Usando a Bola de Cristal #USDBRL

 



Estamos muito próximos do término de 2024, com duas semanas incompletas em termos de dias úteis até o final – Natal e Réveillon caem numa quarta-feira. Entramos, então, na fase das previsões (detesto!!!!). Este ano foi um mar de erros por parte dos economistas: iniciamos com uma quase certeza de enfrentar uma recessão e terminamos com um otimismo até um pouco exagerado. Para terem uma ideia dos erros, vejam a seguir uma ilustração com as previsões do S&P500 e como ele está terminado o ano.

 



 

Mas 2025 traz um componente adicional de incerteza, e não é pequeno: Trump 2.0. Além disso, outro fator que poderá ter impacto será o grau de adoção da IA. Sobre o primeiro tema, e passado o entusiasmo inicial dos mercados com sua vitória, vamos daqui em diante lidar com uma série de dúvidas. Não por acaso, esse se torna o tema central da maior parte dos noticiários, cada qual focando em um aspecto. Para facilitar o entendimento do leitor, faço um apanhado geral dos principais pontos de atenção daqui em diante – aliás, nunca entendi por que nos EUA um presidente assume no meio do mês de janeiro. Se alguém tiver uma boa explicação lógica, publique aqui.

Trump 2.0: Impactos na Economia, Geopolítica e Segurança Global

O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2025 promete abalar as estruturas da economia global, redesenhar alianças estratégicas e mergulhar o mundo em um novo ciclo de tensões e incertezas. Ele vem armado com tarifas, promessas de grandes acordos e sua característica imprevisibilidade. Mas a pergunta que todos fazem é: será que Trump realmente tem um plano ou apenas está testando os limites do caos?

 


Se existe uma coisa que Trump sabe fazer, é mexer com os nervos do mercado. Com tarifas como sua arma favorita, o impacto imediato está previsto para o índice de volatilidade (VIX), que pode explodir em 2025, interrompendo qualquer ilusão de estabilidade.

 



Mas não para por aí: analistas alertam para choques graves nos mercados devido à concentração em setores específicos e a fragilidade estrutural de grandes empresas. Para Trump, parece que a regra do jogo é clara: quanto maior o risco, maior o seu senso de controle.

Ele também planeja uma jogada ousada com a China, que poderá ser um "Plaza Accord 2.0". Imagine: uma valorização do yuan, transferência de produção para os EUA e, claro, o fim das tarifas. Parece promissor? Sim. Realista? Nem tanto.

 



A Geopolítica em Foco: Tensões e Possíveis Acordos

Trump retorna ao cargo com a promessa de fazer "grandes coisas", mas também enfrenta um mundo em chamas. Da guerra na Ucrânia às crescentes tensões no Oriente Médio, ele jura que pode resolver tudo com um estalar de dedos. "24 horas para acabar com a guerra na Ucrânia?" É o tipo de promessa que só Trump faria, sem um pingo de detalhe para sustentar.

E o que dizer do convite a Xi Jinping para sua posse? Um gesto típico de Trump: provocativo, simbólico e improvável de se concretizar. O objetivo é claro: ele quer jogar o xadrez geopolítico e provar que é o "mestre das negociações". Enquanto isso, a economia chinesa segue fragilizada, e Trump não perde a chance de capitalizar sobre isso.

No Oriente Médio, sua tática é ainda mais transacional. Acordos bilaterais tomam lugar do idealismo democrático, enquanto o programa nuclear iraniano continua sob pressão. Mas não se engane: embora eficaz a curto prazo, essa abordagem poderá ser um campo minado a longo prazo.

Os Riscos de um Mundo Multipolar

Trump não esconde sua aversão a "carregar o peso" das alianças tradicionais. A OTAN, por exemplo, é vista como um clube onde os EUA pagam a conta enquanto outros se beneficiam. Sob sua liderança, as divisões dentro do bloco podem se aprofundar.

 



E o que dizer de sua relação com autocracias? Com uma mão, ele busca desacelerar a China e a Rússia; com a outra, prioriza acordos comerciais que podem minar os valores democráticos. A mensagem é clara: para Trump, lealdade é negociável.

Seus apoiadores vibram com a promessa de "fazer a América vencer novamente", enquanto o resto do mundo se pergunta: a que custo? Rivais políticos e econômicos estão prontos para desafiar qualquer movimento que ameace desequilibrar ainda mais o jogo global.

 

Conclusão: A Genialidade ou o Caos?

Trump é uma força da natureza: imprevisível, ousado e polarizador. Ele pode tanto reescrever as regras do jogo quanto mergulhar o mundo em um caos sem precedentes. Sua habilidade em negociar é inegável, mas suas apostas são cada vez mais altas. Uma coisa é certa: o mundo está prestes a testemunhar mais um capítulo de sua polêmica saga. Quem ganha e quem perde? O futuro dirá.

Como se não bastassem as incertezas internacionais, no Brasil, a recente cirurgia do presidente Lula adiciona mais dúvidas: Vai levar a vida do mesmo jeito que antes? Foi consenso entre os médicos que o quadro era grave. Na entrevista de ontem à noite, ele deixou claro que não entende por que 12% de juros se a inflação está controlada em 4%. Imagine quando souber que o Copom se comprometeu com mais dois aumentos. Será que ele vai entrar em choque com Galípolo ou cederá à pressão? No meu entender, o mercado traçou uma linha na areia: ou o governo promove cortes de despesas consistentes com uma dívida sobre o PIB ao menos estabilizada, ou vai apostar contra. E, por último, mas não menos importante, como as ações de Trump irão impactar o Brasil?

Boa sorte a quem pretende fazer previsões para 2025. O Mosca, como sempre, vai apresentar sua visão a partir da próxima semana. Normalmente, publico o cenário principal e o alternativo. Os leitores podem dizer que acerto sempre, pois normalmente contemplo movimentos contrários. Isso é parcialmente correto, a não ser por adotar uma preferência. Assim, posso estar mais certo ou menos certo. Acho mais honesto do que apresentar somente o preferido, que pode se mostrar errado. Essa é a razão pela qual não acredito em cenários para os próximos 12 meses e prefiro o acompanhamento diário dos mercados.

 

Análise Técnica


No post o-custo-da-"operadinha" fiz os seguintes comentários sobre o dólar: “No movimento de curto prazo, para que essa opção continue em vigor, o dólar não poderia negociar abaixo de R$ 5,8331. O movimento da onda (IV) vermelha pode perdurar mais um pouco. Ultrapassando a máxima de R$ 6,1150, os objetivos possíveis se encontram dentro do retângulo”

 



Como venho comentando, estou acompanhando o dólar segundo duas possíveis contagens, embora só apresente uma delas ao leitor. O bom é que ambas apontam para alta do dólar. O que as diferencia são as retrações, bem como o objetivo final, que ainda se encontra distante. Meu grau de convicção nos objetivos traçados deve ser visto com cautela; essa é a principal razão pela qual não propus nenhuma sugestão de trade, embora estivesse correto com minha visão de alta. Talvez adote em algum outro momento. Por enquanto, o objetivo é R$ 6,28 / R$ 6,37.

 



O S&P500 fechou a 6.074, com alta de 0,38%; o USDBRL a R$ 6,1411, com alta de 1,63%; o EURUSD a € 1,0507, sem variação; e o ouro a U$ 2.652, com alta de 0,15%.

Fique ligado!

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