Stoploss no Covid-19



Estamos vivenciando dois movimentos que de certa forma surpreendem. Primeiro é a performance dos ativos financeiros, e principalmente da bolsa de valores, que desde março experimentam altas dia após dia. Com a lógica que, as empresas de internet, tem performance garantida pela mudança de atitude das pessoas, saltaram a frente, arrastando em seguida outros setores da economia. Ficou para trás aqueles setores que foram fortemente afetados; em seguida estamos observando os países levantando as restrições de confinamento, e o que se nota é um movimento de “dane-se” vou aproveitar a vida. Isso se pode notar com mais força na camada jovem da população, que invadiram os bares e Pubs na Europa de forma pouco recomendável. O gráfico a seguir que aponta as mortes por faixa etária lhes garantem um certo conforto, quando comparado com a gripe espanhola.


Ambas situações acima combinam mais com um cenário de euforia, por conta de um mundo sem problemas, se contrapondo com o aumento no número de casos ao redor do mundo, porém, ainda, sem um elevado número de mortes diárias. Mas qual seria o motivo de tamanha displicência? O problema é que, sem cura ou vacina, a contenção depende de as pessoas aprenderem a mudar de comportamento.

Depois do pânico inicial da covid-19, muitos estão ficando cansados e resistentes. As máscaras ajudam a evitar a doença, mas, na Europa e nos EUA, algumas pessoas se recusam a usá-las. A lavagem cuidadosa das mãos mata o vírus, mas quem ainda não recaiu nos velhos e maus hábitos? As festas são perigosas, mas os jovens confinados por meses já não estão nem aí. E mais importante: à medida que os meses se arrastam, as pessoas precisam ganhar algum dinheiro.

A covid-19 veio para ficar, pelo menos por um tempo. Os vulneráveis terão medo de sair e a inovação desacelerará, criando uma economia que nunca chegará a atingir 100% de seu potencial. Muitas pessoas vão adoecer, algumas vão morrer. Talvez as pessoas se tenham cansado da pandemia. Mas ela não se cansou de você.

Hoje a bolsa na China resolveu dar um impulso forte. Não sei se os investidores daquele país leram o Mosca da última sexta-feira e resolveram mergulhar nas ações. Hahaha...! Analistas e investidores disseram que era difícil identificar um único fator claro para a alta da segunda-feira. Mas alguns apontaram para um editorial de primeira página em um grande jornal financeiro estatal.

O Shanghai Composite ganhou 5,7%, para 3.332, seu maior ganho em um dia desde 2015. Corretoras, bancos, mineradoras, empresas de aviação e desenvolvedores lideraram a alta.


Khiem Do, diretor de investimentos da Grande China em Barings, em Hong Kong, disse que a dinâmica era semelhante à observada nos EUA, onde indivíduos presos em casa se dirigiam ao mercado de ações na esperança de obter lucro.

Um editorial de primeira página do China Securities Journal disse que promover um "mercado em alta saudável" é importante, dadas as relações internacionais cada vez mais complicadas da China, intensa competição financeira e tecnológica e o desafio de controlar os riscos financeiros internos.

Steven Leung, diretor executivo de vendas institucionais da UOB Kay Hian em Hong Kong, disse que o editorial reforçou a confiança dos investidores. Ele disse que alguns investidores do continente também estão comprando ações, antecipando que mudanças futuras, como uma revisão do Shanghai Composite, atrairiam mais investimentos globais.

"Sinto que o rally está ficando mais forte com base no efeito bola de neve - as pessoas assistindo outros ganhando dinheiro estão entrando", disse Alex Au, diretor da Alphalex Capital Management, um fundo de hedge com sede em Hong Kong. "Como em outros lugares, muitos investidores de varejo que começaram a comprar ações no segundo trimestre não perderam dinheiro nos últimos meses, por isso estão confortáveis ​​em correr riscos para aumentar o mercado".

Dados oficiais na semana passada mostraram que a recuperação econômica da China ganhou força em junho, já que as exportações e os serviços se beneficiaram das políticas de apoio do governo e da reabertura de alguns mercados no exterior. O índice PMI de serviços subiu de forma expressiva não vista nos últimos anos.


Uma onda de otimismo se espalha ao redor do mundo com uma velocidade superior ao coronavírus, tudo isso, sem que haja uma solução definitiva para ele. Bateu o stoploss no Covid-19! Até os fundamentalistas estão pensando em virar grafistas! Hahaha ...

No post mercado-x-coronavirus, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “ considerando que existe mais uma rodada de queda do dólar: primeiro intervalo entre R$ 5,48/R$ 5,53 (próximo aos níveis atuais – indicado em amarelo), e a outra entre R$ 5,70/R$ 5,73 (indicado em azul)” ...

Desde a última publicação o dólar passou por um declínio insuficiente ainda para que se possa decidir qual das 2 hipóteses acima se encontra. Numa visão de mais curto prazo, e possível que, a hipótese primeira prevaleça, conforme se pode notar no gráfico abaixo.

Com essa é uma possibilidade de curto prazo, fica cancelado o trade proposto anteriormente pelo seguinte: venda de dólar a R$ 5, 41 com stoploss a R$ 5,47. Como essa opção foi montada em uma janela de 1 hora, está sujeito a chuvas e trovoadas, razão de um stoploss bem curto. Nos próximos dias, poderemos saber melhor se esse já é o movimento de queda esperado ou ainda estamos dentro de uma micro correção.

O SP500 fechou a 3.179, com alta de 1,59%; o USDBRL a R$ 5,3517, com alta de 0,67%; o EURUSD a 1,1311, com alta de 0,55%; e o ouro a U$ 1.786, com alta de 0,65%.

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