Deterioração oculta



Mesmo uma inflação baixa que não é repassada aos salários, tem o seu efeito no poder de compra. Quanto menor essa diferença mais imperceptível é seu efeito, porem no decorrer do tempo traz as suas consequências. Isso está ocorrendo na economia americana na medida que a inflação vem subindo e os salários estão estagnados em bases reais.

A inflação dos EUA atingiu seu índice mais alto em mais de seis anos, com os preços ao consumidor diminuindo os ganhos modestos de salário dos trabalhadores americanos e ressaltando questões sobre o quanto eles estão se beneficiando de uma economia que, em muitas outras medidas, está crescendo.

O índice de preços ao consumidor, que mede o que os americanos pagam por tudo, subiu 0,1% em junho, em relação ao mês anterior, e 2,9% em bases anuais. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os chamados preços básicos aumentaram 0,2% e 2,3% em 12 meses.


Em junho, pelo segundo mês consecutivo, a inflação anual compensou totalmente o crescimento médio dos salários por hora em relação ao ano anterior. Isso deixou os ganhos reais por hora dos trabalhadores ao longo dos 12 meses estagnados, apesar da queda do desemprego e de uma economia forte, mesmo quando os trabalhadores compensaram os preços mais altos, registrando um pouco mais de horas trabalhadas em junho.

A ausência de crescimento dos salários reais no ano passado contrasta com a norma no início da expansão, quando uma inflação bem menor e um aumento modesto de rendimentos, proporcionou ganhos reais aos trabalhadores. Durante a maior parte de 2015, por exemplo, os salários por hora aumentaram 2% ou mais em termos anuais, enquanto um colapso nos preços das commodities diminuiu a inflação.


Os custos de Moradia e Aluguéis, que respondem por cerca de um terço do gasto total do consumidor, subiram 0,1% em junho ante maio, e subiram 3,4% em relação ao ano anterior. Os preços dos Serviços Médicos aumentaram 0,5% em maio e 2,5% em bases anuais. Os preços dos Alimentos subiram 0,2% no mês passado em relação a maio, embora o aumento anual nesta categoria tenha sido mais moderado em 1,4%.

O gráfico as seguir apresenta a inflação em seus vários componentes. Fica claro o peso elevado do item Aluguel, que exibe aumentos consistentes nesse período. Por outro lado, o Vestuário contribuiu negativamente na maioria dos meses.


O reajuste da inflação e o baixo desemprego reforçaram o argumento do Fed de aumentar gradualmente as taxas de juros de curto prazo para evitar o superaquecimento da economia. A autoridade monetária aumentou as taxas duas vezes este ano e projeta mais dois aumentos até o final do ano.

Os economistas sustentam sua visão que, os dados recentes estão elevando as pressões inflacionárias gradualmente. Porém numa visão mais de curto prazo, a inflação vem retrocedendo quando calculada em bases trimestrais, reforçando o argumento de Powell em sua última reunião, a de que o Fed suportaria um nível um pouco acima do objetivo da inflação.


As apostas no mercado, se o Fed vai subir mais uma ou duas vezes até o final do ano continuam dividas, a probabilidade explicita nos contratos futuros de juros apontam 50% para a segunda hipótese.

Agora, os economistas devem estar surpresos pelo fato de não haver aumento de salários nesse ambiente. Estão quase rasgando o livro texto! Hahaha .... Mas o economista do Deutsche Bank tem uma explicação; a concentração de grandes empresas em detrimento das menores teria um efeito de conter os salários. Estaria ele sugerindo uma espécie de monopólio de empregos?


No gráfico a seguir se pode notar o que uma decisão errada, tomada pelo povo, pode acarretar em prejuízos a si próprios. A decisão do Brexit fez com que os investimentos na Inglaterra estancassem, além de incentivar diversas empresas a mudar suas instalações desse país. A Inglaterra passou de país com maior crescimento para o de menor quando comparado com o EUA e a Europa.


Existem questões cuja opinião do povo não deve ser colocada em votação, não por uma visão autoritária, mas porque não tem condições de tomar uma boa decisão.


No post pagando-conta, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos:  ....” Estou dividido entre a “opção 1 – Last Kiss”, ou “opção 2 – banho de agua gelada”. Como poderemos saber? Caso os juros recuem abaixo de 2,75% o último cenário ganha mais força, por outro lado, se ficar contido até esse nível e ultrapassar o nível de 3% poderemos ter novas altas, antes que uma correção maior aconteça” ...

A repetição das condições acima já perdura por várias semanas sem que haja uma definição. Para dizer a verdade, estou impressionado com a falta de volatilidade desse ativo. No gráfico a seguir apontei a variação nos últimos 15 dias, meros 5 pontos. O pessoal que opera esse mercado deve estar puxando os cabelos, com essa volatilidade não deve nem pagar nem o café!


Que mais poderia eu acrescentar? Nada! Detalhe, hoje é sexta-feira 13, alguém se aventura? Hahaha ...

 
O SP500 fechou a 2.801, com alta de 0,11%; o USDBRL a R$ 3,8491, com queda de 0,82%; o EURUSD a 1,168, sem variação; e o ouro a U$ 1.240, com queda de 0,47%.

Fique ligado!

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