Índia: o emergente que está dando certo #nasdaq100

 


As imagens que provavelmente você foi exposto sobre a índia mostra um país com um trânsito caótico, uma pobreza latente da população. O primeiro pensamento que vem a cabeça é de compaixão aos indianos, um povo extremante educado e com elevada crença religiosa. De outro lado, para quem já circulou em instituições financeiras no exterior se deparou com vários executivos indianos em cargos importantes e formação educacional ímpar. Provavelmente na área de tecnologia ainda seja maior sua presença.

O primeiro-ministro Narenda Modi que teve uma vida modesta, terminou o segundo grau em 1967, e se voltou a vida política. Distante de uma formação acadêmica tradicional, recebeu o bacharelado de artes em política social em 1978. Na vida pessoal casou-se muto cedo aos 18 anos em um casamento arranjado pela família e se separou logo em seguida. Ou seja, é um cidadão comum.

Nesta semana, Modi está fazendo uma viagem aos EUA para buscar negócios ao seu país. John Authers comenta na Bloomberg dizendo que a Índia ainda não é uma China.

A Índia está no centro das atenções. Isso não deve ser uma surpresa. É difícil ficar fora dos holofotes com um produto interno bruto de cerca de US$ 3,2 trilhões e a maior população do mundo, com 1,4 bilhão de pessoas, mas de alguma forma a nação do sul da Ásia conseguiu isso. Agora, a primeira visita oficial de Estado do primeiro-ministro Narendra Modi aos EUA, apertando a mão do presidente Joe Biden e de executivos de alto nível, como a Tesla. de Elon Musk, chamou a atenção.

A viagem ocorre em um contexto de economia agitada, ações em máximas recordes e um mercado consumidor em rápido crescimento. A confluência de ventos contrários praticamente facilitou o trabalho do primeiro-ministro ao apresentar sua vibrante nação - a maior democracia - aos executivos e investidores mais influentes dos Estados Unidos. Conforme relataram colegas, a visita não poderia ter vindo em melhor hora.

E deu certo? Absolutamente. Uma série de acordos comerciais e de defesa foram anunciados na tarde de quinta-feira em Washington para melhorar os laços militares e econômicos. Entre elas está a General Electric Co. planejando fabricar conjuntamente motores F414 com a estatal Hindustan Aeronautics Ltd. Também há progresso em um pedido de drones MQ-9B SeaGuardian feito pela General Atomics, bem como um acordo que permitirá que navios da Marinha dos EUA realizem grandes reparos em estaleiros indianos. Os pactos mostraram que "nem o céu é o limite", disse Modi. 

Abhishek Gupta, da Bloomberg Economics comentou que o resultado é "mais uma evidência de que os ventos geopolíticos estão soprando a favor da Índia". Embora a Índia ainda tenha muito trabalho a fazer antes de se integrar com sucesso às cadeias de suprimentos globais, "um ambiente geopolítico favorável é uma das principais razões pelas quais estamos otimistas com o potencial de fabricação da Índia". Também é intrigante que esses ventos estejam soprando em uma direção muito diferente da era anterior à crise financeira global, quando A Bloomberg Businessweek estava dedicando um suplemento ao "Chindia".Livros inteiros foram dedicados a Chindia, a ideia então era que as duas potências asiáticas emergentes desenvolveriam uma espécie de relação simbiótica. Agora, com a noção de globalização inexorável em eclipse, a Índia é impulsionada pela necessidade desesperada do Ocidente de uma alternativa à China. O regime de Xi Jinping é amplamente visto como inviável; A de Modi é muito mais palatável em comparação (destaque meu).

No entanto, o histórico de direitos humanos de Modi é muito questionável, para dizer o mínimo. Em 2021, isso levou  a Freedom House a reduzir a classificação da Índia de "livre" para "parcialmente livre". Reclamou de um "padrão plurianual" em que o governo de Modi presidiu "o aumento da violência e das políticas discriminatórias que afetam a população muçulmana", enquanto reprimia a liberdade de expressão. Mas há camadas de complexidade, como aponta Ruchir Sharma

Por enquanto, os sucessos econômicos da Índia estão ajudando investidores e políticos a lidar com seus escrúpulos. De fato, o sonho industrial do país está perto de se tornar realidade, escreveu o estrategista do Société Générale, Frank Benzimra, em uma nota recente. "A economia está crescendo a 6%, a volatilidade cambial diminuiu, os lucros estão resilientes e os investidores estrangeiros estão voltando", disse ele. Isso ajudou as ações indianas a entregar os retornos mais fortes na Ásia emergente no segundo trimestre. "Estão criadas as condições para que o desempenho superior se estenda a todo o ano", disse, atribuindo-as à produção e à tecnologia.

Classificando a Índia como a "economia de crescimento mais rápido" no G-20, a SocGen elevou o país de neutro para acima do peso por três razões: 1) lucros resilientes (negociados a 21x seus ganhos futuros de 12 meses - um prêmio de mais de 50% em relação aos pares asiáticos); 2) ativos menos voláteis à medida que os investidores domésticos assumem uma parcela crescente do giro de ações; 3) fluxos de impulso positivo de investidores estrangeiros.




Os ativos financeiros na Índia superaram seus pares regionais. As ações indianas atraíram quase US$ 10 bilhões em entradas líquidas de estrangeiros desde março, a caminho de ser a maior em qualquer trimestre desde o final de 2020, relataram colegas. Eles também são os melhores desempenhos na Ásia durante o segundo trimestre, com condições em vigor para que o desempenho superior se estenda a todo o ano, conforme a SocGen. O rali dos últimos meses é impressionante:



É um desenvolvimento e tanto. A Índia tem sido a favor dos investidores de mercados emergentes há décadas, mas este rali em comparação com o resto do complexo é surpreendente. Julgado por múltiplos de preço/livro, o índice MSCI Índia sempre foi negociado com um prêmio em relação ao resto da EM, embora um pouco mais restrito agora do que durante o boom da Chindia em 2007. Enquanto isso, está superando como nunca:




Os títulos denominados em rúpias devem ter a maior sequência de compras mensais por fundos estrangeiros em quase quatro anos, segundo o Bank of America Corp. A moeda local também está oferecendo o segundo melhor retorno de carry na Ásia este ano.

Como outros mercados emergentes, a Índia está atualmente se beneficiando da decisão de seu banco central de começar a apertar a política monetária bem antes que os bancos centrais de mercados desenvolvidos se juntassem à luta contra a inflação. O Reserve Bank of India deve encerrar o ciclo em breve e deixou sua taxa de referência inalterada neste mês. Na ata da reunião do painel de política monetária divulgada na quinta-feira, a presidente do RBI, Shaktikanta Das, disse que os fundamentos macroeconômicos do país estão se fortalecendo e as perspectivas de crescimento estão melhorando constantemente.



"Nossa luta contra a inflação ainda não acabou", disse o governador. Mas a inflação global caiu para dentro da faixa do RBI de 2% a 6%. O estrategista Christopher Wood, do Jefferies Financial Group, é positivo: "Continua muito mais claro que as pressões inflacionárias atingiram o pico na Índia e no resto da Ásia do que é o caso nos EUA".




Para a Capital Economics, os cortes de juros se materializarão no início de 2024. No longo prazo, os economistas Shilan Shah e Thamashi De Silva disseram que "as perspectivas de crescimento da Índia continuam entre as mais brilhantes do mundo", citando uma força de trabalho que eles preveem que também ultrapassará a China. Eles acrescentaram que a Índia "pode se beneficiar do forte crescimento populacional e do 'shoring amigo' das cadeias de suprimentos de manufatura à medida que a economia global se fragmenta".

Isso significa que a Índia é a próxima China? Para Jason Hsu, economista-chefe da East West Bank, a Índia "ainda não está lá":

A Índia ainda é uma daquelas economias onde as instituições financeiras não estão maduras. A maioria da vibrante economia subjacente não está listada. Então você não pode realmente comprar a parte emocionante da Índia, certo? Muito poucas coisas estão listadas na Índia. O valor de mercado da Índia é um quinto, um oitavo da China hoje. Então, a Índia só precisa ter suas instituições financeiras amadurecendo mais e, como resultado, assumir uma pegada cada vez maior dentro da cesta de índices.

À medida que o sentimento em relação à China azeda, muitos apostam que a Índia será a beneficiária inesperada. Para Sunil Koul, estrategista de ações do Goldman Sachs Group para a Ásia-Pacífico, mesmo que a China se recupere, "você pode não ver dinheiro saindo da Índia, ou pelo menos pode não ver uma venda acentuada", disse ele à Bloomberg. Os fundamentos do mercado indiano são sólidos o suficiente para continuar atraindo investidores de longo prazo, disse ele. E, por enquanto, são mais do que suficientes para superar escrúpulos ideológicos e sinais de que o mercado está ficando caro. 

No post aeroporto-errado fiz duras críticas a escolha adotada pelo presidente Lula que resolveu se juntar a China acreditando estar fazendo uma ótima parceria. Não sei se foi levado por suas crenças políticas ou porque acha que é muito esperto. Eu o classifico como malaco aquele que gosta de fazer acordo no botequim, mas esperto ele não é, nem tem inteligência profunda para tratar de assuntos mais complexos, é capaz de resolver uma disputa sobre futebol, e só.

Vejam o caso da índia que entendeu que a disputa entre s EUA e China. As empresas americanas e da Europa precisam de um novo local para instalar suas fábricas. É verdade que China e Índia não se bicam, sendo mais um motivo para tanto, porém as empresas não buscam entrar nessa disputa e sim encontraram na Índia um país com uma população altamente educada e abundância de mão de obra.

Mas não, Lula olhou a relação comercial com a China que hoje é nosso principal parceiro na compra de commodities. Num lance futuro imagina que vai poder pressionar para que eles instalem fábrica aqui, pois senão, para de fornecer a matéria-prima. Se for isso que raciocínio chulo! Vai acontecer exatamente o contrário, irão pressionar para baixar os preços, pois nosso país não terá para quem exportar essa quantidade de imediato e instalar fábricas aqui, pode esquecer isso eles não abrem mão.

E assim estamos assistindo nosso país ir para deriva da modernidade, uma pena (ou muita raiva!). Mas o Mosca não está aqui para se meter em política, nosso negócio é o bolso, e como tal se preparem para acompanhar de perto a Índia, o país emergente que está dano certo!

No post entrando-de-gaiato fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ...” Os mercados têm se mostrado mais firmes, com altas íngremes, o que me indica que estamos numa onda 3. Com essa visão acabei atualizando o gráfico e caso estejamos no movimento de alta de mais longo prazo – o que se vai confirmando dia após dia, o objetivo é bem elevado. No curto prazo, parece que essa onda 3 ainda não terminou sendo seu objetivo é de 15.858, depois podemos esperar uma correção que levaria a nasdaq100 para casa dos 14.000 conforme apontado com o sinal em laranja” ...



Pode ser que a onda 3 citada acima terminou antes do imaginado e estamos caminhando para a correção na onda 4. Estamos muito próximos do stop loss em nossas posições de bolsa. Existe, entretanto, a possibilidade que a queda desta semana seja uma correção de ordem menor. Vamos ver. Como costumo repetir Let the market speak! Caso seja o que eu desconfio, a onda 4 deveria terminar ao redor de 4.350, a ser mais bem calculado, e onde devemos reentrar na bolsa, naturalmente observando como a correção se desenrola.




A reviravolta das empresas de tecnologia é impressionante e aqui estou dizendo das grandes. O gráfico a seguir mostra a queda máxima que ocorreu do pico das 7 principais e como foi a recuperação que se iniciou no 4º trimestre de 2022.



O que chama a atenção é a desempenho da Apple a qual foi a que mesmo caiu e já se encontra quase empatada, do outro lado, a queda da Meta e da Tesla acompanhado de perto pela Amazon, o interessante é quem essas estão muito próximas entre si na recuperação.


 

O SP500 fechou a 4.348, com queda de 0,77%; o USDBRL a R$ 4,7819, com alta de 0,27%; o EURUSD a € 1,0892, com queda de 0,58%; e o ouro a U$ 1.919, com alta de 0,30%.

Fique ligado!

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