Os sem escritório



Em nosso mundo disruptivo, a cada dia somos surpreendidos por novas sistemáticas que desafiam os modelos atuais. Do ponto de vista econômico, uma série de novidades visa eliminar a ociosidade. Essa abundancia existe em diversos segmentos, por exemplo: carros – já aproveitada hoje pelas empresas tipo Uber; moradia – também parcialmente coberta pela Airbnb, e agora a otimização de escritórios oferecida pela WeWork.

Do ponto de vista econômico é fantástico, gera uma renda adicional ao proprietário com um custo e flexibilidade maior ao locatário. Mas toda essa revolução tem um motivo secundário que é percebido na geração Millennial, que estão entrando no mercado de trabalho de forma mais empreendedora que a geração passada, através dos startups. Esses jovens não querem a propriedade de nada: carro, moradia, escritório, preferem a facilidade de contratar um serviço e interromper a seu desejo, de forma rápida e sem custo.

Essa nova disrruptura está acontecendo nos ambientes de trabalho, várias empresas já adotam modelos onde seus funcionários trabalham alguns dias da semana remotamente. O principal objetivo é uma diminuição de custo, uma vez que, o espaço necessário é menor.

Um artigo do Wall Street Journal revela um modelo mais radical, adotado por uma empresa de tecnologia. O GitLab é extremo, mesmo para o Vale do Silício: a empresa não tem sede e todos trabalham remotamente, até mesmo o CEO.

A startup de desenvolvimento de software, que tem mais de 600 funcionários em 54 países, planeja elevar seu quadro de funcionários para cerca de 1.000 no final do ano. Seus trabalhadores distantes confiam em ferramentas internas e serviços baseados em nuvem para colaborar, comunicar e contribuir para projetos.

A ideia é permanecer livre da sede, dando flexibilidade para cortar custos e contratar pessoas em todo o mundo, em vez de depender de caros centros de talentos e escritórios, disse Sid Sijbrandij, diretor executivo e co-fundador.

“A mensagem que enviamos aos investidores é: 'Estamos na vanguarda de uma revolução no trabalho'”, disse Sijbrandij, acrescentando que o objetivo é medir a produção, não o número de horas trabalhadas.

A manutenção de uma empresa sem sedes pode ter desvantagens. Sijbrandij disse que encontrou investidores céticos quanto a operar sem um escritório central. O GitLab costumava ter uma sede em San Francisco, mas se livrou disso porque os funcionários preferiam trabalhar remotamente. Hoje, as pessoas que querem visitar a empresa, às vezes acabam não na sede oficial, mas no loft de dois quartos de Sijbrandij, onde a sala de jantar também funciona como um centro de videoconferência.

O GitLab oferece ferramentas para desenvolvedores de software, com uma plataforma construída na linha de ferramentas colaborativas, como o Google Docs, que serve como um local central onde as equipes podem trabalhar juntas para gerenciar o desenvolvimento de software, testes, empacotamento e implantação.

A empresa fornece uma versão gratuita de sua plataforma, mas ganha dinheiro através de assinaturas de serviços e recursos adicionais. Levantou US $ 165 milhões em setembro de 2018, o que resulta numa avaliação da empresa em US $ 1,1 bilhão.

O GitLab disse que sua plataforma é usada por mais de 100.000 organizações. Seus 10.000 clientes pagantes incluem 32 empresas da Fortune 100, entre elas o Goldman Sachs, a Verizon Communications, e a Charter Communications.

À medida que as ferramentas de colaboração melhoram, permitindo que os colegas de equipe distantes trabalhem juntos sem problemas, alguns questionam se um escritório é mesmo necessário.

"A geografia é menos importante em um mundo sempre conectado e em constante interação", disse Jack Clare, diretor de informações e estratégia da Dunkin 'Brands Group. “Para a maioria das funções digitais e tecnológicas, nossas equipes podem se basear na lua e ser igualmente eficazes”.

Os funcionários estão pedindo cada vez mais flexibilidade e autonomia, e as empresas inteligentes estão respondendo permitindo que trabalhem remotamente alguns dias por semana, disse Andrew Challenger, vice-presidente da Challenger, Gray & Christmas, uma empresa de recolocação e transição de carreira.

"É como se estivéssemos em um ponto de inflexão. Com as ferramentas tecnológicas, as empresas são forçadas a contar com as políticas do escritório ”, disse Challenger.

A Gallup disse em um relatório de 2016 que 43% dos funcionários dos EUA trabalhavam remotamente pelo menos em parte do tempo, acima dos 39% em 2012.

Muitos líderes corporativos permanecem céticos em função de tais acordos flexíveis. Em 2017, a IBM, pioneira no trabalho remoto, começou a trazer alguns funcionários de volta aos escritórios, dizendo que a medida melhoraria a colaboração e aceleraria os projetos.

O GitLab não nasceu apenas digital, nasceu online. Sr. Sijbrandij, que estava morando na Holanda, conheceu seu co-fundador do GitLab, Dmitriy Zaporozhets, com sede na Ucrânia, através da internet em 2011.

Eles usaram o Skype para se comunicar, embora Zaporozhets fosse muito tímido para ativar sua webcam, lembrou Sijbrandij. Para confirmar que seu pretenso parceiro era uma pessoa de verdade, o Sr. Sijbrandij solicitou sua foto e recebeu uma imagem de um rosto obscurecido por um chapéu e grandes óculos de sol.

A empresa foi constituída em 2014, no mesmo ano em que os dois co-fundadores se reuniram pessoalmente em uma conferência na Polônia.

Hoje, o GitLab emprega pessoas em todo o mundo. Mais da metade de seus trabalhadores estão nos EUA e cerca de um quinto estão na Europa.

Metade dos funcionários assalariados do GitLab atualizam e dão suporte ao aplicativo, enquanto o restante trabalha com vendas, marketing e administração.

Um canal de vídeos do YouTube para funcionários chamado GitLab Unfiltered tem mais de 250 vídeos com apresentações, reuniões discutindo estratégia, dicas de programação e muito mais. Um manual de operações, estratégias e metas de 2.000 páginas mantém os funcionários remotos atualizados sobre os processos - e procura acalmar as preocupações sobre como mostrar aos seus chefes que estão sendo produtivos.

“Alguém que tirou a tarde de folga não deve sentir que fez algo errado. Você não precisa defender como você passa o dia ", diz o manual. "Se você está trabalhando muito tempo, converse com seu gerente para discutir soluções."

Esse exemplo de uma companhia de porte médio, com clientes de alto gabarito, funciona de uma forma totalmente não convencional, ou seja, já deu certo. Será que esse modelo pode ser replicado em muitas outras empresas? Antes de responder essa pergunta gostaria que fizessem uma reflexão, será que esse modelo é funcional no tempo, ou faz parte de um modismo?

Não me sinto habilitado a responder, pois vou comparar algo que desconheço com o modelo que conheço, mas posso apontar alguns fatores que se perdem (ganham). Primeiro a interação física entre as pessoas de uma empresa constrói a sua cultura, e verdade que também tem muita ineficiência (reuniões desnecessárias, cafezinho, “radio peão”), melhor avaliação das pessoas, de forma remota muito se perde, os colaboradores tem muito pouco engajamento com a companhia, o turn over pode ser elevado.

Porém, o que se pode notar é uma tendência na direção de diminuir custos e aumentar o bem-estar dos funcionários. Somente no futuro saberemos de a GitLab é uma exceção ou uma percursora.

No post azedou-para-os-emergentes, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ... “a seguir aponto os níveis onde pode haver uma reversão do movimento de queda recente” ... ... “1- entre U$ 1.265/U$ 1.255, considero o mais provável, porém, não com uma margem muito elevada; e 2 – Entre U$ 1.240/U$ 1.220” ... ... “enfatizo que minha intenção é de compra. Isso tem um valor elevado, indica qual é a minha direção. Agora qual será esse momento, prefiro aguardar mais indicações do mercado” ...


Passados alguns dias, a limitada alta do ouro não me convenceu, alguns aspectos técnicos colocam dúvidas se, o movimento de alta mais consistente que espero, já está ocorrendo. Mas por outro lado, posso estar errado nessa avaliação, sendo assim, é importante colocar alguns limites.

No gráfico a seguir, aponto uma região onde aceito que essa mini correção termine – retângulo em cinza. Esse intervalo é entre U$ 1.310/1.325. Se por acaso for rompido, vou pensar como colocar uma sugestão de compra. Também tracei um possível movimento que levaria o metal para U$ 1.230, onde aí sim, vou sugerir a compra – em vermelho.


Como podem notar, se esse movimento de queda se concretizar, pode demorar um certo tempo. Mas essa paciência faz parte desse negócio tão difícil que é investir.

Vocês devem ter notado que ultimamente sugeri poucos trades, podem estar certos que diversos dias me senti culpado, após um pequeno movimento, por não ter indicado um trade. Pensamento do tipo, “puxa tinha este palpite”, “estava na cara que iria acontecer” levam a uma certa frustração. Mas a indefinição dos mercados, fez com que boa parte deles revertesse, antes de um potencial nível de saída, tivesse sido atingido.

Não se esqueçam que 70% do tempo o mercado fica em correção e somente 30% num movimento direcional. Na maior parte das vezes, queremos ficar fora das correções, ou entrar em algum ponto extremo, onde existe um bom risco x retorno. Tentar buscar trades para justificar o meu salário levaria a mais erros que os aceitáveis para um resultado total satisfatório.

Espero manter minha razão baseado em evidencias técnicas em detrimento da emoção e ganancia. No final, confio que meu salário será amplamente recompensado! Hahaha ...

O SP500 fechou a 2.876, com alta de 0,89%; O USDBRL a R$ 4,0386, com alta de 0,93%; o EURUSD a 1,1174, com queda de 0,23%; e o ouro a U$ 1.286, com queda de 0,76%.

Fique ligado!

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