China no Raio - X
Parece que o real motivo por traz da disputa comercial entre
os EUA e a China emergiu. Há muito se comenta que, os americanos estariam
preocupados com a perda de sua supremacia, econômica e principalmente
tecnológica para os chineses. Durante os últimos 30 anos, a China saiu de um
pais principalmente agrícola e fabricante de produtos de baixa qualidade, para
ser a segunda economia mundial, não ficando nada a dever na área de tecnologia,
além de um aparto militar competitivo com qualquer outro país.
Tudo isso não foi construído de graça, se deveu a um
programa bem-sucedido, implantado pelo governo nesse período, além de um grande
esforço em capacitar sua força de trabalho nesse sentido.
Foi através da geração de substancial superávit comercial
que acumulou reservas da ordem de U$ 3,0 trilhões, desafiando os modelos de
crescimento de países emergentes que se utilizam da poupança externa para
crescer. No caso Chinês, essas reservas serviram para financiar os déficits
americanos por vários anos, e hoje detém cerca de U$ 1,0 trilhão em bonds
americanos.
Nos últimos anos, já visando diminuir essa dependência das suas exportações, a China buscou elevar seu consumo interno, em detrimento desse ultimo. Mais ainda está longe dos padrões ocidentais.
Tudo andou muito bem, até que o feitiço está virando contra
o feiticeiro, e os americanos preocupados com essa evolução, procuram deter
essa escalada.
Até hoje, nenhum Presidente americano teve a coragem de
enfrentar os chineses, pois não deve ser de hoje, que os burocratas desse país,
alertassem o comando maior. Parece que Trump resolveu comprar a briga. Também
se sabe que os chineses são capazes de usar métodos não muito ortodoxos a fim
de atingir seu objetivo, como o de se apodera de propriedade intelectual.
Parece que esse é o motivo de uma ação com consequências potencialmente
devastadoras para o resto do mundo, tomada pelo governo americano contra a
empresa Huawei.
A Casa Branca iniciou na quarta-feira um ataque em duas
frentes à China: barrando empresas consideradas uma ameaça à segurança nacional
de vender para os EUA, e ameaçando proibir a Huawei Technologies de comprar
componentes essenciais. Se isso acontecer, a medida pode paralisar a maior
empresa de tecnologia da China, deprimir o negócio dos gigantes americanos de
chips da Qualcomm Inc. e Micron Technology Inc., e potencialmente atrapalhar o
lançamento de redes sem fio 5G críticas em todo o mundo.
"A ação da administração Trump é uma grave escalada com
a China", comentaram os analistas do grupo Eurasia, Michael Hirson e
Jeffrey Wright em nota. Se totalmente implementada, a lista negra
"colocaria em risco a própria empresa e as redes de clientes da Huawei em
todo o mundo, já que a mesma seria incapaz de atualizar o software e realizar
manutenção de rotina, e substituição de hardware".
A Bloomberg em artigo comentou que, a ameaça provavelmente
elevará os temores em Pequim de que o objetivo maior do presidente Donald Trump
seria conter a China, levando a uma guerra fria prolongada entre as maiores
economias do mundo. Além de uma briga comercial que sacudiu os mercados globais
por meses, os EUA pressionaram tanto aliados quanto inimigos para evitar o uso
da Huawei para redes 5G que formarão a espinha dorsal da economia moderna.
Os EUA notificaram a embaixada chinesa em Washington sobre a
ação da Huawei pouco antes do anúncio na quarta-feira, disse o secretário de
Comércio Wilbur Ross. Embora a Huawei não faça parte das negociações comerciais
entre EUA e China, os EUA esperam que as negociações entre as duas nações
possam mitigar o tipo de comportamento que os EUA estão punindo a Huawei, disse
Ross.
O Departamento de Comércio informou nesta quarta-feira que
em breve colocará a Huawei em uma "Lista de Entidades" - o que
significa que qualquer empresa dos EUA precisará de uma licença especial para
vender produtos para a maior fabricante de equipamentos de rede do mundo. Como
as empresas americanas dominam os semicondutores, isso poderia sufocar a
produção de tudo da Huawei, de estações base 5G a telefones celulares. Talvez
nem consiga usar o Android, o sistema operacional mais popular do Google para
smartphones. Um movimento semelhante no ano passado contra a ZTE Corp. - a segunda
maior empresa de equipamentos de telecomunicações da China - quase forçou a
empresa a sair do negócio.
"Isso poderia levar à destruição da Huawei", disse
Scott Kennedy, um especialista em China no Centro de Estudos Estratégicos e
Internacionais. "Você não pode subestimar o significado.
No coração da campanha concertada de Trump está a suspeita
de que a Huawei ajude Pequim em espionagem, enquanto lidera as ambições da
China de se tornar uma superpotência tecnológica. O Departamento de Justiça
também o acusa de intencionalmente violar as sanções contra o Irã, e no ano
passado planejou a prisão da filha mais velha do bilionário fundador da Huawei.
O governo da China disse que tomará "todas as medidas
necessárias" para defender suas empresas.
"Nós nos opomos resolutamente a qualquer país, com base
em suas próprias leis, sancionando unilateralmente entidades chinesas",
disse o porta-voz do Ministério do Comércio, Gao Feng, em um encontro marcado
regularmente em Pequim na quinta-feira. "Também nos opomos à generalização
do conceito de segurança nacional e ao abuso de métodos de controle de
exportação".
A falta de alternativas é uma razão pela qual está longe de
ser certo que os EUA cumpram sua ameaça de cortar a Huawei. Observadores
durante meses haviam descartado a possibilidade, em parte porque isso
prejudicaria algumas das maiores empresas de tecnologia da América. A
administração Trump também tem pressionado os aliados para bloquear os
equipamentos da Huawei de suas redes de comunicação por razões de segurança.
Mas o esforço dos EUA fracassou amplamente, pois até mesmo o Reino Unido
recusou-se a participar do chamado boicote americano.
Os chineses não estavam brincando quando avisaram que a mais
recente agressão de Washington à Huawei poderá derrubar as negociações
comerciais. A mídia chinesa e as autoridades chinesas aumentaram a retórica,
alertando que não há planos para outra rodada de negociações.
Um comentário sobre Taoran, visto como um local para as
opiniões do governo, acusou os Estados Unidos de jogarem "pequenos truques
para perturbar a atmosfera", e insinuou que a lista negra da Huawei
prejudicou seriamente as negociações.
"Se os EUA não fizerem concessões em questões
importantes, não há razão para a China retomar as negociações", disse Zhou
Xiaoming, ex-funcionário do Ministério do Comércio e diplomata. "A postura
da China se tornou mais dura e não tem pressa para um acordo", porque a
abordagem dos EUA é extremamente repulsiva e a China não tem ilusões sobre a
sinceridade dos EUA ", disse ele.
Como notou o BBG, outro detalhe marcante sobre a cobertura é
que a retórica comercial estridente da China foi repentinamente espalhada pela
mídia controlada pelo Estado. O Diário do Povo publicou três artigos
agressivos, incluindo dois editoriais, com títulos como "Nenhum poder pode
impedir o povo chinês de alcançar o sonho" - "a guerra comercial não
enfraquecerá a China, só nos fortalecerá à medida que a suportarmos".
Olhando para o futuro, o presidente Xi e o presidente Trump
podem ter a oportunidade de retomar as conversações na cúpula do G-20 em Osaka
no próximo mês. Até lá, ambos os lados provavelmente ficarão parados.
Não sou especialista em Geopolítica, mas essa ação do
governo americano coloca em risco o relacionamento entre esses dois países, que
passaria a ser dominado pelos interesses políticos. Sendo assim, o
desequilíbrio existente na conta comercial terá um enfoque diferente do que
reinava até o momento. O que eu quero dizer é que, a decisão de mudar a fábrica
dos EUA para a China, era apenas uma questão empresarial, condicionada as
regras existentes. A partir de agora, se não for de interesse do governo
americano, as regras irão mudar, tornando as decisões propensas a interferências
por razões diferentes das econômicas.
Algo que parece ser uma certeza é que o fluxo de comercial
se dará com outros níveis de alíquotas de importação, nos dois países. Será que
nesta nova condição, a inflação fica ameaçada no futuro?
No post na-mosca, fiz os seguintes comentários sobre
juro de 10 anos: ...
“vendendo os juros a 2,5% com um stoploss a 2,6%, o objetivo é buscar 2,3%, ou
talvez um pouco menos” ... ... “O trade que estamos envolvidos é de curto prazo
e oportunísticos, haja visto que, é contra a tendência de médio prazo” ... ...”
a correção que eu projetava, poderá ter um lance adicional de alta que levaria
os juros ao nível de 2,7% aproximadamente, o que nos tiraria do trade. Em todo
caso, a opção anterior ainda pode prevalecer, bastando que a queda ultrapasse
2,41%.” ...
Acabou não acontecendo o movimento que eu imaginava, o juro
rompeu a marca de 2,41% deixando a opção original ainda em destaque. Por outro
lado, para descartar completamente uma possível recuperação e necessário que os
juros caiam abaixo de 2,34% e isso não aconteceu ainda.
Para não complicar a vida do leitor com movimentos tão
pequenos, não vou colocar essa última alternativa, e considerar que perdemos a
oportunidade de ficar posicionado para uma eventual queda.
Se quisesse, poderia entrar de novo no trade com uma pequena
diferença no nível que sai. Mas não me motiva. Poderia advogar que o juro pode
ir para os dois lados, com uma maior inclinação para a queda. Se esse último
for o caso, estaríamos bem próximo, de onde pretendia zerar a posição – 2,30%,
o que iria gerar um retorno de 0,70%. É muito pouco, prefiro esperar
oportunidades melhores.
O SP500 fechou a 2.859, com queda de 0,58%; o USDBRL a R$ 4,0986,
com alta de 1,29%; o EURUSD a € 1,1159, com queda de 0,12%; e o ouro
a U$ 1.278, com queda de 0,64%.
Fique ligado
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