O negócio é alavancar




Quem já não ouviu a frase “vamos alavancar”, quando alguma oportunidade de negócio oferece um ótimo retorno? O termo alavancagem tem uma conotação no sentido de se fazer uma aposta alta, mas raramente se calcula o risco de falha.

Vou comentar sobre esse tema hoje e também analisar as condições que se encontram esses instrumentos no mercado americano.

O conceito por traz de alavancar significa ter uma exposição num determinado ativo através de uma operação de credito. O crédito aqui, não necessariamente implica uma operação bancária, pois normalmente é feita através de um contrato.  Por exemplo, se um investidor quer apostar que o dólar vai subir contra o real, executa uma operação denominada de swap. Sendo assim, se o câmbio hoje é R$ 3,80, daqui um ano se compromete a comprar dólares por uma taxa de R$ 4,00. Se estiver acima ganha, se estiver abaixo perde.

Poucas pessoas se perguntam quem está por traz desta operação. Um especulador que acredita ao contrário? Pode ser, mas a grande maioria é um arbitrador, um banco. O que ele faz? Toma um empréstimo por um ano em reais, compra os dólares à vista e aplica por 1 ano no exterior, e vende o contrato de swap, de tal forma que, no liquido ele realiza um lucro, quando tudo liquidar daqui 1 ano. Assim, para ele tanto faz qual a cotação futura do dólar, o que ele quer é que seus contratos sejam honrados.

Para que o banco não corra um risco de seu cliente em honrar o swap, ao contrato fica associado uma garantia cujo nome é margem. Notem que nesse caso, o risco do banco existe somente se a cotação ficar abaixo de R$ 4,00, onde seu cliente terá que pagar a diferença.

E para concluir essa explanação, quanto maior o risco do ativo, ou volatilidade, maior a margem que será exigida.

Tudo funciona direitinho se nenhuma grande convulsão acontecer, nesses casos, a garantia é calculada para suportar 99% dos casos de oscilação observadas no passado.

Os reguladores financeiros fizeram muito para reformar os mercados de derivativos, que ajudaram a transformar a crise financeira de 2008 em um desastre global. Mas o trabalho deles está inacabado - e há até o perigo de que, de certa forma, eles possam ter piorado as coisas.


Durante muito tempo, os governos deixaram o mercado de derivativos em grande parte por conta própria. Na melhor das hipóteses, apenas as partes dos contratos sabiam quem devia o quê a quem, ou quanto colateral tinha sido depositado para cobrir possíveis perdas. A insensatez dessa abordagem tornou-se aparente quando, nos dias mais sombrios da crise de 2008, surgiu que uma única companhia - a gigante de seguros AIG - devia bilhões em apostas hipotecárias subprime para vários dos maiores bancos do mundo e não tinha dinheiro para pagar. Os contribuintes (governo) tiveram que fornecer US $ 182 bilhões para manter a empresa à tona e evitar um colapso mais amplo.


Desde então, os reguladores globais reorganizaram o mercado em torno de uma instituição testada pelo tempo: a câmara de compensação. Fica entre as negociações, acompanha as obrigações e garante que todos depositem garantias suficientes. Se um cliente falir, a câmara de compensação é responsável por liquidar dívidas com outros clientes. Globalmente, pelo menos 37% de todas as transações com derivativos de crédito passam agora por tais contrapartes centrais. Eles são cruciais para o funcionamento de todo o sistema, permitindo que os participantes negociem sem se preocuparem com a credibilidade de cada um.


Por enquanto, tudo bem. Mas o que acontece em uma crise? Infelizmente, as câmaras de compensação podem facilmente passar de fontes de estabilidade a propagadores de contágio. Tudo depende se eles têm recursos suficientes - na forma de garantias, fundos de garantia e patrimônio líquido - para cobrir eventuais inadimplências ou outras perdas. Se não o fizerem, terão de recorrer a contrapartes sobreviventes, principalmente grandes bancos, para infusões de dinheiro de emergência, justamente quando essas instituições tiverem menos recursos para isso. Pior, se isso falhar, eles podem começar a rasgar contratos de derivativos - contratos em que, em muitos casos, os investidores confiariam para mitigar as perdas. Mesmo a remota possibilidade de tal resultado poderia paralisar os mercados.

Como informação, no mercado brasileiro essa situação ocorreu em 1989 com a BMF. Naquele momento, o investidor Nagi Nahas detinha enormes posições no mercado de ações, e que não se sustentavam no longo prazo. Uma queda expressiva da bolsa, gerou o circuit braker de 10% de queda diário, esse evento contaminou os contratos de Ibovespa da época. A BMF para proteger seu patrimônio decidiu liquidar compulsoriamente 1/3 das posições diariamente, no limite de baixa. Se não agisse desta forma, e considerando que o mercado só começou a negociar com uma queda superior a 30%, as garantias não teriam sido suficientes para liquidar os contratos, haja visto que, haveria um monte de quebradeiras.

Então eles têm amplos recursos? A evidência não é animadora. Uma vez que o colateral (também conhecido como margem) está esgotado, não há muita sobra. Os fundos de garantia, depositados por todos os clientes, normalmente equivalem a menos de 10% do total de garantias e os contratos em ações a menos de 0,3%. No final do ano passado, uma única inadimplência no mercado nórdico de energia queimou dois terços do fundo de garantia da Nasdaq.


Para fazer seu trabalho adequadamente, as câmaras de compensação devem estar inatacáveis. Para esse fim, o Conselho de Risco Sistêmico, um grupo apartidário de ex-funcionários do governo e especialistas em finanças, fez algumas propostas úteis. Primeiro, as câmaras de compensação devem aumentar sua capacidade de absorver perdas. Isso poderia vir na forma de ações, ou de títulos especiais que seriam convertidos em ações quando necessário. Além disso, devem contribuir para um fundo global comum que forneceria apoio nos casos em que os recursos de um único membro se revelassem inadequados. Isso agregaria algum risco e daria às câmaras de compensação um incentivo útil para monitorar a saúde financeira de cada um.

Isso não é tudo. Os reguladores devem realizar testes de estresse públicos das câmaras de compensação, assim como fazem com os maiores bancos. Por mais defeituosos que sejam, os testes podem, pelo menos, garantir que a administração esteja considerando os piores cenários possíveis

Reguladores há muito tempo estão conscientes das vulnerabilidades das câmaras de compensação. No ano passado, o Conselho de Estabilidade Financeira, indicou que estava finalmente pronto para enfrentá-los. Deve fazê-lo sem mais demora. Caso contrário, uma reforma promissora pode se tornar inútil, ou pior, quando a próxima crise chegar.

Mas qual o tamanho deste mercado em termos globais? Segundo a Investopedia é de astronômicos U$ 1,2 quadrilhão. Essa nomenclatura parece se referir a um monte de bandidos, mas é um monte de dinheiro! Conclusão: Vamos torcer para que a volatilidade se mantenha em níveis razoáveis, o que nos últimos tempos, tem sido até surpreendentemente baixa.

O FMI publicou um relatório ontem ajustando para baixo crescimento global. A principal área afetada foi a Europa que está uma draga. A ilustração a seguir, projeta o crescimento para várias áreas do mundo. Ao me deparar com esses dados, pensei: “ Será que não estamos vivendo no local errado”? Não precisam nem responder!


Tenho observado um fato interessante, recorro com mais frequência a gráficos de períodos curtos. Como já comentei, as vezes é bom e as vezes é ruim. Acredito que essa tendência se deve a dois fatores: primeiro que não está surgindo grandes oportunidades, sendo assim, estou buscando pêlo em ovo; segundo que a volatilidade está muito baixa fazendo com que, se busque maiores evidencias nos gráficos de curto prazo. Se for isso, os dois motivos são ruins. Vou me policiar!

No post presidente-disruptivo, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...”  Como destaquei no gráfico, entre U$ 1.255 – U$ 1.235 vamos arriscar uma compra, a princípio” ... ... “A colocação da palavra neste contexto, é por conta da forma como ouro poderá chegar nesse intervalo” ...


Mas o mercado de ouro resolveu não atender os pedidos do Mosca. Mas nós estamos escolados com correções e não fico surpreso com novidades. Na melhor das hipóteses a queda esperada foi postergada, mas não eliminada.

Sem querer dar nenhuma indicação dos próximos movimentos, no gráfico a seguir aponto níveis que devem ser seguidos para esse fim.


No intervalo entre U$ 1.280 e U$ 1.325, que denominei como “terra de ninguém”, qualquer aposta é como se fosse uma loteria, não tenho preferência. Acima, abre-se a porta para novas altas e com um detalhe importante, acima de U$ 1.380 nossa compra baratinha vai para o espaço, pois o ouro deve subir bem. No caso inverso, abaixo de U$ 1.280, aumenta a chance de completarmos nossa ordem.

O SP500 fechou a 2.888, com alta de 0,35%; o USDBRL a R$ 3,8238, com queda de 0,70%; o EURUSD a 1,1270, sem alteração; e o ouro a U$ 1.307, com alta de 0,29%.

Fique ligado!

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