Recessão em 2019!
Tenho notado diversos analistas alertarem para o risco de
uma recessão com repercussão global em 2019. Esse é um tema (recessão) que até
hoje os economistas não conseguiram encontrar um meio de prever com antecedência,
assim se baseiam em alguns indicadores, e de seus modelos.
A respeitada empresa de Consultoria Gavekal, adverte que
entrou em território negativo, seu modelo de acompanhamento da base monetária
mundial (*). No passado, a cada vez que isso ocorreu, uma recessão se sucedeu
num espaço curto de tempo.
(*) pelo fato
do Fed controlar a reserva dominante o dólar, age como um banco central de facto do mundo.
Sem entrar nos detalhes deste trabalho, o seu principal
argumento é que a liquidez está contraindo, e esse efeito tende a criar
problemas aos devedores em dólares. Sobre o aperto de liquidez, eu já ventilei
algumas vezes, a retirada maciça dos helicópteros. O Fed já começou esse
processo enquanto os outros BC’s ainda mantem a injeção de recursos, num
estágio de desaceleração. O gráfico a seguir, apresenta a evolução prevista da
posição de títulos detidos pelos principais bancos centrais.
Outro fator que contribui no mesmo sentido foi a diminuição
dos impostos promovida pelo governo Trump. Para que vocês tenham ideia da
magnitude dessa decisão, o gráfico a seguir das receitas coletadas, mostra uma
queda vertiginosa, semelhante à que ocorreu na recessão de 2008. Naturalmente
isso tende a entrar em regime mais adiante, porém num volume inferior ao que
vinha acontecendo. Como as despesas não tiveram redução, esse diferencial terá
que ser coberto através da venda de títulos do governo.
Em acontecendo a recessão, essa deverá ter um impacto
negativo nos mercados emergentes, Brasil incluído. Os mais afetados são aqueles
que detém elevada dívida em dólar quando comparada ao seu PIB. A ilustração a
seguir aponta esse resultado nos principais países emergentes. Notem que o
Brasil não se encontra em situação tão preocupante nesse quesito, mas por outro
lado, deveríamos ser afetados pela queda nos preços da commodities.
Mas até o momento o PIB americano projetado pelos
economistas não contempla um cenário preocupante. Por exemplo, a ilustração a
seguir, mostra sim uma desaceleração mais adiante, mas não a níveis que indicam
uma recessão. No curto prazo, o GDP Now, elaborado pelo Fed de Atlanta, abaliza
um resultado próximo a 4% para o trimestre recém terminado.
Já em relação aos resultados do 2º trimestre das empresas
que começam a ser publicados, devem ser bastante sólidos, com um crescimento
superior a 20% em média, quando comprados aos do ano anterior.
Como se sabe, não existe um modelo que prevê a recessão com antecedência. Dado essa premissa não adianta sofrer por antecipação. Por outro lado, considerando alguns economistas de peso acreditando que pode acontecer proximamente, alguma cautela é necessária. Para dizer a verdade, o que mais me incomoda, é a diferença de juros entre os títulos longos em comparação com os curtos, assunto tratado no post de ontem.
A bolsas continuam bem, inclusive o SP500 está bastante
próximo do nível de 2.820. Caso seja ultrapassado, conforme análise a seguir,
vai indicar novas altas. Mas sei também que, esse não é um mercado que dará com
antecedência a indicação de recessão, os juros são mais confiáveis neste
aspecto.
No post trump-um-elefante-na-loja-chinesa, fiz os seguintes
comentários sobre o SP500: ...” seu movimento não é persuasivo de uma alta eminente.
Tudo indica que está numa correção, onde o triângulo parece ser a hipótese mais
razoável até agora. Na figura abaixo, traço duas possibilidades que imagino”
... ...” o rompimento acima de 2.830 poderá indicar novas altas no
índice. É importante notar que os indicadores de longo prazo são de alta para a
bolsa americana e o que estou buscando e aproveitar de uma correção um pouco
mais extensa” ...
Acabou não acontecendo nenhuma das duas possibilidades
traçadas no gráfico acima – essas correções!!!! No máximo um hibrido. Porém o
triangulo que eu estava aguardando pode ter sido mais “apressadinho”, conforme
anotado no gráfico abaixo. Saberemos com mais certeza, se o nível de 2.820 for
ultrapassado. Se isso acontecer vamos as compras!
Se diz no mercado que, se notícias ruins não são suficientes
para fazer o mercado cair, quando essas notícias terminam o mercado sobe. No
período recente tivemos muitas notícias ruins, onde a principal foi a guerra
comercial começada por Trump. Tudo bem que os resultados das empresas são
sólidos, mas a bolsa não deveria ficar preocupada com o futuro? Mas nada disso
foi suficiente para atrapalhar a bolsa.
Caso o SP500 ultrapasse o nível de 2.820 e principalmente a
máxima de 2.872, pelos meus cálculos iniciais, o SP500 seria levado ao nível de
3.200, uma alta de aproximadamente 12%. Porém não recomendo fazer nada ainda,
afinal nem fomos stopados. São simples conjecturas. Ah, não vou ficar vermelho
por ter feito uma tese de queda e acabar comprando, C’est la Vie!
O SP500 fechou a 2.798, com alta de 0,87%; o USDBRL a R$
3,8829, com alta de 0,16%; o EURUSD a € 1,1671, sem variação; e o ouro a U$
1.246, com alta de 0,41%.
Fique ligado!
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