Cumprindo tabela



Um artigo publicado pela Bloomberg levanta a hipótese que, o presidente Trump estaria agindo de forma a perder as próximas eleições de novembro. Será isso possível?

O presidente Donald Trump começou uma semana em que a pandemia de coronavírus continua a se espalhar, com consequências devastadoras para a saúde pública e para a economia, criticando a Nascar – National Association for Stock Car Auto Racing, por banir símbolos da Confederação e o piloto negro, Bubba Wallace, por não se desculpar por ... bem, não foi exatamente claro o que ele achava que Wallace deveria pedir desculpas. De qualquer forma, colocou Trump diretamente do outro lado da questão, da Nascar, e da maioria dos legisladores do estado branco no Mississippi, que recentemente votaram para remover o simbolismo confederado de sua bandeira do estado.

A reação imediata no Twitter foi questionar se Trump se comportaria de maneira diferente se desistisse de ganhar a reeleição e tentasse cultivar um grupo fanático de clientes leais para futuros empreendimentos comerciais.

Devo enfatizar: na política, devemos sempre ser cautelosos em questionar os motivos. A natureza da ação política é que o que as pessoas dizem e fazem, é o que conta, não o que elas realmente pensam.

E, neste caso, devemos ser particularmente hesitantes. É tentador chegar à conclusão de que, quando as coisas correm mal para um presidente, deve refletir seus déficits e deficiências, em vez de realidades econômicas ou políticas. Assim, quando George H.W. Bush ficou atrás de Bill Clinton na campanha de 1992, os especialistas foram rápidos em encontrar o que interpretavam como sinais de que, Bush realmente não queria um segundo mandato, afinal - ele olhou para o relógio durante um debate! - ao invés de aceitar que Bush certamente queria vencer, mas estava basicamente condenado por uma recessão.

Mas quando os presidentes agem de maneiras que não podem ser facilmente compreendidas pela análise dos incentivos normais da função, é razoável perguntar o que mais pode estar acontecendo. Trump assumiu repetidamente posições questionáveis, seja denunciando o Black Lives Matter, desprezando máscaras, ridicularizando uma abordagem cautelosa para aliviar as restrições à pandemia, ignorando ou descartando relatórios de que a Rússia ofereceu recompensas por matar tropas americanas no Afeganistão. Por que ele faria isso?

É questionável há algum tempo se Trump deseja desesperadamente a reeleição. Não que Trump não queira vencer. É que ele não está disposto, como presidentes normais, a fazer o que for preciso. Em particular, ele não parece disposto a fazer seu trabalho.

Essa é a história da pandemia, onde a recusa de Trump, desde meados de abril, de fazer qualquer coisa é quase inexplicável. De fato, é tão contrário ao comportamento presidencial normal que, neste momento, o plano da Casa Branca é apenas "esperar que os americanos se acalmarão com o aumento do número de mortos e aprender a aceitar dezenas de milhares de novos casos por dia", segundo o Washington Post. Presumivelmente, a campanha deseja ter mais com o que trabalhar. Trump simplesmente não está disposto a ouvir conselheiros que desejam que ele se atenha aos temas de campanha testados em pesquisas.

Por quê? A vida inteira de Trump ensinou a ele que está sempre certo, não importa o quão errado ele pareça estar. Ele teve muitos contratempos em sua carreira comercial, mas se ele estava disposto a aprender com eles, essa tentação certamente foi apagada quando se candidatou à presidência, foi ridicularizada por todos, por meses, e venceu de qualquer maneira. Todos os políticos correm o risco de aprender em excesso as supostas lições de suas eleições e de se considerarem oprimidos pelos especialistas. Trump tem uma razão melhor do que qualquer outro político para cometer esse erro.

Além disso, é uma questão de ambição. Não se trata realmente de quanta ambição um político tem; é sobre o que é essa ambição - o conteúdo da ambição de um político. Trump é incomum, pois parece focado mais no interesse privado do que na ambição pública. Nesse sentido, opta por não ler o material informativo e passar horas e horas assistindo notícias da TV a cabo. Para Trump, a presidência é um prêmio que ele ganhou que valida sua decisão de fazer o que quiser, não um trabalho que tenha obrigações.

E isso difere radicalmente dos presidentes anteriores. Seja para mudar de política, a fim de melhorar a nação, ou para servir ao público, ou para ser pessoalmente poderoso, os presidentes normais realmente queriam a função. Não apenas a vitória eleitoral e o título. E a maioria desses presidentes trabalhou duro e se sacrificou por anos para obtê-lo. Eles não tinham ilusão de a presidência ser uma posição que autoriza seu ocupante a fazer o que quer, pois tiveram que fazer muitos compromissos para chegar lá. Trump nunca deu nenhuma indicação de que é assim. E agora, isso está custando, a ele e à nação.

No mês de novembro os eleitores americanos farão a escolha de seu próximo presidente. Atualmente, o candidato democrata, Joe Biden, encontra-se à frente nas pesquisas. É bem provável que, a atitude de Trump em relação a pandemia fez com que perdesse muitos simpatizantes, afinal, sempre tem que existir um culpado para uma situação ruim. O mesmo acontece aqui no Brasil com o presidente Bolsonaro.

Existe uma diferença importante entre a situação brasileira e a americana, o fato de as eleições serem eminentes nos EUA. A pandemia modificou radicalmente o desenrolar de uma campanha. Sem que houvesse comícios, a comunicação com os eleitores é mais fria, sem que possa existir um movimento de adesão provindo desses eventos. E do jeito que a situação do coronavírus se encontra, especialmente nos EUA, é bem provável que até lá se lutará para diminuir os números de casos novos e mortes.

Um gráfico hoje chamou minha atenção, aonde se nota a distorção criada pelo Fed no mercado de títulos. A linha vermelha aponta para emissão de dívida corporativa em função do PIB e a linha branca a taxa de juros desses títulos. Qualquer investidor sabe que, se a demanda de emissão sobe, seria natural esperar por uma elevação das taxas. Mas não foi o que ocorreu. O volume adquirido pelo Fed é tão grande que absorveu todo esse estoque suplementar. É bom a autoridade monetária não parar de comprar, senão ...


No post  momento-de-reflexão, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “Como marquei no gráfico a seguir, o objetivo estaria contido dentro do retângulo verde entre 106,5 mil e 110 mil” ... ... “O gráfico de mais curto prazo mostra a formação de um triangulo ascendente cujo mais provável é que rompa no sentido da alta” ...

Está semana a bolsa ultrapassou o nível de 97,5 mil, onde permaneceu por alguns dias. Como havia comentado no post acima, faltava um catalizador, e parece que a carta endereçada ao vice-presidente Mourão, dos líderes de 38 empresas pedindo providencias contra o desmatamento. Ele se mostrou aberto para uma conferência, e isso foi suficiente para propiciar o movimento acima desse nível.

O comparativo de nossa bolsa brasileira em relação a outras bolsas ao redor do mundo em 2020, nos coloca em último lugar. Também pudera, perdemos no nominal e no câmbio. Olhando por outro ângulo, teria muito espaço para recuperar.


Em relação ao Ibovespa, podemos ter um raciocínio semelhante a linha “Maginot” que comentei no post de ontem. Um pouco diferente, pois os movimentos do ponto de vista técnico não são iguais. Sendo assim vou denominá-la de linha do Hemisfério Norte (LHN).

No gráfico apontei dois intervalos como objetivo para esse movimento de alta. O primeiro ao entre 107 mil e 109 mil, e o seguinte entre 118 mil e 119 mil. Com esse perfil vamos arriscar uma compra ao nível atual de 99.000 com stoploss a 96.000, objetivando um desses objetivos citados.  

O que poderia acontecer caso o Ibovespa ultrapasse o último limite acima de 119 mil? Não posso me aventurar a projetar, baseado em hipóteses de uma correção. São diversas possibilidades com implicações diferentes em cada caso. Vamos passo a passo, e não esquecendo que, ainda falta muito para atingir esse nível. Mas de maneira geral é bom, garantiria que a mínima atingida em março, se manteria por muitos meses, na pior das hipóteses.

O SP500 fechou a 3.169, com alta de 0,78%; o USDBRL a R$ 5,3390, com queda de 0,73%; o EURUSD a 1,1329, com alta de 0,53%; e o ouro a U$ 1.808, com alta de 0,80%.

Fique ligado!

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