Somos mais felizes?
Tenho a impressão que não somos mais felizes nos dias de
hoje se comparado anos atrás. Noto no meu círculo de amizade que tal percepção
é a mesma na maioria dos casos. Mas será isso real ou consequência de algum
outro fator?
Um trabalho elaborado por Bem Carlson, gestor de portfolios
e especializado em psicologia do investimento, mostra uma outra forma de
enxergar esse comportamento.
Se observarmos estatísticas mais amplas como: extrema
pobreza, educação básica, mortalidade infantil e renda, nas últimas décadas,
houve melhora significativa em todas elas. Porém, a analise de uma pesquisa de
felicidade entre os americanos, mostra uma queda gradual, conforme a figura
abaixo.
Sob outro ângulo, essa sensação comparada com as horas de
sono, número de horas na internet, interação pessoal, parece indicar uma
correlação entre esses fatores.
Por quase qualquer medida, o mundo parece estar melhorando.
O problema da falta de percepção é duplo:
1. Essas melhorias são graduais, então elas não são boas
manchetes.
2. O mundo está repleto de informações e a maioria das
pessoas não tem um filtro adequado para filtrar essa informação.
As coisas estão lentas, mas seguramente melhorando, mas o
mundo nunca será perfeito. Os noticiários a cabo de 24 horas, as redes sociais,
os alertas em seu telefone e suas interações com os seres humanos em estado
real, fazem parecer que as coisas estão piorando.
Todos estão muito bem informados para serem felizes
(destaque meu).
Seria ótimo dizer que, a ignorância é bem-aventurada na era
da informação, mas até mesmo os ignorantes entre nós são mal informados pela
barreira da informação. Eles só acreditam nas notícias falsas postadas por seus
amigos no Facebook ou em alguma teoria conspiratória que ouviram no rádio.
Sem nossos próprios dispositivos, somos bastante capazes de
nos tornarmos infelizes. Sebastian Junger falou sobre a melhor maneira de
derrubar os Estados Unidos em seu livro Tribe:
Os Estados Unidos são tão poderosos que o único país capaz
de destruir pode ser os próprios Estados Unidos, o que significa que a
estratégia terrorista final seria simplesmente deixar o país em paz. Dessa
forma, as piores tendências partidárias dos Estados Unidos poderiam emergir sem
serem impedidas pelos efeitos unificadores da guerra.
É como se a ausência de conflitos verdadeiros só piorasse as
coisas, porque temos muito tempo em nossas mãos para nos preocupar com as
coisas. As pessoas no passado não tiveram o luxo de ficarem indignadas o tempo
todo. Eles estavam ocupados demais lidando com problemas reais.
Uma estratégia para tentar evitar ser derrubada, pela enorme
quantidade de negatividade nos dias de hoje, pode ser:
·
Evitar notícias 24 horas/7 dias por semana a
todo custo.
·
Evite o Facebook. O Instagram é um lugar muito
mais alegre (embora o Twitter é mais eficiente).
·
Tire as pessoas negativas da sua vida. Não é tão
fácil quanto parece, mas esse é o objetivo enquanto se envelhece.
Existe uma bala de prata. Uma das nossas características
definidoras como seres humanos é que raramente estamos, ou nunca estamos,
satisfeitos. Talvez seja bom que as pessoas não decidam descansar com os louros,
só porque as coisas melhoraram com o tempo. Ainda há espaço para melhorias.
Quem sabe seja possível encontrar um dia o equilíbrio certo
entre se manter informado e manter as coisas em perspectiva. Mas com certeza
parece que quanto mais informados somos como espécie, mais difícil é para o
coletivo, sermos felizes.
Embora esse artigo não tem nenhum cunho acadêmico,
comprovando as teses levantadas, no mínimo faz refletir. Alguns pontos
levantados como, a “perda” de tempo atual com informações de baixa efetividade
que afetam nosso sentimento negativo, parece inquestionável. Lembrem das
eleições em 2018, quanto tempo não foi perdido sem nenhuma utilidade. Ou pior,
expondo assuntos cuja grande maioria não temos como opinar, mas mesmo assim,
nos sentimos compelido a ter uma opinião.
Acredito que tudo isso vai acumulando e gera essa sensação
de infelicidade. Como o mundo está ruim motiva uma atitude de desesperança.
Naturalmente não podemos viver desconectados hoje em dia, nos colocaria em
grande desvantagem em relação aos nossos pares. Porém podemos adotar uma
postura mais seletiva naquilo que se pesquisa e tomamos contato. Vale o alerta.
No post o-negocio-é-alavancar, fiz os seguintes
comentários sobre o ouro: ...” No intervalo entre U$ 1.280 e U$ 1.325, que denominei
como “terra de ninguém”, qualquer aposta é como se fosse uma loteria, não tenho
preferência” ... ... “abaixo de U$ 1.280, aumenta a chance de completarmos
nossa ordem” ...
Nesta semana o ouro rompeu o limite inferior indicado acima,
o que nos posiciona para uma eventual compra. No gráfico a seguir aponto os
níveis onde pode haver uma reversão do movimento de queda recente, bem como os
possíveis stoploss.
Como está indicado acima, haveria duas regiões
possíveis: 1- entre U$ 1.265/U$ 1.255,
considero o mais provável, porém, não com uma margem muito elevada; e 2 – Entre
U$ 1.240/U$ 1.220. Considerando o nível mais elevado contra o mais baixo,
existe uma diferença de 3,7%, o que é bastante em termos de stoploss.
É uma situação de difícil decisão onde devemos colocar nosso
trade. Existem algumas possibilidades e cada uma delas tem vantagens e
desvantagens, como tudo na vida. Nesse caso específico com uma agravante, como
mencionei anteriormente, o triângulo que se formou desde 2015, poderá romper
para cima ou para baixo.
- David, se virá aí,
não vem jogar a batata quente na nossa mão!
Não quero me comprometer agora nos níveis a serem adotados. Prefiro
esperar o desenrolar de as cotações acontecerem, pois não chegaram no nível
mínimo. O que posso afirmar é que, vamos comprar em algum ponto dentro do
intervalo U$ 1.265/U$ 1.220, a não ser que, o ouro “derreta” literalmente.
Fique atento a minhas recomendações nos próximos dias.
O SP500 fechou a 2.900, com queda de 0,23%; o USDBRL a R$
3,9366, com alta de 0,86%; o EURUSD a € 1,1296, com alta de 0,14%; e o ouro a
U$ 1.274, com queda de 0,16%.
Fique ligado!
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