Greve dos robôs

A ideia que os proprietários de robôs e softwares ficarão ricos no futuro, não está ancorada na realidade, segundo o autor do livro A Radically beneficial World escrito por Charles Hugh Smith. O post de hoje é sobre alguns comentários contidos em seu livro.

A automação está derrubando a ordem global, eliminando o trabalho humano em uma escala sem precedentes - e o status quo não tem solução, baseada na perda de postos de trabalho por atacado.

Dois artigos recentes destacaram as consequências profundas de avanços em robótica e IA (inteligência artificial), sobre o emprego: quatro fundamentos de automação local e Robôs podem quebrar a ordem global. O ritmo da inovação de automação passou de linear para parabólica.

Os apologistas do status quo ofereceram duas soluções mágicas de pensamento para a destruição arrebatadora de postos de trabalho, em todo o espectro de trabalho remunerado:

1. Taxar os robôs (ou proprietários de robôs) e utilizar as receitas para pagar uma renda garantida para todos os que estão desempregados ou subempregados.

2. Deixar a queda dos salários a tal ponto que, todos tenham um trabalho de algum tipo, mesmo se o salário for mínimo.

Nenhum deles é remotamente prático, e parece levar a subsídios e situações insustentáveis no longo prazo.

Vamos examinar a fantasia equivocada de que a automação / robótica irá gerar enormes lucros para os proprietários de robôs. Aqui está o problema em poucas palavras:

Como automação destrói postos de trabalho, ela também come lucros, uma vez que a automação transforma o trabalho, produtos e serviços em commodities. Quando algo é uma commoditie, o preço cai porque os bens e serviços são intercambiáveis ​​e podem ser produzidos quase em qualquer lugar.

Os proprietários devem transferir a produção de commodities para regiões de baixa de impostos, se eles quiserem manter lucro.

Os grandes lucros advêm de escassez, ou seja, quando a demanda excede a oferta. Agora, se a oferta excede a demanda, os preços caem e os lucros desaparecem.

O outro problema de "tributar os robôs e tudo será financiado", é que a queda do custo de softwares e robôs reduzem as barreiras à concorrência: nada destrói mais lucros como, onda após onda, de concorrentes famintos que entram em um ramo de negócios.

O custo de automação e da robótica está caindo drasticamente. Isso reduz o custo de entrada para empresas menores, mais ágeis, e reduz o custo de aumentar a produção. Quando praticamente qualquer pequeno fabricante pode comprar robôs por menos do que o salário de um trabalhador humano, onde está a escassez necessária para gerar lucros?

A narrativa existente atualmente assume que mais riqueza será criada pela destruição digital das indústrias e empregos, mas exemplos do mundo real sugerem exatamente o oposto: a indústria da música tem visto as receitas caírem pela metade.

Como os serviços de subscrição de música substituem as vendas de músicas e álbuns, a receita continuará a declinar até mesmo que, os consumidores tenham mais acesso a mais produtos. Em outras palavras, a destruição de vendas, do emprego, e dos lucros, está longe de terminar.

Fui recentemente entrevistado via Skype por um jornalista online, com milhões de visualizações de seu canal no YouTube. Uma década atrás, quando ele trabalhava em jornalismo a moda antiga, para uma entrevista era necessário: um tempo para a viagem, um engenheiro de som, um operador de câmara, o talento (entrevistador), editor e avaliação gerencial. Estes seis trabalhos foram subsistidos por um. Com ferramentas digitais, as viagens foram eliminadas completamente.

Meu próprio negócio solo de conteúdo digital, teria exigido um punhado de pessoas (se não mais) há apenas uma década. Com ferramentas e serviços digitais, agora requer apenas uma pessoa. 

Agora, um aparelho que não precisa de ser substituído, um serviço de reparo que não precisa ser contratado, meia dúzia de posições substituída por um emprego em tempo parcial, um tablet totalmente funcional que custa 10% de um de marca mais famosa, são evidências para você entender por que os lucros vão despencar, assim que os softwares dominarem o mundo.

Estes exemplos não são baseados em projeções; são exemplos do mundo real, das tecnologias digitais amplamente disponíveis, que vem destruindo custos, vendas e lucros em uma escala maciça.

Do jeito que as coisas estão evoluindo, é possível imaginar que haverá super ofertas de robôs no futuro, e manifestações para manutenção das suas condições de trabalho. Passeatas de robôs, demandando subsídios na energia, farão parte do dia a dia, afinal sem isso, morrerão de fome! Hahaha...

No post só-pensa-naquilo, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...Embora somente abaixo de US$ 1.085 poder-se-ia afirmar que o movimento de baixa ganha força, a configuração que se esperaria para uma alta mais duradoura, não se configurou... Agora está muito próximo deste limite inferior, que se rompido poderá adentrar numa área importante no médio e longo prazo.
No gráfico acima apontei a região que merece muita atenção. Antes de continuar, é importante enfatizar que em análise técnica, existem pontos e pontos. O que eu quero dizer com isso, é que, alguns obrigam o analista a modificar suas premissas, enquanto outros não são tão definitivos. E é este o caso no ouro, como já enfatizei diversas vezes, se o ouro romper o nível de US$ 1.050, terei que refazer meu cenário onde esperava uma alta em breve.

Tenho lido diversos analistas que tinham uma visão altista para o ouro, já a um bom tempo, praticamente implorando para que seus leitores comprem o metal. Não ficam envergonhados, nem sentem a dor de quem seguiu seus conselhos, e mantém a mesma opinião que tinham, quando o ouro estava nos longínquos US$ 1.900. Não tenham dúvidas que eles têm mais compromisso com sua opinião do que o bolso. O Mosca pretende ser mais pragmático, melhor mudar a premissa e refazer as contas, que ficar sem bolso! Hahaha...

O SP500 fechou a 2.081, com alta de 0,15%; o USDBRL a R$ 3,7507, com baixa de 1,30%; o EURUSD a 1,0723, com queda de 0,30%; o ouro a US$ 1.089, com queda de 018%.
Fique ligado!


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