Espantoso! #SP500 #Nasdaq100



Enquanto o mundo se debate em qual nível de juros seus bancos centrais devem estabelecer a fim de enfrentar a alta da inflação, o banco central da China estuda se deve baixar os juros para encarar uma possível deflação. Como isso é possível???? Não posso supor que a China, no seu sistema semicapitalista ou quiçá semicomunista, seja uma economia fechada. Não é factível supor que a segunda maior economia do planeta não sofra influência externa. Também não é razoável supor que os dados sejam manipulados, com toda a tecnologia atual ficaríamos sabendo. A Bloomberg News publicou matéria a respeito:

A inflação da China permaneceu perto de zero em maio, provocando preocupações sobre uma espiral de queda nos preços e levando o banco central a minimizar as preocupações com as perspectivas econômicas.

O índice de preços no consumidor subiu 0,2% em relação ao ano anterior, informou o Escritório Nacional de Estatísticas nesta sexta-feira, em linha com as previsões e acima dos 0,1% de abril. Os preços ao produtor caíram 4,6% devido aos preços mais baixos das commodities e à fraca demanda interna e externa. Os economistas esperavam uma queda de 4,3%.




Os dados de inflação fornecem novas evidências de que a segunda maior economia do mundo esfriou ainda mais em maio, vindo na esteira de relatórios recentes mostrando que a atividade manufatureira se contraiu, as exportações encolheram pela primeira vez em três meses e uma recuperação no mercado imobiliário desapareceu.

"O risco de deflação ainda está pesando sobre a economia", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management. "Indicadores econômicos recentes enviam sinais consistentes de que a economia está esfriando."

Crescem os apelos para que o Banco Popular da China reduza as taxas de juros, com um economista proeminente  e conselheiro do governo sendo o mais recente a defender mais flexibilização. Liu Yuanchun, presidente da Universidade de Finanças e Economia de Xangai, disse que a China deve reduzir as taxas para aliviar os encargos de financiamento sobre as empresas privadas e impulsionar a recuperação econômica. Liu já consultou o presidente Xi Jinping e o ex-premiê Li Keqiang.

O governador do PBOC, Yi Gang, pareceu minimizar os riscos de deflação em um discurso publicado pelo banco central na sexta-feira. Ele atribuiu a desaceleração da inflação nos últimos meses à recuperação mais fraca da demanda do que da produção, além de uma base de comparação elevada em relação ao ano passado para os preços da energia e dos produtos agrícolas. 

A inflação ao consumidor deve acelerar no segundo semestre e chegar acima de 1% em dezembro, disse ele. Ele reiterou a postura monetária do banco central e disse que as autoridades têm "amplo espaço de política" para manter a economia em recuperação sustentável.

O PBOC "continuará implementando uma política monetária estável que seja direcionada e contundente", disse Yi no discurso, que foi dado a representantes da empresa em Xangai na quarta-feira. Embora os comentários tenham sido em grande parte uma repetição de declarações recentes do PBOC, ele sugeriu alguma flexibilidade, dizendo que "ajustes anticíclicos" serão reforçados.

O PBOC manterá uma liquidez razoavelmente ampla e a oferta de moeda e crédito será apropriada, disse ele.

O yuan caiu ainda mais após o relatório de inflação e estava pronto para sua quinta semana de quedas.

O núcleo da inflação, que exclui os voláteis custos de alimentos e energia, desacelerou para 0,6% em maio, de 0,7% no mês anterior, um sinal de muito pouca inflação doméstica na economia. Os preços dos alimentos subiram 1% em maio em relação ao ano anterior, depois de ganharem 0,4% em abril, com os preços da carne, óleo comestível e frutas frescas subindo.

Raymond Yeung, economista-chefe para a Grande China do Australia and New Zealand Banking Group, disse que se concentra mais no PPI, que fornece um bom guia do ciclo econômico da China. Os dados do PPI mostraram uma contração nos produtos de consumo, disse ele, um sinal de demanda mais fraca.




"Esperamos que a política monetária da China continue acomodatícia", disse. As chances são altas de que o banco central provavelmente reduza a taxa de compulsório para os bancos, disse ele.

Além de um movimento do RRR, alguns economistas dizem que uma taxa de juros pode vir já na próxima semana. O PBOC manteve a taxa de sua linha de crédito de médio prazo de um ano inalterada desde setembro, contando em vez disso com outras ferramentas, como empréstimos direcionados, para apoiar setores como pequenas empresas. 

O que diz a Bloomberg Economics...

A redução dos preços na China reflete uma recuperação pós-Covid enfraquecida na demanda e provavelmente pressionará o Banco Popular da China a afrouxar a política... Esperamos que o PBOC reduza sua taxa de um ano em 10 pontos-base em 15 de junho.

Um corte de juros aumentaria ainda mais a diferença entre as taxas de juros na China e nos EUA, onde o Federal Reserve vem apertando a política para conter a inflação galopante. As taxas de juros mais baixas na China em comparação com os EUA alimentaram as saídas de capital e pesaram sobre o yuan, que caiu 3,3% em relação ao dólar até agora este ano. Aumentam as expectativas de que o Fed provavelmente manterá as taxas de juros mais altas por mais tempo.

Ding Shuang, economista-chefe para a Grande China do Standard Chartered Plc, disse que a barra para o lançamento de estímulos de base ampla é alta, dado que a meta de crescimento da China de cerca de 5% provavelmente será confortavelmente alcançada este ano.

"É amplamente reconhecido nos círculos de formulação de políticas que a estratégia macro já é bastante acomodatícia e mais estímulos teriam impacto decrescente na economia real", disse ele em entrevista à Bloomberg TV. Citou como exemplo a última reunião do Conselho de Estado, que se centrou naquilo que considerava ser o verdadeiro problema da economia, em especial "a falta de confiança por parte dos empresários privados".

Uma possibilidade que poderia explicar essa tendência de queda da inflação pode ser vista na queda das exportações da China para os EUA que teve início no governo Trump e continua num processo decrescente. Para a China, que é extremamente dependente de exportações, esse deve estar sendo um golpe forte, dado que ainda não conseguiu estimular uma substituição por demanda interna.




 Em vista disso, talvez o esforço de Xi Jinping de se aproximar de outros países emergentes, inclusive o Brasil, visa um tiro com duas intenções: a primeira, de elevar suas compras de commodities em substituição às importações de países desenvolvidos; a segunda, depois que essa dependência fica cravada, de aumentar as vendas de seus produtos acabados como uma certa “reciprocidade”.

Para quem entrou na falácia de abandonar o dólar como moeda de transação, não tenho boas notícias. Uma análise de curto prazo sobre a moeda chinesa aponta para uma desvalorização adicional de 10% sobre o patamar atual, aliado ao fato de que os juros obtidos com o yuan são inferiores ao do dólar. É, parece que a China não está num bom momento!




No post os-monetaristas-so-pensam-naquilo fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ...” durante essa semana a bolsa adentrou na área demarcada em roxo, se retraindo levemente a seguir. Da forma como o mercado está encarando esses dados mais robustos de emprego na abertura, parece que não teremos ainda uma conclusão como relatei no post acima” ...




As bolsas esta semana passaram por um processo de consolidação em menor escala. Em função disso, fiz uma pequena alteração nos níveis que passam de certa forma desapercebidos ao leitor.  Onde nos encontramos? A Nasdaq100 está dentro do retângulo roxo, conforme gráfico abaixo e, caso seja ultrapassado, entraremos no retângulo vinho, onde prevejo uma área de grande resistência ao redor de 15.100/15.300.




Como proceder daqui em diante? Supondo que minhas premissas sejam alcançadas, teria duas formas de atuar:

1)      Liquidar quando chegasse nesse nível (ou próximo dele) e correr o risco de o mercado continuar subindo.

2)      Apertar o stop loss, assim que a máxima tivesse sido atingida, e participar da alta caso ocorra.

A diferença entre essas duas opções é que, se o mercado reverter no retângulo vinho, a opção 1) daria o retorno máximo enquanto na 2) renunciaríamos a ~ 7% (de 15.200 para 14.200). Não é pouco. Existe uma outra possibilidade intermediária que não vale a pena discutir nesse momento. Não sei qual caminho vou seguir, mas estamos entrando numa área importante do ponto de vista técnico e todo cuidado é pouco.

Depois de refletir e considerando o movimento de alta quase sem respiro, e mais importante, do ponto de vista (risco x retorno) contra o valor esperado, decide liquidar metade das duas posições, na queda em 5 ondas conforme gráfico de 5 minutos a seguir, e elevar “agressivamente” o stop loss.




- David, boa afinal vale aquela frase que lucro não dá prejuízo.

Não gosto desta frase quando a razão é somente o ganho obtido, é um puro chute. O que sim considero é a análise feita acima, não que vai dar certo, mas é o mais provável, e análise técnica é probabilidade.

O posicionamento nos mercados de opção encontra-se em um nível bastante elevado quando considerado o volume de opções de venda puts subtraído das opções de compra calls, conforme se nota a seguir.




Segundo Garrett DeSimone, chefe de pesquisa quant da OptionMetrics, publicado no Financial Times, sua interpretação é a que se segue:

Isso se alinha com o maior engajamento dos investidores em especulação negativa ou medidas de hedge".

Fica assim uma pergunta para os leitores: o aumento da atividade de hedge é um sinal de alta ou baixa para os mercados? Posso ver o argumento funcionando nos dois sentidos. Se o fluxo de recursos continuar indo para a bolsa esse é um fator de alta pois para confeccionar lançar essas opções de venda os arbitradores ficam levemente vendidos na bolsa, por outro lado, se o fluxo estanca ou reverte, uma nova fonte de venda ocorre pelo exercício das opções de venda.




O SP500 fechou a 4.298, com alta de 0,12%; o USDBRL a R$ 4,8791, com queda de 1,09%; o EURUSD a 1,0747, com alta de 0,50%; e o ouro a U$ 1.960, com queda de 0,36%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Vamos ver se o FED dará impulso ao rali, com sua postura dúbia que deseja produzir um pouso suave, ou reverterá essa alta no mercado de baixa. Temo pelo impulso pq novamente a posição da autoridade monetária ficará sob dúvida, assim como fizeram com a inflação transitória. Um mercado apertado no mundo interior e com a China estimulando sua economia basta um acidente (comprometimento de safra, cortes da OPEP, e etc) para que a inflação seja novamente acelerada.

    ResponderExcluir

Postar um comentário