As armadilhas do mercado acionário
Em 2015, quando eu frequentava a FEA no curso de
pós-graduação, realizei um estudo sobre os IPO – Initial Public Offer - sigla usada para identificar a abertura de
capital, de nove bancos brasileiros. Transcrevo a seguir parte das conclusões
desse estudo: Motivações divergentes para
os bancos que fizeram IPOs no Brasil.
“Quando uma empresa
decide pela abertura de seu capital, a vida de seus acionistas controladores
não será mais a mesma. A partir desse momento uma série de compromissos passam
a fazer parte do seu dia a dia. A começar pelas condições de governança a que
se submete, divulgação de sua estratégia futura, compromissos de crescimento
desejados pelos novos investidores, e porque não, a eventual troca de todo o
comando diretivo da empresa, inclusive de seu CEO”
“Um subproduto que se
extrai desse trabalho é que nem sempre abrir o capital é a melhor alternativa
para as empresas”
“Na oferta pública
inicial (IPO), os investidores são motivados a comprar ações, uma vez que, são
lançadas com um desconto sobre o preço “justo”. Por outro lado, os acionistas
controladores aceitam dar este desconto, vislumbrando maiores lucros futuros. Entretanto,
se passado o tempo os acionistas ficarem frustrados, o mais provável é que os
preços das ações terão descontos sobre o valor patrimonial”
“Nessa situação tudo é
uma enorme dor de cabeça para os acionistas majoritários que serão colocados
num novo dilema: se devem fechar o capital; ou vender ações a preços
desvalorizados, caso necessitem de novos recursos para investir; ou vender
compulsoriamente a empresa para outro grupo ”
Nos últimos tempos, não passa um dia sem que, Elon Musk, CEO
da Tesla - empresa pioneira na fabricação de automóveis elétricos - esteja na
mídia, procurando se defender de uma onda negativa que assola sua companhia.
Dias atrás, publiquei um post sobre esse assunto contribuição-quase-compulsória, onde esse empresário solicita a devolução de parte dos pagamentos
feitos a seus fornecedores no passado.
Mas qual é o problema principal de companhia tão arrojada e
com produtos de vanguarda? Seus resultados estão muito aquém do que foi
prometido quando do IPO. Na verdade, a Tesla é uma consumidora de caixa.
Nessa semana, sugeriu uma cartada que enfureceu seus
acionistas. Uma reportagem do Wall Street Journal comenta sobre esse assunto.
O mercado de ações tem sido gentil com Elon Musk, que usou e
abusou de Wall Street. Sua última peça de carisma - uma oferta para levar a
fabricante de carros elétricos Tesla a se tornar privada, representa um tapa na
cara dos acionistas.
O argumento básico é cada vez mais utilizado por executivos
frustrados e grupos de private equity: as empresas estão fazendo coisas
estúpidas para atender às expectativas trimestrais do mercado e prejudicando
suas perspectivas de longo prazo como resultado. A empresa permanecendo privada,
os executivos não precisam mais se preocupar com o curto prazo, permitindo que
invistam no longo prazo e ajudem a companhia, seus acionistas fiéis e a
sociedade em geral.
O problema é que nada disso se aplica a Tesla.
É difícil pensar em uma empresa que se importe menos com a
cartilha de Wall Street do que com a Tesla. O Sr. Musk no início deste ano
rejeitou "perguntas enfadonhas” de detentores de bonds, sobre sua
divulgação de resultados trimestrais; a empresa não oferece orientação sobre
ganhos trimestrais; e tem relatado com frequência e sem desculpas perdas muito
piores do que o esperado.
A Tesla também faz parte de um seleto grupo de empresas
listadas cujos acionistas apoiam fortemente o investimento de longo prazo. As
ações da Tesla saltaram de uma oferta pública inicial de US $ 17 em 2010 para
US $ 370 na quarta-feira, mesmo quando Musk, investiu ou perdeu bilhões de
dólares do dinheiro da empresa. Repetidamente vendeu novas ações e diluiu
investidores pagando parte da equipe em ações. O pensamento de curto prazo não
é compatível com o acionista da Tesla. De fato, é difícil imaginar que muitos
grupos de capital privado ou de capital de risco teriam ficado com a Tesla por
oito anos, já que gastaram tanto dinheiro.
A sugestão enganosa é que o que ele chama de
"oscilações violentas" no preço das ações, distrai a equipe de
funcionários, que são acionistas. Tornando-se uma companhia privada, mudaria
isso apenas escondendo a volatilidade: em vez de ser capaz de comprar ou vender
todos os dias, eles poderiam fazê-lo apenas duas vezes por ano. O verdadeiro
valor da empresa ainda oscilaria descontroladamente, mas ninguém saberia.
Talvez a linha de produção da Tesla esteja tão atrasada porque os trabalhadores
gastam seu tempo negociando as ações e fofocando sobre as últimas movimentações
de preços. Nesse caso, a privatização resolveria o problema. Mas é difícil
acreditar.
A ideia improvável é que os vendedores a descoberto estão
prejudicando os negócios. Musk disse que a Tesla é a empresa mais encurralada
da história, e todos que apostam na queda do preço das ações têm um incentivo
para atacá-la.
Os vendedores a descoberto espalhando falsos rumores ou
tentando ativamente encontrar e divulgar problemas com os carros poderiam, em
princípio, prejudicar o negócio. Mas os grandes problemas da Tesla não foram
secretos, com dificuldades de fabricação altamente públicas, baixa qualidade de
produção e uma necessidade constante de novos recursos. O Sr. Musk também não
ajudou, publicando uma piada em abril no Twitter dizendo que a empresa estava
falida.
A ideia idiota foi a sugestão de que a Tesla se tornasse
privada com os mesmos acionistas de hoje. Neste momento, os acionistas podem
vender quando quiserem. Restringir a opção de vender para duas vezes por ano
pode ser bom para a guerra do Sr. Musk contra os investidores vendidos a
descoberto, mas deve tornar as ações muito menos atraentes para os acionistas
atuais.
Há uma possível razão para se tornar privada que pode fazer
sentido, mas que o Sr. Musk não pode mencionar. Os mercados privados estão
cheios de dinheiro, permitindo que startups como a Uber, a Airbnb, e a própria
SpaceX de Musk se mantenham privadas por muito mais tempo do que no passado,
levantando grandes quantias, em preços elevados.
A Tesla não é o tipo certo de empresa para atrair grupos de
private equity comuns, que preferem lucros constantes e indústrias
economicamente insensíveis às quais possam adicionar muita alavancagem. Mas os
unicórnios do Vale do Silício se mostraram atraentes para os fundos soberanos e
para um punhado de grandes fundos privados que buscam crescimento.
O problema é que os encantos de Musk podem não ter a mesma
magia sobre eles do que nos mercados públicos.
Se notarem os problemas da Tesla e as conclusões do meu
trabalho podem verificar que nem sempre a abertura de capital é o melhor
caminho. Os empresários são levados a esse caminho, ou pelo “efeito manada” – definido
como: um momento do mercado de ações, onde uma onda de abertura de capital se
torna moda, fazendo com que os empresários sejam compelidos a fazer o mesmo. As
razões são: “todo mundo” está abrindo o capital; ou por acreditar que é uma
forma de monetizar seu patrimônio e ainda permanecer com o controle de sua
companhia.
Os dois casos parecem muito bonito incialmente, mas podem
colocar em risco uma empresa que era muito boa. Ter acionistas cujo objetivo é
somente o lucro de curto prazo, pode destruir seu negócio!
No post estão-vendo-fantasma, fiz os seguintes
comentários sobre o euro: ...” propus dois trades do qual um exclui o outro se
atingindo.1) vender euro a € 1,185 com stoploss € 1,1980, desde que, não
negocie antes disso abaixo de € 1, 1505. 2)
vender euro a € 1,1500 com stoploss a € 1,1650” ... ...” em algum
momento esse trade será executado, ou pelo “bom” preço € 1,1850, ou pelo “mal”
preço € 1,1550. Como se diz em linguagem coloquial: Fica frio! ” ...
Parece que nosso trade, que prevalece desde o final de
junho, deverá ser executado pelo “mal preço”.
Ao observar o gráfico atualizado, dá vontade de vender já,
pois parece “obvio” que vai romper a cotação de € 1,15. Mas não vou entrar
nessa, já fiz antes e algumas vezes não deu certo. Fiquei tão irritado e
perplexo que acabei não entrando novamente quando deveria, ficando naqueles só
com a parte ruim do prejuízo.
Como é sabido, no mês de agosto, a liquidez dos mercados
internacionais ficam bem limitadas, pois boa parte das mesas de operações e os
investidores, estão de férias.
Como apontei no gráfico, aparentemente está se formando um
triângulo. Nessas condições, 2/3 das vezes, rompe para baixo que é a nossa
aposta.
Mesmo com uma forte indicação que agora vai, vou permanecer
quieto, esperando uma das duas situações ocorrerem. Além do argumento mencionado
acima, devo ressaltar que: primeiro a diferença é pequena – entre o nível atual
de €
1,1550 e €
1,15 - 0,45%, segundo que, se for esse o caso, o rompimento deveria acontecer
muito rápido. Estou frio! Hahahaha ....
O SP500 fechou a 2.853, com queda de 0,14%; o USDBRL a R$
3,7936, com alta de 0,59%; e o ouro a U$ 1.212, com queda de 0,10%.
Fique ligado!
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