Nunca é diferente!



A Turquia está sob ataque pelos investidores (ou especuladores?), quando ficou claro ao mercado que, o Fed não estava de brincadeira, é iria subir os juros conforme combinado em seus dots.

Com Jerome Powell assumindo a autoridade monetária no início deste ano, ficou mais claro ainda. Com uma postura simplista de análise seu raciocino é que, a economia está crescendo e o desemprego muito baixo, os juros têm que ser no mínimo normalizado.

Essa conscientização gerou pressão nos mercados emergentes, onde os países com maior déficit em conta corrente foram os primeiros a entrar na lista dos especuladores como objetivos de ataque. Primeiro foi a Argentina, que além de ter um déficit em conta corrente elevado, tinha reservas baixas. Aliado a isso, o seu banco central acreditou que conseguiria segurar os juros quietinhos, sem ninguém perceber, que a Argentina tem um elevado nível de inflação e desajuste nos preços públicos, como gasolina e energia. Não teve saída, depois de uma desornada desvalorização do peso argentino, foi ao FMI.

O mercado escolheu em seguida a Turquia. Com a reeleição de Tayyip Erdogan para Presidente, o mesmo acreditou que, poderia comandar a economia com seus fundamentos. Tanto assim era sua crença, que colocou seu genro como Ministro das Finanças, além da briga recente com o Presidente Trump, por causa de um Pastor americano preso na Turquia. Todo esse cenário motivou ainda mais os especuladores a aumentarem suas posições contra esse país.

Mas foi nesta noite que a vaca foi para o brejo, com uma queda no dia de 20%, fazendo as maxidesvalorizações de nossa moeda nos anos 80 parecer apenas um ajuste, a lira turca caiu 65% nos últimos 6 meses, e cuidado, essa conta vale até esse momento, pois a moeda está em queda livre.


Num anuncio hoje pela televisão, Erdogan não consegui nenhum refresco. Também, ele recomendou para os turcos trocarem suas poupanças de dólar para lira turca. Será que é isso que ele fez? Duvido!

Mas o que aconteceu de errado na Turquia?

Durante grande parte dos quase 16 anos de mandato de Erdogan, a Turquia desfrutou de níveis de crescimento semelhantes aos da China. Mas ao contrário da China, uma potência exportadora com um superávit em conta corrente, a Turquia tem um dos maiores déficits do mundo porque sua expansão foi alimentada pela dívida externa.

A inflação está acima de 15%, mais que o triplo da meta do banco central. Os rendimentos das dívidas emitidas pelo governo estão em níveis recordes. Tudo isso não só prejudica o sentimento e as carteiras do consumidor, como também empurra os balanços das empresas para o abismo. As empresas que fizeram empréstimos em moedas estrangeiras agora enfrentam um fardo crescente devido à alta taxa de lira e ao aumento dos custos dos empréstimos. Em vez de reduzir a dívida do governo e adiar para o banco central para esfriar a economia com taxas de juros mais altas, Erdogan quer manter o partido funcionando com baixas taxas de juros para financiar ainda mais a construção.

A Turquia ultrapassou a Argentina como o pior lugar do mundo para os investidores de dívida soberana. O rendimento dos bônus de 10 anos subiu para um recorde histórico, acima de 20%. Uma razão é que os investidores estão se assustando. Um déficit em conta corrente estimado em mais de 6% do produto interno bruto este ano, exige que a Turquia atraia constantemente recursos do exterior. O governo também precisa conter a inflação para evitar assustar os investidores, especialmente com a expectativa de que a expansão do PIB diminua drasticamente.


As razões para o declínio incluem tumultos políticos depois de uma tentativa fracassada de golpe contra Erdogan em 2016 e crescentes tensões com a Europa e os EUA. Mas a lira também está despencando porque a administração turca seguiu uma agenda de crescimento a todo custo, que alimentou a inflação. Lembre-se, na Turquia, mais crescimento significa mais dívida. A queda da moeda é especialmente dolorosa para uma economia em que até mesmo as exportações são pesadamente dependentes de importações, inclusive de energia, e para um setor corporativo com um déficit líquido em moeda estrangeira de mais de US $ 210 bilhões.

A inflação está fora de controle porque a queda da lira continua elevando o custo das importações. A maioria dos bancos centrais teria resolvido o problema aumentando as taxas de juros antes que a moeda começasse a depreciar, o remédio convencional quando os preços estão subindo muito rapidamente. Mas os investidores acreditam que as mãos do banco central turco estão atadas por Erdogan, que há tempos se opõe aos altos custos dos empréstimos e tem suas próprias opiniões sobre o que causa a inflação. Isso significa que quando o banco finalmente agiu, o dano já estava feito

Erdogan argumenta que o oposto da teoria do livro didático está correto: altas taxas de juros realmente causam inflação, diz ele. Assim, o presidente pediu repetidamente taxas mais baixas em um momento em que a maioria dos economistas diz que precisa ser maior. Ele também equiparou os altos custos de financiamento com a traição e criticou o que ele chama de "lobby da taxa de juros" de especuladores que buscam explorar a Turquia e obter retornos mais altos.

Pedir ajuda ao FMI seria uma amarga pílula para Erdogan, que tem um enorme orgulho em pagar todas as dívidas da Turquia de um pacote anterior de resgate, e que afirma que o país finalmente alcançou a independência econômica. Mas a realidade é que a Turquia é tão dependente do mundo exterior como sempre, talvez até mais. Se os credores estrangeiros pararem de emprestar seus empréstimos a bancos e empresas turcos, toda a economia pode parar no que os investidores chamam de cenário de "pouso forçado". Se isso acontecer, os economistas estão começando a prever que a Turquia acabará batendo. Porta do FMI.

Pois é Sr. Endogran, a faca não está na sua mão, não adianta cantar de galo, a Turquia depende do exterior. Sendo assim, vale a regra deles e não as suas. Se quiser algum histórico de ações que se afastam da lógica econômica sugiro estudar o que o PT fez aqui no Brasil. Mas se mesmo assim não achar convincente, aconselho uma viagem à Caracas.

Ou terá que aceitar a intromissão do FMI na Turquia, ou levará esse país a pobreza em pouco tempo. A regra para as finanças de sua casa vale para o país, gastou demais através de dívidas, sem gerar ganhos de produtividade, em algum momento será necessários cortes profundos. Se a Turquia acreditou que desta vez seria diferente, veja a história das crises. Nunca é!

No post o-tombo-do-facebook, fiz os seguintes comentários sobre o juro de 10 anos: ...” Para que possam acompanhar quando uma definição vai ficar mais eminente, tracei duas linhas em azul, que compreendem os níveis entre 2,75% e 3,05%” ... ...” Embora o juro subiu e está encostado nos 3%, não ultrapassou os limites que apontei como importante. É possível ainda, que o limite inferior possa ser visitado antes da taxa subir novamente” ...


Diga a verdade, observando o gráfico acima seria fácil afirmar que, era uma questão de dias para que o juro ultrapassasse a barreira dos 3% a.a. Agora observem o que aconteceu nesses últimos dias.


É provável que a fase grifada acima deverá acontecer. Mas olho vivo, pois, para que a expectativa de alta do juro mais adiante ocorra, as áreas que identifiquei em bordo, devem conter essa queda. O primeiro intervalo é entre 2,70% e 2,75%, e aceito no máximo até 2,65%. Abaixo desse último nível, azeda bastante esse cenário.

Muito provavelmente, no primeiro intervalo vou propor um trade no sentido de alta de juros, pois com um stoploss pequeno, podemos obter bons retornos.

É assim que vale a pena entrar nos mercados, com um risco x retorno bastante favorável. Lógico que existe risco de dar errado, mas ao invés de ficar preso a opiniões baseada em fundamentos rígidos, uso a análise técnica, e aí ficamos presos somente aos níveis. Let´s the market speak. Se o mercado resolver speak uma outra língua, não vamos teimar!


O SP500 fechou a 2.833, com queda de 0,71%; o USDBRL a R$ 3,8627, com alta de 1,63%; o EURUSD a 1,1409, com queda de 1,02%; e o ouro a U$ 1.211, sem variação.

Fique ligado!

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