They are open
Os mercados começam esta semana com um tom mais otimista. São
dois os motivos: as principais economias começam a funcionar e as boas
perspectivas na descoberta de uma vacina contra o vírus. Sobre esse último
ponto, quase diariamente se noticia algum laboratório que entra na fase de
teste em humanos. Esse número é elevado, hoje já existem mais de 10
laboratórios, o que eleva a probabilidade que algum deles encontre uma fórmula
de sucesso. Talvez, esse seja o maior negócio da atualidade, pois existem 7
bilhões de consumidores ávidos por serem imunizados. Faça a conta do
faturamento potencial se cada vacina custar U$10!
Em relação a economia nos EUA, as cargas de caminhões estão
crescendo novamente. As viagens aéreas e as reservas de hotéis se elevaram
ligeiramente. Os pedidos de financiamento hipotecário aumentando, e mais
pessoas estão se candidatando para abrir novos negócios.
Esses são alguns dos primeiros sinais de que a economia americana
está, muito lentamente, voltando à vida.
Muitos dados mostram que o país ainda estava em crise
durante os meses de abril e maio, com a atividade geral de negócios caindo e as
demissões aumentando - embora mais lentamente do que nas primeiras semanas da
crise do coronavírus. As projeções atuais têm a economia em contração de 6% a
7% este ano e o desemprego em porcentagens de dois dígitos por um tempo. Mas,
pela primeira vez desde o fechamento forçado de negócios em março, parece que
as condições em alguns cantos da economia não estão piorando e podem até estar
melhorando.
"Se esta é a única onda [de coronavírus], parece que
chegamos ao fundo e o processo de normalização começou", disse Beth Ann
Bovino, economista-chefe dos EUA na S&P Global Ratings.
Os gastos com hotéis, restaurantes, companhias aéreas e
outros setores afetados pelo distanciamento social continuam baixos, mas parece
estar aumentando. O número de viajantes que passavam pelos pontos de
verificação de segurança caiu para 87 mil em abril, 96% abaixo do mesmo dia do
ano anterior. Mas, em 24 de maio, o número havia mais que triplicado, para 267
mil, embora isso ainda representa uma queda de 87% em relação ao mesmo dia do
ano anterior. Enquanto isso, os dados da empresa de reservas online OpenTable
mostram que os clientes estão começando a retornar aos restaurantes em vários
estados.
O setor de navegação ilustra a tendência. Os números continuam
baixos para os padrões históricos, mas sugerem que as operadoras dobraram a
esquina.
O Truckstop.com, que mede a demanda no mercado spot de
caminhões, afirma que seu índice semanal melhorou por quatro semanas seguidas e
que as cargas disponíveis aumentaram 27% na semana encerrada em 18 de maio.
A DAT Solutions LLC, que combina remessas de frete com
caminhões disponíveis, afirma que seu índice de cargas disponíveis aumentou 22%
na semana encerrada em 10 de maio em relação à semana anterior.
O início de abril marcou um vale para a atividade
imobiliária, de acordo com dados. Com as cidades fechadas nos EUA, as exibições
de propriedades programadas em todo o país - uma medida da demanda dos
compradores - caíram quase 50% em meados de abril, mas aumentaram este mês. A
atividade de exibição, medida como uma média semanal nos 100 principais
mercados, aumentou 27%.
As montadoras dos EUA retomaram o trabalho limitado na
maioria de suas fábricas na semana passada, apesar de enfrentarem interrupções
na cadeia de suprimentos.
Grande parte da retomada da atividade reflete as decisões
dos estados de começar a abrir segmentos de suas economias que foram encerrados
para impedir a propagação da infecção, incluindo Flórida, Geórgia e Ohio. Isso
deve aumentar os gastos dos consumidores, à medida que os americanos se
aventuram em restaurantes e lojas.
Ainda assim, as perspectivas econômicas permanecem altamente
incertas. Os últimos sinais esperançosos coincidem com um aumento nos gastos
emergenciais do Congresso, um declínio no número diário de casos Covid-19
recém-relatados nos EUA e a lenta reabertura de todos os 50 estados - fatores
que podem ser temporários.
Os efeitos da ajuda governamental, como o aumento dos
benefícios do desemprego, podem diminuir nos próximos meses. Funcionários do
Federal Reserve alertam que as condições podem se deteriorar novamente se
surgir um segundo surto, à medida que mais americanos saem de suas casas e
retornam a uma vida mais normal.
Os gastos do consumidor fornecem o maior combustível para o
crescimento econômico dos EUA, representando cerca de dois terços da produção.
Suas perspectivas dependem de se as empresas que cortam milhões de empregos
desde meados de março conseguirão recuperar trabalhadores à medida que a
economia se reabrir. É provável que as pessoas gastem se tiverem salários
constantes e se sentirem economicamente seguras.
A recontratação, por sua vez, dependerá da rapidez com que
os estados reabrem, se os consumidores se sentem confortáveis em se aventurar,
e se uma segunda onda do vírus ocorrer.
As perdas de emprego geralmente persistem por meses após o
início da recuperação. A recessão de 2007-09 terminou em junho de 2009. Mas a
taxa de desemprego não atingiu o pico até meses depois, em 10% em outubro de
2009, e permaneceu acima de 9% por quase mais dois anos.
Para a atividade econômica geral, no entanto, "estamos
vendo alguns sinais positivos nos gastos das famílias, no mercado imobiliário e
no mercado de ações", disse a economista da Universidade de Chicago
Constantine Yannelis. "Mas acho que não podemos prever se isso vai
continuar e se será uma recuperação em forma de V, ou uma depressão prolongada
e sustentada. Realmente, a resposta para isso virá de como a epidemia evolui.”
Esses dados ainda são iniciais e não indicam a tendência dos
vários setores. Agora, para uma economia que estava em zero, qualquer coisa é bem-vinda,
além de dar uma certa sensação de alívio que o mundo não vai acabar. Bom sinal!
Em compensação no Brasil ainda não temos uma perspectiva clara
de quando irá ocorrer a abertura, nem como o impacto que teremos na economia.
Mas esse momento também chegará aqui tendo a mesma sensação, como a de uma
guerra que termina. Por enquanto, We are not open!
No post how-much, fiz os seguintes comentários sobre o
Ibovespa: ... “ Destaquei a possibilidade de um triangulo
ascendente cujo rompimento deveria ser para cima (mais provável). Se isso
acontecer, o objetivo seria ao redor de 89.000/92.000” ...
No último final de semana me debrucei sobre a bolsa brasileira
para buscar uma melhor compreensão do ponto de vista técnico. Minha
desconfiança que o movimento de alta direcional foi abortado, com a queda
presenciada em março, parece bem plausível. Isso significa que a bolsa não vai
subir mais? Não necessariamente, embora seu escopo é mais limitado e com uma trajetória
mais tortuosa. Vou buscar espelhar no gráfico a seguir, duas possibilidades
distintas.
Sempre trabalhando com o mais provável, os dois cenários
contemplam uma alta até o intervalo destacado no gráfico entre 97.000 a 108.000.
Se for uma alta prematura o máximo a ser atingindo é de 91.000. Em seguida,
ocorreria uma queda de parte da alta ocorrida desde março, e aí que pode advir
as 2 possibilidades:
Respiro – Uma queda inconveniente ocorreria levando o
Ibovespa de volta para a casa dos 80.000, para em seguida, iniciar um movimento
de alta que levaria a bolsa ultrapassar os 120.000.
Sai de baixo – Uma queda mais profunda e marcante
levaria o índice ao redor de 50.000, ou até abaixo.
No curto prazo não devemos nos ater sobre esses cenários,
diametralmente opostos, pois em ambos os casos ainda deve ocorrer uma alta.
Por causa disso, o Mosca terá atuações mais táticas
na bolsa brasileira, perdendo o foco principal como alternativa de trade.
Operar em correções é sempre desafiador e nem sempre compensa o risco. Mas como
é um ativo seguido pela maioria dos leitores, continua a ter importância sua
publicação.
- David, está “deletando” o Ibovespa?
Não é bem isso, mas o foco passa a ser mais os outros ativos.
Inclusive, estou pensando em agregar o Nasdaq a lista, afinal daqui a 10 anos
acho que ou o SP500 vira um clone seu piorado, ou perde a importância.
Mas não fique triste, se você tem posição na bolsa brasileira
ou alguma ligação mais emotiva, continue a seguir o Mosca. Ah, antes que
pergunte como saberemos quais dos 2 casos o Ibovespa estará em curso, o shape
nos dará as dicas.
O SP500 fechou a 2.991, com alta de 1,23%; o USDBRL a R$
5,3528, com queda de 1,71%; o EURUSD a € 1,0986, com alta de 0,79%; e o ouro a
U$ 1.711, com queda de 1,01%.
Fique ligado!
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