A opinião que vale milhões



Existem algumas profissões que são remuneradas em função do valor intrínseco da transação. A mais corriqueira é a de corretor de imóveis que ganha uma comissão do valor da venda. Sem querer desmerecer essa profissão, mas nos dias de hoje, onde a informação de qualquer coisa é praticamente de graça, o que justificaria pagar 6% do valor do imóvel?

Nesse mesmo sentido se pode classificar as comissões pagas aos bancos nas negociações de empresas, conhecida como fusões e aquisições. Um artigo publicado pelo Financial Times busca essa resposta.

Os banqueiros de investimento explicam seus bônus pelo conhecimento de uma vida inteira sobre essa especialidade. As recompensas para os consultores de fusões e aquisições são bem maiores do que os corretores de imóveis. A Goldman Sachs receberá U$ 58 milhões da 21st Century Fox por seu aconselhamento sobre a venda planejada de ativos de U$ 71 bilhões da Fox para a Walt Disney.

O boom de negócios atuais na área de fusões e aquisições é o momento mais gratificante da história para ser um banqueiro. É especialmente lucrativo para aqueles que estão na primeira linha de conselheiros que realizam muitos negócios. Um indivíduo com a capacidade de apascentar conselhos de administração nervosos, e uma reputação de buscar os melhores preços pode ditar seus honorários.

Mas o que exatamente eles fazem pelo dinheiro? Quando perguntados sobre essa questão, eles ficam envergonhados e falam vagamente sobre a arte da persuasão, e não sobre a ciência da avaliação. O segredo para uma "taxa de sucesso" incessante, é menos para obter o melhor negócio possível, do que fazer com que o executivo-chefe e o conselho acreditem que conseguirão. Essa diferença sútil não é a mesma coisa, particularmente a longo prazo.

O trabalho do consultor de fusões e aquisições tem três qualidades que colocam seus praticantes em uma posição de barganha poderosa. São comparados a um cirurgião quando um paciente está sendo levado para a sala de cirurgia. Este último precisa ter o melhor profissional possível e não está em posição de discutir.

Passar por um leilão de fusões e aquisições pode parecer como uma cirurgia para diretores que nunca a experimentaram antes. Acionistas e a mídia estão prontos para condenar qualquer deslize. Há muitos subterfúgios e barganhas sobre os detalhes, e qualquer um deles pode ser inesperadamente fatal para o resultado.

Em segundo lugar, os conselheiros são pagos com o recursos de terceiros. Isso é especialmente verdadeiro quando uma empresa está sendo vendida - o preço total, incluindo as taxas, será cobrado pelo adquirente, então, que diferença faz alguns milhões?

Proporcionalmente, essas comissões parecem diminutas quando comparadas aos valores do negócio. A taxa média para transações ao redor de U$ 25 bilhões é de 0,3%. Esse percentual quando confrontado aos de um corretor de imóveis é bem pequeno.

Em terceiro lugar, o conselho de fusão e aquisição é uma caixa preta. Há muita habilidade técnica na estruturação de uma transação, como o uso de aquisições para alterar domicílios fiscais. A senioridade do banco, transmite uma mistura de aconselhamento financeiro, julgamento humano e conforto.

Mas contratar o melhor cirurgião do mundo não torna a cirurgia estética uma boa ideia. Os negócios podem ser executados de forma brilhante no momento, sem aumentar o valor de longo prazo de uma empresa, e muitos são desvendados - geralmente com a ajuda dos mesmos consultores - quando um executivo-chefe sai. “As empresas pagam demais aos conselheiros. Realmente não vale a pena ”, diz Peter Zink Secher, co-autor de The M & A Formula.

As taxas de sucesso dos consultores devem estar mais intimamente ligadas a se o negócio é bem-sucedido por muito tempo depois de ter fechado.

As empresas grandes vivem numa disputa desenfreada para adquirir negócios que podem complementar os atuais ou mesmo “eliminar” alguns de seus concorrentes. Sabemos que o melhor valor a ser pago num negócio, é o valor mínimo que o vendedor está disposto a vender, e mesmo esse, pode se alterar conforme a negociação ganha corpo.

Dizia-se no início da era dos computadores que ninguém seria despedido se comprasse um computador IBM. Naquela época era difícil saber qual melhor opção para a empresa. No caso de fusões e aquisições é semelhante, nenhum CEO será despedido se contratar um banco considerado o expert no assunto. Mas será que realmente vale os valores pagos?

Foi publicado os dados de emprego do ADP, que sempre é uma previsão das informações de emprego a serem publicadas amanhã, embora recentemente haja uma dispersão entre eles. Por essa métrica criou-se 177 mil empregos. A média tem-se mantido estável em 190 mil, conforme se pode verificar a seguir.


Por outro lado, um movimento de troca de empregos vem acontecendo no mercado americano. O Departamento de trabalho apontou que 3,4 milhões de americanos saíram de suas empresas em abril em busca de melhores salários. Os empregados estão se sentido mais confiantes numa economia mais forte, afinal a taxa de desemprego se encontra em 3,8%.


E essa troca está sedo vantajosa. Segundo os dados publicados pelo Fed de Atlanta a média dos salários de quem mudou quando comprados aos que permaneceram em seus empregos encontra-se em 4% a.a., enquanto esse último vem se desacelerando.


Porém, esses últimos dados sobre mudanças, refere-se a uma pequena parcela dos empregados, pois sua grande maioria ainda tem sua remuneração estagnada em termos reais.


No post o-teu-cabelo-não-nega, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...” queria aproveitar para liquidar a posição de ouro a U$ 1.280 um pequeno prejuízo. Não gostei do que aconteceu na última sexta-feira. Abre-se uma outra possibilidade, que pode resultar em quedas do ouro a níveis mais baixos que eu imaginava. Na dúvida, prefiro ficar fora do mercado! ” .... Desde essa data, o metal vem caindo atingindo a mínima de U$ 1.237.

Mas o que acabou acontecendo para que o Mosca mudasse de opinião? No post anterior a esse estou-vendo-fantasmas, tracei dois cenários possíveis, conforme o gráfico a seguir ...” existem duas hipóteses contrarias; a primeira, e que mais no interessa, é publicada em verde, aonde o ouro caminharia para mais um teste do nível de U$ 1.370, um breve recuo, e bola para frente; a segunda em rosa, uma pequena recuperação até U$ 1.325, e depois volta a cair” ...

O cenário alternativo acabou prevalecendo, essa foi a razão que, resolvi sair da posição. O gráfico a seguir mostra como as cotações do ouro ficaram contidas no intervalo entre U$ 1.200 e U$ 1.370, durante os últimos 5,5 anos, com exceção do ano de 2015 e começo de 2016, onde ameaçou romper a barreira dos U$ 1.000.


Ainda trabalho com uma alta do ouro, porém não se tornou tão eminente quanto eu imaginava. É provável que irá testar o nível de U$ 1.200 mais a frente, mas no momento não tenho nenhuma recomendação a ser feita.

Algumas notícias circularam que tanto a Rússia como a China estariam aumentando seus estoques de ouro, diminuindo sua alocação em dólar de suas reservas. O gráfico a seguir mostra o declínio da moeda americana entre os países que publicam seus dados. A de se notar que, não é o caso da China, que não divulga seus dados.


Amanhã o Brasil tem uma missão difícil, a de vencer a Bélgica. O post será mais enxuto amanhã. Vamos Brassssssssssssssil!!!!

O SP500 fechou a 2.736, com alta de 0,87%; o USDBRL a R$ 3,931, com alta de 0,45%; o EURUSD a € 1,1689, com alta de 0,30%; e o ouro a U$ 1.256, sem variação.

Fique ligado!

Comentários

  1. Os consultores de M&A deveriam receber o equivalente a stock options, distribuídos no tempo, segundo fórmula a ser decidida de antemão com os compradores e financiada pelos vendedores como parte do valor aquisição. O que você acha?

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  2. Sobre quanto vale a consultoria em fusões/aquisições, a própria diretoria executiva, além de ficar mais confortável ao contratar um expert (ninguém vai culpá-la se algo der errado), também apoia essa contratação, ao pensar pragmaticamente na bolada que pode receber ao se concretizar o negócio, já que o expert é sensível a essa agenda oculta. Quanto à empresa resultante no longo prazo, who cares? Abs

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