Azedou para os emergentes



Nestes últimos dias os mercados emergentes vivem pressão por conta da valorização do dólar. Os leitores mais antigos devem lembrar que usei um termo, que se aplica neste momento. Quando digo que o dólar está subindo é o dólar-dólar.. Ontem a moeda local o real, sofreu uma queda forte, mesmo com a aprovação da Previdência pela CCJ, o que deixou alguns leitores intrigados, como isso era possível?

Vamos inicialmente analisar o DXY – dólar index, pois já faz um bom tempo que não trago esse indicador. No gráfico abaixo se pode notar a recente alta rompendo uma área de resistência ao redor de 97.5. Esse índice poderia subir mais 2% a 3%, onde eu espero que haja uma reversão para depois cair. Poderia porque não é obrigatório que suba. Essa visão só seria alterada caso ultrapasse o patamar de 100.5, e principalmente, rompendo 104.


Se contra as moedas do G10 o movimento foi generalizado de queda, imaginem os emergentes. O índice dos países emergentes acompanhado pelo banco JPMorgan, passou por uma recuperação 
pálida iniciada a partir de agosto de 2018, que foi rompida neste mês.



Algo está ocorrendo agora, diferentemente do ano passado, é que a queda está mais seletiva, onde os maiores afetados são a Turquia e Argentina. A moeda dos Hermanos, sofreu uma queda de 3,5% somente ontem. Para que os leitores possam ter uma ideia do que acontecesse com a Argentina, veja o paralelo que se poderia traçar em relação ao Brasil: Bolsonaro sem popularidade, Paulo Guedes congelando os preços e Dilma na frente das pesquisas para presidente este ano. Xooooooooo .....


Parece que um período de volatilidade ronda nossos mercados, e neste momento, notícias boas internas somente amenizam os movimentos, mas se forem negativas ....

Completando a maré de más notícias, foi publicado o IPCA-15 do mês de abril com uma taxa de 0,72%, o que levou a taxa anual para 4,71%, voltando a operar no intervalo superior do regime de metas de inflação. O grande vilão foi o subgrupo combustíveis com uma taxa mensal de 3%, consequência do aumento do óleo nos mercados internacionais.


Embora exista essa pressão é temporária e especifica. Os indicadores que acompanho: preços livres (4,16%) e o índice de difusão (57%), não deve alterar o quadro de mais longo prazo, projetando uma inflação baixa. Além disso, o ritmo de atividade está bastante fraco.  A Rosenberg projeta a inflação para 2019 em 3,9%.

No post somos-mais-felizes, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ... “a seguir aponto os níveis onde pode haver uma reversão do movimento de queda recente” ... ... “1- entre U$ 1.265/U$ 1.255, considero o mais provável, porém, não com uma margem muito elevada; e 2 – Entre U$ 1.240/U$ 1.220” ...
 
Na última semana, o ouro “tocou” no intervalo 1 indicado acima, ao atingir a mínima de U$ 1.265. Embora esse fato poderia ser suficiente para propor um trade de compra, ainda não tenho confiança se essa foi a mínima do movimento.

Em determinadas situações a opção de entrar num mercado pode ser diferente. Algumas vezes, deixo um nível pré-estabelecido, que ao ser atingido, o trade se inicia; em outras, indico intervalos sem que exista a mesma recomendação de trade. O ouro se enquadra nesse último.

Não saberia estabelecer uma regra para um caso ou para o outro, mas via de regra é função do movimento mais recente, combinado com a visão de mais longo prazo. No caso do ouro, com já havia mencionado anteriormente, acredito que no médio prazo deva subir. Acontece que tecnicamente, existe uma dúvida sobre o triângulo que se formou nos últimos anos, do qual explanei no post acima: ... “Nesse caso específico com uma agravante, como mencionei anteriormente, o triângulo que se formou desde 2015, poderá romper para cima ou para baixo” ...


- David, fiquei confuso, o que pretende fazer?
Talvez minha indecisão se traduziu na confusão. Desculpe! No curto prazo, vou observar os próximos dias para ter alguma ideia da estratégia que pretendo. Quero registrar que, posso sugerir compra em preços mais elevados, pois esse é o risco de não agir nos níveis indicados – U$ 1.265.

Porém, enfatizo que minha intenção é de compra. Isso tem um valor elevado, indica qual é a minha direção. Agora qual será esse momento, prefiro aguardar mais indicações do mercado. O ouro já fez a lição de casa mínima, caso deseje subir, no momento se encontra a U$ 1.182.

O SP500 fechou a U$ 2.926, sem alteração; o USDBRL a R$ 3,9530, com queda de 0,98%; o EURUSD a 1,1135, sem variação; e o ouro a U$ 1.276, com alta de 0,16%. Estou zerando uma operação de venda de euro, que ficou pendente por um tempo e foi executada ontem. Não estou confortável em ficar vendido neste momento na moeda única.

Fique ligado!

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