Ninguém se entende
Desde que a Inglaterra decidiu se separar da União Europeia
em 2016, não consigo imaginar a quantidade de material publicado pelos bancos
com análises das diversas possibilidades de separação. Confesso que, no início
acompanhava com mais assiduidade, mas ultimamente parei.
Eu desafio qualquer britânico, analistas incluídos, para que
dê uma solução, pois ninguém se entende. Como as próprias pesquisas indicam,
existe uma parcela equânime entre os que querem sair e os que não querem, e
pior, durante esses três anos quase ninguém mudou de lado.
O mais recente Primeiro-ministro, BoJo, tentou dar uma de
“esperto”, e usando uma saída legal existente, solicitou a Rainha Elizabeth
para fechar o Parlamento. Imaginou que, desta forma, por bem ou por mal, em 31
de outubro resolveria esse imbróglio. Os legisladores britânicos impuseram
derrotas duplas ao primeiro-ministro Boris Johnson, frustrando seu esforço de
tirar a Grã-Bretanha da União Europeia.
As pancadas consecutivas na quarta-feira para o governo
minoritário de Johnson reduzem significativamente as chances de o Reino Unido
deixar o bloco abruptamente em 31 de outubro, sem um acordo para minimizar a
interrupção econômica esperada. Mas eles também aumentam um período de
incerteza política e econômica para a segunda maior economia da Europa.
Os legisladores votaram 327 a 299 a favor de uma proposta
que exige que o governo busque uma extensão de três meses para o prazo do
Brexit se não concordar com a UE, até 19 de outubro, em novos termos de
separação que atendam à aprovação do Parlamento. Atualmente, o Reino Unido está
programado para sair em 31 de outubro.
A Câmara dos Comuns, também rejeitou na quarta-feira o
pedido de Johnson para as eleições gerais de 15 de outubro, embora o impasse
entre o Parlamento e o primeiro-ministro provavelmente ainda deixe o Reino
Unido a caminho de sua terceira pesquisa nacional em quatro anos, embora mais
tarde no outono. O mercado já aposta como muito provável que aconteça novas
eleições.
Os impactos dessa indecisão nos negócios desse país são
enormes. Muitas empresas estudam sair do Reino Unido caso o Brexit aconteça. O
quadro a seguir mede qual foi o impacto nos investimentos, emprego e
produtividade nesses últimos três anos.
Os mercados estão reagindo de forma impulsiva em virtude do
anuncio da China e os EUA retornarem a mesa de negociação em outubro, esse
movimento nos colocou de volta no mercado com um trade no SP500, no rompimento
do nível 2.940, considere o stoploss a 2.900.
O ouro também está sentindo o baque, apresentando uma queda
de 2,6%, assunto de hoje do Mosca. No
post encarando-realidade, fiz os seguintes comentários: ... “ Venho
enfatizando já faz algum tempo que, o ouro poderia atingir um nível de grande
importância. Se uma queda se suceder a partir desse patamar, o próximo
movimento irá definir se é realmente uma correção, ou a alta do ouro se
esgotaria, originado um novo movimento de baixa de mais longo prazo” ... ... “O
que irá determinar se é um caso ou outro será o shape desse movimento, e mesmo
sendo mais improvável uma queda mais forte, não se pode descartar do ponto de
vista técnico.
Embora a queda hoje foi substancial, ainda não é suficiente
para descartar nem que continue subindo, nem que uma reversão aconteceu. Se até
amanhã, fechamento da semana, o metal ficar nos preços atuais, um indicador
baixista será observado com implicações importantes. Essa observação denominada
de Key reversal week- acontece quando
numa semana os preços atingem patamares superiores à da semana anterior e
fecham abaixo da mínima observada na semana precedente, como aponto no gráfico
a seguir.
Fiz uma hipótese que o ouro estaria entrando num período de
queda de suas cotações, embora ainda exista a possibilidade do objetivo calculado
de U$ 1.560/1.580, seja atingido no curto prazo. Sendo assim, os parâmetros apontados
a seguir valem como exercício.
Acredito que as premissas se encontram bastante claras no
gráfico. Como tudo isso ainda é hipotético, só gostaria de frisar que, quando e
se ocorrer, o shape nos dará
indicação do que é mais provável acontecer.
Os leitores percebem os diversos reforços que faço em favor
do uso de análise técnica, enfatizando em diferentes ocasiões pontos a serem
considerados. O caso recente do ouro merece destaque também. Nesses últimos
meses a argumentação em favor da compra de ouro tiveram vários argumentos, mas
acredito que a queda dos juros foi o que mais circulou. No post grifado acima,
dei minhas observações sobre esse argumento, do qual não concordo
integralmente, mas quem sou eu para ir contra o que o mercado acredita?
Para quem embarcou nesse argumento, projeta preços crescentes
para o ouro, afinal, não se vislumbra alta nos juros.
Isso me remete a situação atual, como comento hoje, o ouro
poderá estar entrando num período de baixa, mas é fundamental saber se, essa
baixa deva ser aproveitada para se montar posição de compra, ou ao contrário,
implementar trades de venda. Essa dúvida é muito pertinente e eu não consigo
responder agora. A diferença entre o Mosca
e os fundamentalistas, nesse caso, é que estou aberto para qualquer uma das
situações, sem um viés de antemão, aguardo o mercado me “avisar” o que fazer,
enquanto no outro caso, não se tem dúvida, se vai as compras.
Posso afirmar que minha posição é muito mais tranquila e com
perspectivas de preservação de capital superiores a possível teimosia de ter
que defender uma opinião, arriscando mais capital que seria desejado.
O SP500 fechou a 2.976, com alta de 1,30%; o USDBRL a R$
4,1083, com alta de 0,34%; o EURUSD a € 1,1035, sem variação; e o ouro a U$
1.518, com queda de 2,19%.
Fique ligado!
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