As 14 razões
O mundo tem observado uma mudança estrutural dos
governantes. A democracia está perdendo adeptos dando lugar aos radicais que na
sua maioria são de direita.
Os mercados financeiros odeiam mudanças e são divinos em sua
capacidade de não dar importância diante de mudanças políticas extremas. As
conflagrações da eleição de Donald Trump e do voto no Reino Unido foram
rapidamente sufocadas pela fé no crescimento econômico
"sincronizado", baixa inflação e disposição dos banqueiros centrais
para manter as taxas de juros baixas.
O pico de fevereiro na volatilidade do mercado parecia
finalmente provar que as hordas complacentes estavam erradas, apenas para
mergulhar mais uma vez - assim como o populismo continuou se espalhando.
É improvável que as coisas continuem como estão. Embora
prever o retorno da volatilidade tenha sido tão fútil quanto chamar o topo do
maior mercado de ações da história, parece arrogante supor que passamos pelo
pior dos riscos políticos. As taxas de juros estão subindo e mais governos
estão prometendo ganhos de curto prazo, qualquer que seja o custo de longo
prazo. Uma aposta contra a volatilidade tem espaço para ficar mais cara e mais
dolorosa.
O consenso político está mudando. Cerca de 41% da produção
econômica dos países do G20 (mais a Espanha) é governada por populistas, ante
4% em 2007. Definir populismo é obviamente complicado - os EUA sob Trump são
classificados como populistas, enquanto o Reino Unido não é - mas ocorreram
algumas avaliações sensatas sobre o que pode ser o segmento econômico comum. A
Allianz Global Investors previu mais protecionismo, mais inflação, um custo
mais alto de empréstimo e divergência entre “vencedores” e “perdedores”
nacionais em um mundo de protecionismo que mendiga o vizinho.
Essa tendência para a visão de curto prazo está corroendo a
confiança do investidor e aumentando a volatilidade nos mercados que já estão
em risco devido ao aumento das taxas de juros e à retirada da liquidez do
dólar. O presidente turco, Tayyip Erdogan, alimentou as chamas da economia
superaquecida de seu país ao se opor a aumentos de juros e aprofundou uma
discussão diplomática com Trump pedindo um boicote aos produtos
norte-americanos. Na Itália, o choque de uma ponte rodoviária que custou a vida
de pelo menos 43 pessoas, foi politizado pelo governo em suas negociações
orçamentárias com a União Europeia. O sentimento é febril.
Neste mundo darwiniano, onde o dólar domina e os principais
bancos centrais estão desesperados para preservar a estabilidade, é provável
que a volatilidade em paraísos relativamente seguros, como os EUA, seja menor
do que na periferia. A volatilidade cambial nos mercados emergentes está
superando em muito a do G7.
Ainda assim, é provável que essa incerteza se infiltre no
núcleo eventualmente. Estamos em uma longa jornada em direção à maior
volatilidade global, e as condições que levaram ao aumento de fevereiro do VIX,
retração de liquidez e hedge funds contra oscilações de preços - ainda estão lá.
O risco político é difícil de quantificar, mas esse tipo de
político que governa tende a criar rupturas pela sua própria característica.
Ontem, por exemplo, depois que o Presidente Trump foi pego de calça curta por
seu advogado, resolveu apelar, usou seu Twitter para ameaçar a estabilidade da
bolsa americana, dizendo que, se passar pelo processo de impeachment a bolsa
iria desabar. Eu tenho minhas dúvidas, pois depois de um primeiro impacto
negativo, tirar um louco desses só deveria melhorar, partindo do pressuposto
que, não assumiria um pior.
Aqui no Brasil já estamos sentindo esse efeito através da
pressão que, todos os mercados emergentes vêm passando, consequência do aperto
de liquidez, assim como, o resultado das pesquisas eleitorais, onde a possibilidade
de uma radicalização é apontada como a mais provável.
Como se dizia no ambiente de trabalho, existem 14 motivos
para um chefe querer algo, o primeiro é por que ele quer, os outros não
interessam – ou será as nossas esposas? Hahaha .... No mercado, o primeiro motivo
para se preparar é função da alta dos populistas, os outros não interessam! Prepare-se
para um mundo com mais volatilidade.
No post china-sob-pressão, fiz os seguintes comentários
sobre os juros de 10 anos: ....” Mas olho vivo, pois, para que a expectativa de alta do
juro mais adiante ocorra” ... ... “devem conter essa queda. O primeiro
intervalo é entre 2,70% e 2,75%, e aceito no máximo até 2,65%. Abaixo desse
último nível, azeda bastante esse cenário” ... ...” ombro, cabeça, ombro, pode
estar se formando aqui também. Esta é a razão que frisei acima que, abaixo de
2,65% o cenário de alta ficaria bem comprometido” ...
No gráfico a seguir, com uma visão de curto prazo, fica
evidente o risco da formação que observei acima.
Por enquanto, não se observa nenhuma oscilação mais
importante nesse ativo.
Os operadores devem estar aproveitando as férias do
hemisfério Norte nas praias da Europa. Com o euro a € 1,15 está barato mesmo.
Mas podem se preparar, daqui a uma semana, a moleza termina, e devem retornar
as suas casas. Na verdade, podem aproveitar mais um dia, pois 3 de setembro é
comemorado o dia do trabalho nos EUA.
Enquanto isso, nós por aqui, vamos entrar no período
eleitoral a partir do dia 31 de agosto, onde o mês de setembro promete muitas
emoções, espero que boas!
O SP500 fechou a 2.874, com alta de 0,62%; o USDBRL a R$
4,1031, com queda de 0,28%; o EURUSD a € 1,1625, com alta de 0,75%; o ouro a
U$ 1.205, com alta de 1,76%.
Fique ligado!
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