Vários - poucos - nenhum



Ontem foram publicadas as minutas do Fed, e foi de grande importância o seu conteúdo. O objetivo do mercado com essas informações era saber o que os membros pretendem fazer com a taxa de juros. Destaquei alguns pontos do documento a seguir:

Vários desses participantes observaram que, a meta atual para a taxa dos fundos federais era próxima de suas estimativas do seu nível neutro de longo prazo, e previam que o crescimento econômico continuaria próximo a sua taxa de tendência de longo prazo, durante o período de previsão. ” (destaque meu)

Alguns participantes indicaram que, se a economia evoluísse como é esperada atualmente, com o crescimento econômico acima de sua taxa de tendência de longo prazo, eles provavelmente julgarão apropriado elevar o intervalo da meta para a taxa de fundos federais, modestamente no final deste ano. ” (destaque meu)

Uma análise qualitativa dessas palavras nos leva a crer que visto de hoje, não se esperaria um movimento de alta nos juros para 2019. Por outro lado, nenhum deles indicou que seria necessário um corte, como está precificado nos mercados futuros. As razões podem ser por dois motivos: primeiro que a inflação continua bem-comportada, como eles enfatizam na ata, mesmo algumas projeções apontando inflações mais elevadas no próximo ano.

“ Em vista da evolução econômica e financeira global e das pressões inflacionárias moderadas, os membros concordaram que o Comitê poderia ser paciente, uma vez que determinou quais ajustes futuros no intervalo de metas para a taxa de fundos federais podem ser apropriados para apoiar esses resultados”.

Nessa linha, a publicação do CPI do mês de março, corrobora nesse sentido. A taxa cheia ficou em 1,9% a.a., ainda abaixo da meta estabelecida pelo Fed de 2% a.a., entretanto, alguns bancos projetam uma elevação do PCE, medida de inflação adotada pela autoridade monetária no estabelecimento da política monetária, conforme gráfico a seguir.


Segundo, que o “strogometro”, que é a quantidade de vezes onde a palavra strong é usada nas minutas, se elevou, e está bem próximo do máximo, indicando que o Fed vê a economia saudável.


Mas o mercado não encara desta forma, pois os contratos futuros de juros apontam para queda na taxa dos fundos federais. Será que, igualmente o que ocorreu no passado recente, aonde o Fed projetava aumentos e o mercado não, a autoridade monetária vai pagar um outro mico e cortar os juros?

Um dado vem surpreendendo nos últimos meses. A China que era um grande financiador do mundo, e porque não dos EUA, ao adquirir volumes expressivos de títulos americanos através de suas reservas, vem diminuindo drasticamente. O motivo é que sua conta corrente está se aproximado de zero.


À primeira vista, poderia ser a queda de sua balança comercial o principal motivo dessa redução, porém, observando- se o gráfico acima, não foi o que aconteceu. A razão foi o aumento na conta de turismo.

Será que os chineses resolveram viajar o mundo e comprar todo o estoque da Chanel? Não é o que acha o Deutsche Bank, sua explicação é que os chineses estão usando esse canal para saída de capital. Se isso é verdade, a consequência é um pouco diferente, pois o que muda de forma simples é que essa parte da reserva ao invés de estar contabilizada no banco central Chinês está em nome dos cidadãos (ou laranjas?) Expertos!

A ilustração a seguir mostra como foi a evolução do valor das ações nos últimos 120 anos. Notem que, o grande crescimento do bolo aconteceu a favor dos EUA, que saíram de uma participação de 15% para 53%, em detrimento de países da Europa. Vou pedir para meu neto (ou bisneto?), para verificar esses dados daqui a 100 anos, e poderia apostar que o mercado de ações da China será o maior. Se quiser apostar eu topo, deixamos para nossos sucessores liquidar. Hahaha ....

Equity size

No post fatores-de-mercado, fiz os seguintes comentário sobre o euro: ... “ é necessário um break agora abaixo de € 1,117 para entrar na venda do euro, ou aguardar um nível um pouco superior para atuar na mesma direção” ...

.... “- David, não pode existir um segundo “false break”?
Olha eu não lembro, o que indica que se existir deve ser muito raro. Desta vez vamos vender e arriscar um eventual prejuízo” ... Acabou acontecendo o terceiro false break?


Pois é, não só aconteceu uma tentativa de false break, como também de ruptura, tudo num intervalo minúsculo de variação – ao redor de 1%. Porém, como indiquei no gráfico, o final está próximo, em alguns dias deve ocorrer.

Na verdade, essa análise técnica não acrescentou nada as análises anteriores. Desta forma, me comprometo a somente atualizar o euro quando a ruptura ocorrer. Se vocês nunca mais receberem um post do Mosca sobre o euro, é porque a moeda única morreu ao redor de 1,12! Hahaha ...

O SP500 fechou a 2.888, sem variação; o USDBRL a R$ 3,8555, com alta de 0,81%; o EURUSD a 1,1258, com queda de 0,13%; e o ouro a U$ 1.291, com queda de 1,25%.

Fique ligado!

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