Quando a torcida é contra
O Banco Garantia tinha a fama de se aproveitar dos clientes
oferecendo operações aonde a contraparte era o próprio banco. Além dos
clientes, o mercado odiava essa instituição, por sua maneira arrogante e pelo
seu desprezo sobre os pares. Por outro lado, era muito competente e na maioria
das vezes ganhavam muito dinheiro. Era invejado por todos.
Mas como todo mundo, também erravam, e quando isso acontecia
os prejuízos eram enormes. Em 1997, quando aconteceu a crise da Ásia, esse banco
detinha a quase totalidade de um determinado bond do governo brasileiro,
emitido no exterior. Esses títulos encarteirados, eram financiados por outros
bancos que lhe forneciam linhas de crédito. Esses contratos tinham uma clausula
que, caso esse título caísse abaixo de um determinado nível, o banco teria que
adicionar garantias.
No auge da crise, esses papeis derreteram, como não tinham
caixa suficiente para depositar, o banco financiador vendeu no mercado esses
títulos. A perda foi substancial. Acontece que, além do banco, seus executivos
também tinham entrado nessa operação e foram obrigados a pagar vultosas
quantias para que não fossem declarados inadimplentes.
O banco tinha sua sede na Avenida Faria Lima, um dos
primeiros prédios entregues nesta região. Na garagem, sempre ficavam
estacionados os carros desses executivos, de marcas muito caras como: Ferrari,
Maserati. Outros funcionários de bancos que estavam no prédio, morriam de
inveja, pois cruzarem diariamente com esses automóveis para pegar o elevador.
Mas quando se espalhou no mercado os prejuízos do Garantia,
esse pessoal resolveu marar posição. Quando o pessoal do Garantia foi para a
garagem, encontraram tabletes de vende-se grudados na lataria. Essa foi a
desforra do “edifício” para o pessoal arrogante do Garantia.
Ontem à noite, o ex-advogado pessoal de Trump, Micahel
Cohen, resolveu fazer um acordo coma justiça americana, ao afirmar que o
presidente Trump o orientou a violar as leis de financiamento de campanha
através de pagamentos a duas mulheres que alegavam ter tido casos com Trump.
Esse fato, levou o presidente mais perto do que nunca ao escrutínio legal.
Pela primeira vez, nos múltiplos processos criminais
enfrentados pelos ex-associados de Trump, o argumento de Cohen implicou diretamente
o presidente em um possível crime.
Cohen também disse que trabalhou com o executivo-chefe de
uma empresa de mídia, uma aparente referência à editora American Media, para
impedir que outra mulher divulgue informações prejudiciais sobre Trump. Cohen
disse que providenciou o pagamento de US $ 150 mil para a segunda mulher, uma
aparente referência à ex-playmate Karen McDougal. Trump nega ter casos com uma
mulher.
Sob a lei federal, os indivíduos podem contribuir com não
mais do que US $ 5.400 por ciclo eleitoral, na campanha de um candidato, e as
corporações não podem fazer contribuições diretamente. O limite individual
também se aplica a contribuições “em espécie”, doações de bens e outros
serviços destinados a ajudar a impulsionar a campanha.
Os promotores do caso descobriram que os pagamentos eram
"com o propósito de influenciar a eleição", silenciando as mulheres e
evitando que as alegações potencialmente prejudiciais fossem divulgadas apenas
algumas semanas antes de os eleitores irem às urnas.
No caso de Cohen, um desafio para os promotores estaria
mostrando que Trump sabia que estava infringindo a lei quando dirigiu os
pagamentos, disse Ryan.
Trump negou repetidamente o conhecimento dos pagamentos.
Perguntado em abril se ele sabia sobre o pagamento para Clifford na época em
que foi feito, o Sr. Trump respondeu: "Não."
A resposta do presidente é a de praxe nesses casos, nega
veemente. Hoje pela manhã em seu Twitter tentou desmerecer seu advogado: “ Se
alguém está procurando um bom advogado, eu recomendo fortemente que não
contrate os serviços de Michael Cohen”. Outra técnica é comparar casos
semelhantes: “Michael Cohen se declarou culpado de duas acusações de violações
de financiamento de campanha que não são um crime. O presidente Obama teve uma
grande violação de financiamento de campanha e foi facilmente resolvido! ”
Podemos estar preparados para um sem número de declarações
do Presidente Trump negando veemente o caso. Sugiro ao Lula, que faça um bico e
dê assessoria ao Trump nessa área. Pelo menos desta forma, ganharia seu
dinheiro honestamente.
Agora como será que a Angela Merkel e Xi Jinping devem ter
recebido essa notícia. Posso imaginar que, com muita satisfação, pois na pior
das hipóteses, o presidente americano vai passar boa parte do seu tempo
buscando se defender. Sem citar é claro, os democratas.
Fazendo um paralelo ao caso do Banco Garantia, se pudessem, todos
eles encheriam as paredes da Casa Branca com tabloides de “Impeachment”. Esse é
o preço de uma política isolacionista enfrentando a tudo e a todos. Em algum
momento, tudo se volta contra.
A economia americana continua bem obrigado, se o motivo são
os cortes de impostos ou outros benefícios criados por esse governo, a
população não se importa, afinal o que vale são os resultados de curto prazo. O
GDPNow acompanhado pelo FED de Atlanta, aponta para um resultado bastante
positivo para este trimestre.
Me apresentaram outro dia um gráfico que chamou minha
atenção. Nele era exposto a evolução das receitas de dois grupos: as empresas
de tecnologia e o restante do SP500. O primeiro grupo era uma reta com um
aclive importante, o segundo parecia uma reta paralela ao eixo X. O gráfico a
seguir fornece uma boa ideia de como o grupo de tecnologia vem crescendo em
termos financeiros.
No post de hoje comento sobre o SP500, como podem verificar
mais adiante, está a um passo de romper sua máxima histórica. Com esse cenário,
se poderia supor que os americanos estão alocando as calças na bolsa. Porém,
não foi o aconteceu, vejam como o fluxo tem sido negativo nos últimos 12 meses.
No post poucas-boias, fiz os seguintes comentários sobre
o SP500: ...” o
SP500 está bastante próximo de seu recorde histórico a 2.870” ... ...” Vou
calcular quais seriam os objetivos considerando que o nível de 2.870 seja
ultrapassado” ... ...” O primeiro nível seria 3.250, uma alta de 13% dos níveis
atuais, e caso seja ultrapassado, o próximo ponto seria 3.650, uma alta nada
desprezível de 27%” ... ...” o SP500 precisa vencer a barreira dos 2.873 para
ser mais preciso, sem recuo. Para frente e para o alto! ” ...
Naquele momento, aventei a hipótese de uma formação, que
poderia comprometer a alta esperada. Mas passados alguns dias, esse temor não
se concretizou, restando agora a bolsa fazer o seu trabalho.
Tecnicamente, existem outros parâmetros que tornam o nível
de 2.873 uma barreira considerável a ser vencida. É necessário algum “motivo”
que impulsione uma onda de compras. O primeiro natural, são os investidores que
usam análise técnica, em conjunto com os fundos denominados de momentum, se a
bolsa ultrapassar esse nível deverá ocorrer muitas compras por parte desse
grupo; o outro pode ser os fundos de ações onde uma nova onda de entradas reverteria
o fluxo apontado acima, e por último, os vendidos por aí.
O SP500 se mostrou muita resiliência. A quantidade de má notícias,
esse ano, foi grande. Em situações normais impacto seria negativo na bolsa.
Porém, aconteceu o contrário, o SP500 foi lentamente adquirindo novos
patamares. As principais razões foram os resultados e a perspectiva de
crescimento da economia americana.
O SP500 fechou a 2.861, sem variação; o USDBRL a R$ 4,0458,
sem variação; o EURUSD a € 1,1596, com alta de 0,21%; e o ouro a U$ 1.195, sem
variação.
Fique ligado!
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