Desesperança

Depois dos horrores deste final de semana ocorridos na França, ocasionando uma indignação pelos quatro cantos do mundo, começamos a semana com muitas desconfianças e receios. É natural que os franceses estejam mais revoltados que os outros. O governo Francês reagiu lançando vários ataques aéreos na Síria contra o estado Islâmico. Notem que ultimamente esse país tem sido palco de incursões de todos os lados, tanto pelas conquistas feitas pelos terroristas, como pelos aliados com seus bombardeios. Não é à toa que o movimento de emigração para a Europa tem sido maciço, tudo indica que, para quem quiser ficar na Síria ou arriscar sair sem lenço nem documento, a última é a de menor risco.

Mas como será a reação da população francesa pós-horror? Um pouco depressiva, onde os valores serão questionados pelos seus cidadãos, acrescidos pelo medo de um novo ataque. O mais provável é que nada aconteça por um bom tempo, e pouco a pouco a vida volte ao normal, mas a marca deste evento permanecerá para sempre.

É natural que o turismo e consumo sofram no curto prazo. Será isso suficiente para estancar sua recuperação frágil? Antes dos eventos desta última sexta-feira, o setor de varejo já estava lutando - o gráfico a seguir, produzido pela empresa de pesquisa Markit já mostrava. Agora está sem apostas.

O sentimento empresarial estava fraco devido ao setor Industrial, entretanto o setor de serviços estava se firmando. Neste ponto, porém, a confiança empresarial é suscetível a enfraquecer.

Indo para o outro lado do mundo, o Japão publicou o seu PIB do 3º trimestre que caiu 0,3%, quando a estimativa era uma queda de 0,2%. Nós sabemos que quando o primeiro Ministro Shinzo Abe assumiu em 2012, fez a maior injeção relativa de liquidez da história recente, helicópteros e mais helicópteros. Mesmos assim, parece que a economia japonesa não conseguiu sair da recessão.
Nestes tempos modernos, a ação dos BC's tem sido mais eficiente que os conceitos básicos ensinados nas faculdades. O que eu quero dizer é que, é razoável supor que, se um país cresce sua bolsa sobe e vice-versa. Mas não é o que vem acontecendo, tem que ser feito uma pequena adaptação, se um BC injeta liquidez a bolsa sobe, veja a seguir o gráfico comparando esses dados.
Será que nesse último caso a recíproca é verdadeira, ou seja, ao retirar a liquidez as bolsas caem? Iremos verificar isso em algum momento do tempo.

O real encontra-se em compasso de espera no curto prazo. No post emprego-ou-bico, frisei a importância do nível de R$ 3,72: ...Você tem duas estratégias neste momento: primeiro vender dólar no rompimento do R$ 3,72; ou se tivermos sorte, e o real seguir até o nível de R$ 3,95, e vendemos dólar. É natural, que os riscos de perda sejam distintos, e isso deve ser levado em consideração... Porém cancelei uma opção de venda de dólar: ...O target para essa mini queda seria algo em torno de R$ 3,60 - 3,50. Sendo assim, a sugestão de venda citada acima, caso o dólar caia direto, fica cancelada. Sobra somente uma venda especulativa a R$ 3,90 - 3,95, com stop a R$ 4,15. Vejamos o que ocorreu desde então.
O dólar acabou caindo abaixo dos R$ 3,72, mas voltou logo em seguida, conforme a ilustração em cinza no gráfico. Minha aposta continua sendo que ainda estamos numa correção, e a trajetória traçada em vermelho seria uma das ideias dessa correção. Assim, ficamos com a mesma orientação dada acima, de venda entre R$ 3,90-3,95, com stop a R$ 4,15.

Agora que o técnico está definido, vamos observar quais serão os desdobramentos políticos que acontecerão no curto prazo, e não o contrário, reagindo às notícias. O Mosca reage aos preços!

Para terminar, no post resultado-dos-helicópteros, sugeri uma aposta nos juros de 10 anos: ...Neste momento, o mercado está tentando penetrar na área que denominei de "Key", caso tenha sucesso os juros deveriam caminhar para o primeiro nível de 2,80% , e caso ultrapasse 3,30%, ambos seriam considerados uma alta expressiva. O movimento após a publicação dos dados de emprego na sexta-feira, tem características impulsivas. Acredito que vale uma aposta na alta dos juros, ao nível de 2,25% a.a. com um stop a 2,13% a.a....E nesta manhã, depois das primeiras repercussões sobre os ataques na França, os juros caíram na mínima a 2,238%, suficiente para iniciar essa posição.

O SP500 fechou a 2.053, com 1,49% de alta; o USDBRL a R$ 3,8177, com baixa de 0,69%; o EURUSD a 1,0684, com queda de 0,86%; e o ouro a US$ 1.082, sem variação.
Fique ligado!

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