ultrapassado, entraremos no retângulo vinho, onde prevejo uma área de grande resistência ao redor de 15.100/15.300” ...




Os mercados têm se mostrado mais firmes, com altas íngremes, o que me indica que estamos numa onda 3. Com essa visão acabei atualizando o gráfico e caso estejamos no movimento de alta de mais longo prazo – o que se vai confirmando dia após dia, o objetivo é bem elevado. No curto prazo, parece que essa onda 3 ainda não terminou sendo seu objetivo é de 15.858, depois podemos esperar uma correção que levaria a nasdaq100 para casa dos 14.000 conforme apontado com o sinal em laranja.

Como é de conhecimento dos leitores, diminui minha posição a ½ e pretendo sair no término dessa onda, aguardando voltar ao término da onda 4. Só falta combinar com .... com quem mesmo? Hahaha ...




No post semana-dos-juros fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “o dólar foi negociado abaixo do nível acima, expondo o novo limite estabelecido. Hoje pela manhã está rondando novamente R$ 4,88 buscando a continuidade da queda, pois até o momento não encontro elementos para sugerir que se inicia uma reversão” ... Também elenquei um cenário de mais médio prazo com algumas hipóteses (sugiro a releitura) onde destaquei: ...” caso o dólar caia abaixo de R$ 4,5790, eu ficaria propenso a mudar radicalmente meu cenário – voltando a um outro que comentei alguns meses atras. Não posso confirmar antes de atingir R$ 4,21, mas ficarei desconfiado antes disso, e exponho os motivos a seguir” ...




Como venho enfatizando não existe nenhuma indicação que uma reversão estaria em curso, ao contrário, aponta para novas quedas pois está ocorrendo o caso denominada de lower lows, lower highs. Sendo assim, não recomendo compra no momento, a não ser que seja uma posição mais estrutural ou estratégica.

Existe uma série de congruências na região entre R$ 4,78/ R$ 4,74 (não visível no gráfico todas elas) e em seguida R$ 4,70/ R$ 4,69.




 Está semana o Copom se reúne, já com o intruso novo na diretoria indicado pelo ministro das Finanças, Fernado Hadad. Acredito que tecnicamente abriu a possibilidade de queda de juros e o comitê deve indicar que o gato subiu no telhado, além do mercado trabalhar com quedas espelhadas nos títulos pré-fixados.




 O gráfico acima mostra como estão sendo projetadas as quedas de juros nos países latino-americanos (à esquerda) e a projeção da inflação deles (à direita). Fica nítido como o Brasil tem a maior taxa de juros reais entre seus pares, fruto da irresponsabilidade de gastos proposta pelo governo.




O USDBRL fechou a R$ 4,7697, com queda de 1,03%; o EURUSD a € 1,0917, com queda de 0,14%; e o ouro a U$ 1.950, com queda de 0,37%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Ola.. ótimas infos..
    O S&P não achei a publicação sobre os cenários da posição em aberto...

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    1. Se são os comentários sobre o SP500 não publiquei ontem, uma vez que, estou fazendo hoje

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