Sob outro ponto de vista
Os investidores estão buscando entender o que as curvas de
juros estão nos dizendo. Ouvem cada palavra do Fed, tentando descobrir o que
estão fazendo, e se vão sucumbir à pressão para aliviar as taxas de juros. E os
estrategistas elaboram todos os tipos de gráficos comparando o que está acontecendo
na economia atual com o desemprego, os spreads de crédito. Mas tem uma
diferença importante em relação aos dados históricos, a China nunca foi uma
grande parte da economia global. Sua influência atual supera tudo o mais. O que
torna a história questionável. A China é tudo o que importa?
Um relato feito pelo CEO da Starbucks, Kevin Johnson, dá uma
ideia dos números chineses que não são conhecidos de todos. "Abrimos uma
nova loja na China a cada 15 horas". "Nos próximos 3 anos, abriremos
lojas em 100 novas cidades chinesas, cada uma com uma população maior que Los
Angeles." As 18 maiores cidades da China são maiores que a cidade de Nova
York (maior cidade dos EUA). Eles têm 27 cidades maiores que LA (a segunda
maior). 43 que são maiores que Chicago (a terceira americana). E 140 cidades
maiores que San Jose (10º americana). "Por quanto tempo podemos continuar
fazendo isso?" Perguntou Johnson, retoricamente. "Além da minha
vida”.
É muito difícil considerar qual é o efeito que, o tamanho
atual da economia chinesa tem nas estatísticas americanas. Talvez uma
combinação de ambas? Bem, mesmo que fosse isso, é impossível compilar e muito
menos tecer conclusões. Sendo assim, o melhor que se pode fazer é acompanha-las
de forma individual, e ter em mente essa nova situação.
Os mercados de bolsa têm reagido positivamente, em função
dos últimos dados publicados ou pesquisados na China. O governo daquele país,
resolveu aliviar o crédito visando ativar sua economia. O resultado já se pode
observar na concessão de empréstimo principalmente pelos bancos. Notem a
mudança na forma de conceder o crédito. No passado, o Shadow finance – crédito concedido fora do sistema bancário,
crescia de forma rápida. O governo Chinês ficou muito preocupado pois, além de
não ter controle sobre os mesmos, facilitava falcatruas na captação desses
recursos. Em passado recente, iniciou um trabalho para dificultar esse
mecanismo.
Muito se tem publicado sobre a fraqueza do setor produtivo
nos países desenvolvidos. Fico cético sobre a representatividade desse segmento
sobre o todo da economia. Na maioria desses países, esse segmento representa
menos de 10% do PIB. No caso da China, ainda tem uma significância, porém,
representa a menor parte do PIB. No gráfico a seguir, e acompanhando a
tendência mundial, o que não poderia ser diferente, o setor de serviços
continua crescendo de forma estável e em níveis elevados.
Um segmento que está sofrendo terrivelmente é o de
automóveis. Notamos recentemente que a queda na produção de veículos caiu de
forma expressiva. Um dos responsáveis por essa queda também é a China, onde as
vendas diminuíram significativamente. Efeito Uber lá também?
A economia chinesa se prepara para voltar a crescer não nos
moldes antigos, com PIB de dois dígitos, mas confortáveis e expressivos 6% a.a.
É inegável que em isso se materializando, o impacto será sentido por todo o
globo. Seria isso suficiente para espantar o fantasma da recessão?
Desde a última atualização do dólar, fomos executados no
trade proposto de venda de dólar. No post carregamento-de-posição, fiz os
seguintes comentários: ... ” Na figura acima apontei os dois objetivos mais
prováveis para a queda do dólar, o primeiro ao redor de R$ 3,65/3,60 e o
segundo a R$ 3,50” ...
O gráfico a seguir, de médio prazo, fica evidente a
indefinição que está ocorrendo nessas últimas semanas. Como mencionei no post
acima, existe uma boa chance de queda, mas não se pode descartar uma alta, nada
definido até o momento, embora tenha uma preferência pela queda, razão da
sugestão do trade.
Assim como a volatilidade das moedas do G10 se encontram nos
menores níveis históricos, a do real não poderia ser diferente, considerando
que, a situação brasileira em termos de balança de pagamentos e reservas são
extremante confortáveis.
Em situações de volatilidade baixa, para executar trades, se
pode adotar uma das seguintes medidas: operar com um horizonte mais curto, em
horas; ou o inverso, com horizonte mais longo. A primeira não se adapta as
condições dos leitores, vocês teriam que largar sua atividade profissional para
acompanhar o Mosca durante o dia.
Restaria a segunda alternativa, que também não me parece adequada, pois
implicaria em espaçar as análises técnicas, e trabalhar com stoploss maiores.
Por enquanto vamos manter do jeito que está e observar mais
um pouco, mas tenho que admitir que da forma atual não existem boas
oportunidades de trade.
O SP500 fechou a 2.905, sem alteração; o USDBRL a R$ 3,8670,
com queda de 0,34%; o EURUSD a € 1,1301, sem alteração; e o ouro a U$
1.287, com queda de 0,17%.
Fique ligado!
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