Se não subir pode cair



Diversas vezes o Mosca foi criticado por ter uma postura dúbia em suas colocações sobre o mercado. Colocações do tipo “ se não subir pode cair “, foram citadas por alguns leitores como uma opinião sem risco. Essas situações surgem em momentos quando onde não se têm uma visão clara do próximo movimento do mercado. Mas não é só o Mosca que dá o benefício da dúvida, o Fed também.

Na quarta-feira a autoridade americana anunciou sua decisão de política monetária. No comunicado não houveram muitas alterações. O mercado interpretou a aposta de corte de juros feita pelo mercado, aconteceria mais adiante. Porém, na seção de perguntas e respostas, Jerome Powell tirou esse entusiasmo, minimizando as preocupações de que, a inflação baixa recente, possa sugerir uma fraqueza econômica mais ampla. Ele repetidamente destacou quedas de preços individuais que poderiam se provar transitórias e, ao fazê-lo, empurraram de volta, contra algumas esperanças do mercado que o Fed estaria se preparando para baixar as taxas de juros ainda este ano.


"No geral, a economia continua num caminho saudável, e o comitê acredita que a atual postura política é apropriada", disse Powell. Por enquanto, "não vemos um argumento forte para mudar as taxas em nenhuma direção".

Embora a política monetária do Fed permaneça suspensa por enquanto, o declínio da inflação anual se persistir, poderia gerar discussões animadas dentro do banco central.

O chamado núcleo de inflação, que exclui as categorias voláteis de alimentos e energia, subiu apenas 1,6% em março ante o ano anterior, versus 1,8% em janeiro e 2% em dezembro. As autoridades do Fed disseram que sua meta de inflação de 2% é simétrica, o que significa que eles esperam que a inflação fique levemente acima e abaixo dela em momentos diferentes.

Corte de taxas podem ser complicadas depois que o presidente Trump pediu repetidamente ao Fed que o faça. Funcionários do banco central disseram que a política nunca influencia suas decisões. Mas os comentários de Trump colocariam mais pressão sobre eles para explicar quaisquer mudanças na política, de modo que as dúvidas sobre sua independência não desgastem sua credibilidade nos mercados.

Na terça-feira, Trump pediu ao Fed que reduzisse as taxas em 1 % e retomasse seu programa de compra de bônus da era da crise, para estimular o crescimento.
A postura do Fed é semelhante ao do Mosca quando se tem dúvida. Com uma enorme diferença entre o Fed e nós, alguns bilhões de dólares em jogo! Hahaha ...

Ontem foram publicados resultados econômicos animadores. A produtividade de uma economia é um fator importante, pois permite que as empresas possam elevar os salários de seus funcionários sem com isso ter que subir seus preços.

Surpreendentemente, com todos os avanços tecnológicos, a produtividade da economia americana estava estagnada. O resultado relativo ao 1º trimestre aponta para uma alta de 3,6%.




Esse resultado fez com que o custo unitário do trabalho apresentasse queda de 0,9% muito melhor que a previsão esperada pelos economistas. Esse conjunto indica que a pressão que existe pelo aumento de salários pode não se refletir nos preços.




Já a publicação da criação de emprego surpreendeu a mais otimista das previsões. Embora as expectativas gerais estivessem geralmente em linha ao redor de 190 mil em abril, a economia dos EUA adicionou 263 mil empregos, bem acima de março e fevereiro.




Por outro lado, os ganhos médios por hora subiram apenas 0,2% em relação ao mês anterior e 3,2% em relação ao ano anterior - mais uma vez esses números estavam abaixo das previsões e iguais às leituras de março.




É sabido que os dados de emprego são atrasados, pois espelham decisões dos empresários feitas anteriormente. Sendo assim, não é recomendável tirar conclusões observado somente essa informação, principalmente se é esperado um período de desaceleração econômica. Agora, mesmo assim, parece difícil advogar que a economia americana está enfraquecendo.

No post as-aparências-enganam, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ... “estou propondo um trade de curto prazo, vendendo os juros a 2,5% com um stoploss a 2,6%, o objetivo é buscar 2,3%, ou talvez um pouco menos” ...


Nada ocorreu com o nível de negociação dos juros desde a semana passada, seguindo a baixa volatilidade observada nesses últimos tempos. O gráfico a seguir, com uma visão de médio prazo aponto os níveis onde poderia acontecer essa reversão.


Nas últimas duas semanas, declarações e publicações de dados econômicos tem feito o juro oscilar dentro de um intervalo restrito, ora para um lado, ora para outro. Ainda acredito que o nível de 2,3% deverá ser visitado, antes dos juros começarem as subir novamente. O trade que estamos envolvidos é de curto prazo e oportunístico, haja visto que, é contra a tendência de médio prazo.

Essa é uma outra situação onde uma sugestão feita usando análise técnica deve confrontar os seguidores de análise fundamentalista. Acho pouquíssimo provável que, um fundamentalista se envolveria num trade quando ele acredita que o juro deva subir. Como poderia ir contra sua crença? Já no nosso caso, mesmo tendo uma opinião que vai de encontro com esse suposto analista, não temos problema em nos posicionar de forma contrária. Deve se ficar atento para não distorcer o seu pensamento mais longo, em função dos resultados de curto prazo, ou seja, evitar virar “torcedor”.

Se por acaso o trade der errado, mudaremos de ponta apostando na alta dos juros no momento adequado, sem se deixar envolver pela perda.


O SP500 fechou a 2.945, com alta de 0,96%; o USDBRL a R$ 3,9378, com queda de 0,70%; o EURUSD a 1,1202, com alta de 0,23%; o ouro a U$ 1.278, com alta de 0,66%.

Fique ligado!

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