Pau para toda obra



A recuperação do mundo depende em boa parte do consumidor americano. Os EUA, sendo ainda a maior economia do mundo e o consumo representando 70% do PIB, fica claro essa afirmação.

Depois que as paralisações começaram em meados do final de março e a economia foi efetivamente congelada, começaram a surgir previsões sobre as possíveis consequências não intencionais.

Algumas pessoas supuseram que haveria uma repetição da depressão, que viram toda uma geração de pessoas mudar seus gastos e hábitos de poupança para um estilo de vida mais econômico após o épico colapso da Grande Depressão.

Era impossível ter certeza sobre qualquer coisa naquele momento, mas algumas opiniões fortemente defendidas na época, era a eventual força continuada do consumidor dos EUA. Se há uma coisa em que se pode concordar no EUA é gastar dinheiro.

Mesmo com essa visão fortemente sustentada, qualquer um não teria previsto o quão resiliente o consumidor estaria em sua disposição de continuar gastando. Dê uma olhada nas vendas a varejo excluindo a gasolina (que são impulsionados exclusivamente pelo preço do petróleo) através do pessoal do Bespoke Investment Group:


Obviamente, esses gastos foram auxiliados por um colossal estímulo do governo, mas é incrível como as pessoas continuam gastando, mesmo quando vivemos uma situação econômica sem precedentes.

Ainda não estamos fora de perigo quando se trata dessa crise, mas mesmo se dermos dois passos à frente e um passo atrás por um tempo, não se deve apostar contra o desejo americano de gastar.

Então, como eles chegaram aqui? Como o consumidor passou a dominar a maior economia do planeta?

A tranquilidade econômica das décadas de 1950 e 1960 é vista com carinho por muitas pessoas, por causa da crescente classe média americana, mas é possível que esse período tenha sido uma anomalia. A desigualdade persistiu antes da Segunda Guerra Mundial e voltou com força total nas décadas seguintes ao boom do pós-guerra. Os rendimentos estagnaram para uma grande porcentagem da população nos últimos 50 anos ou mais, enquanto os ganhos foram principalmente para as famílias com maior renda:


Isso não diminuiu o apetite por consumo, mesmo porque experimentaram inflação em muitas necessidades, mas deflação nas coisas que desejam:


A queda do Muro de Berlim e a globalização que se seguiu nas décadas seguintes tornaram mais difícil para muitos nas classes baixa e média.

Gerações anteriores podiam encontrar empregos fora do ensino médio para cargos com salários decentes, com bons benefícios que lhes permitiam sustentar suas famílias e comprar moradias populares. Atualmente, essas oportunidades são poucas e distantes, já que a maior parte desse trabalho foi enviada para o exterior para lugares com salários mais baixos ou consumidos pelos avanços da tecnologia.

Em troca desses empregos, receberam TVs e computadores mais baratos e outras coisas para comprar. Gastam, tomam empréstimos e desfrutam de bens e experiências materiais.

As coisas vão mudar por causa da pandemia? Certamente. Os consumidores vão ficar mais frugal com seus hábitos de consumo por causa dessa crise? Não parece uma boa aposta!

Mas nem tudo é as mil maravilhas, existem vários setores que permanecem praticamente parados, comprimindo parte do PIB. Segundo a Gavekal, se assumirmos que novas restrições afetarão principalmente as atividades de alto contato e os impactos são semelhantes em todos os estados americanos. Estimam que, esses setores que representam 12% do PIB e 23% da folha de pagamento, poderiam ser afetados pelas desacelerações iniciadas no início de julho e provavelmente continuarão em agosto. Outras partes da economia podem continuar a funcionar razoavelmente bem. No geral, isso se traduz em uma desaceleração ou pausa na recuperação econômica, ao invés de uma deterioração maciça.


Hoje vou começar a postar a análise técnica do índice Nasdaq 100, afinal, ele tem se mostrado a preferência dos investidores. Minha análise de longo prazo aponta para níveis elevados. Para que os leitores começam a se familiarizar, hoje esse indicador está em 10.900. Num espaço mais longo o nível mais provável é ao redor de 17.800, uma alta nada desprezível de 63%.

Mas vamos no focar no curto prazo, da mesma forma que o SP500, estou esperando uma correção que pode estar em curso. Caso aconteça conforme minha expectativa, o Nasdaq deveria atingir 10.000 ( 9%); 9.400 (14%); ou 8.900 ( 24%). Eu sei que é um intervalo bastante largo, porém são os parâmetros esperados.


Vou aguardar o surgimento de um bom nível para entrarmos com um trade de compra.

A quantidade de parâmetros aonde o Nasdaq 100 é comparado, ou as empresas de tecnologia são citadas, são inúmeros. Por exemplo, só de uma fonte recebi os dois abaixo, um dizendo que as 4 maiores da tecnologia valem mais que a bolsa japonesa inteira, e o outro que a diferença entra a média móvel de 100 dias e o nível atual é o maior desde 2000.


Eu já devo ter citado aqui no Mosca um princípio que adoto. Quando, alguém te sugere uma boa operação para comprar A e vender B, depois um outro para comprar A e vender C, e um terceiro para comprar A e vender D, pode só comprar A sem vender nada, pois este deve estar com preço errado. No caso do Nasdaq parece semelhante, embora pelo outro lado. Será que pela minha regra deveria vender? Não sei se é aplicável nesse caso, mas que está todo mundo em cima do Nasdaq, não tenho dúvidas.


O SP500 fechou a 3.257, com alta de 0,17%; o USDBRL a R$ 5,1864, com queda de 2,66%; o EURUSD a 1,1521, com alta de 0,67%; e o ouro a U$ 1.841, com alta de 1,44%.

Fique ligado!

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