Os velhinhos na ativa
Não sei se o post de hoje sofre influência pela minha idade,
ou porque realmente está acontecendo uma mudança estrutural com consequências
importantes na economia. Para quem já está acima dos 50 anos entenderá melhor
este conteúdo. Para quem está nessa faixa pode perceber a diferença entre a
nossa geração e de nossos país. Eles com a nossa idade eram “velhos”,
praticamente não praticavam nenhuma atividade física, ou seja, uma vida
bastante sedentária.
Nossos filhos também nos acham velhos, e os filhos sempre
irão achar, esse é um refrão que passa de geração para geração. Porém é
indiscutível que estamos em melhores condições físicas que seus avôs, sem falar
que a relação é hoje muito mais aberta.
Será que daqui a 100 anos, encontraremos no mercado de
trabalho funcionários com 100 anos? O gráfico a seguir pode dar uma pista, hoje
no mercado americano, esta tendência vem crescendo.
A população no mundo está envelhecendo. Uma medida para se
avaliar esse fenômeno é o dependency
ratio – a proporção entre a população que não está na força de trabalho (0
a 14 anos e 65+ anos) dividido pela que se encontram na força de trabalho (15 a
64 anos). O próximo gráfico mostra a evolução desse indicador nos mercados
emergentes.
Esse envelhecimento da população cria dois problemas de
imediato: um aumento na população economicamente ativa, acima dos modelos estatísticos;
e outro na poupança necessária para a aposentadoria, principalmente as
públicas, como o caso brasileiro. Por outro lado, cria um mercado consumidor
com demandas de produtos específicos, principalmente os ligados a saúde. Vejam
a seguir a elevação dos custos com saúde para a população americana.
O mercado de trabalho americano está “apertado” com taxas de
desemprego quem se pode considerar como pleno emprego, é uma preocupação
peramanete do FED. Hoje foi publicado o ADP do mês de julho que aponta para uma
criação de 219 mil vagas. O segmento da economia que mais agregou empregos foi
o das pequenas e medias empresas. Surpreendentemente, o segmento de grandes
empresas houve demissões embora no total adicionou vagas.
Na sexta-feira será publicado os dados oficias onde se
espera a criação de 185 mil vagas. Embora, o resultado do ADP devesse ser uma
antecipação do resultado oficial, suas variações ao longo do tempo,
superestimando ou subestimando, fazem com que o mesmo, tenha perdido seu valor
para esse fim.
O fenômeno de baixo desemprego considerado nos mercados
desenvolvidos parece ser a tônica dos últimos anos. Mesmo existindo alguns
países europeus com taxas ainda elevadas, nas principais economias estão
baixos.
Mas curiosamente ou não, quando se mede as expectativas
correntes dos consumidores, contra as futuras, as mesmas estão em queda nos
EUA. O diferencial do índice de Michigan é um dos mais baixos da série
histórica. A explicação do Mosca para
essa distorção – desemprego baixo e baixa expectativa futura - se deve a
compreensão dos salários que não obtiveram aumentos reais, principalmente na
última década.
Michigan current x
No post a-china-entra-em-ação, fiz os seguintes
comentários sobre o ouro: ...” O gráfico a seguir mostra como as cotações do ouro
ficaram contidas no intervalo entre U$ 1.200 e U$ 1.370, durante os últimos 5,5
anos, com exceção do ano de 2015 e começo de 2016, onde ameaçou romper a
barreira dos U$ 1.000” ... ....” É provável que irá testar o nível de U$ 1.200
mais a frente” ...
Naquele momento o ouro tinha se aproximado do nível de U$
1.200, porém, uma declaração do Trump, sobre a forma como o FED estava
administrando os juros, ocasionou uma pequena alta – U$ 1.245. Essa alta veio
retorcendo nas últimas semanas e agora já se encontra próximo dos U$ 1.200.
Conforme exposto no gráfico acima, o primeiro intervalo
entre U$ 1.180 – U$ 1.200, uma reversão poderia acontecer. Caso o ouro continue
em queda, e principalmente abaixo de U$ 1.130, aumentam consideravelmente as
chances de o metal testar novamente o mínimo que ocorreu no final de 2016 em U$
1.050.
Com em cenário a frente, qualquer tentativa de trade está
sujeito a muitas considerações, tornando uma ação mais como um achismo, do que baseado
num racional técnico. Vamos ficar de fora somente observando.
O Mosca não terá
publicações nessa quinta-feira e sexta-feira, voltando ao normal na próxima
segunda-feira dia 06/08. Só em caso de algo muito importante, e com o Trump
isso não é tão incomum, eu postaria nesse período.
O SP500 fechou a 2.813, sem variação%; o USDBRL a R$
3,7582, sem variação; o EURUSD a € 1,1663, com queda de 0,25%; e o ouro
a U$ 1.216, com queda de 0,59%.
Fique ligado!
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