Passados 4 meses, desde que o mercado financeiro levou a
sério a contaminação provocada pelo coronavírus, um certo grau de
tranquilidade, e até otimismo, encerra o mês de julho. Não que o Covid-19 fosse
erradicado, longe disso, pelo contrário está retornando aos locais de infecção,
um a um, em menor intensidade. Mas, o mercado não está levando em consideração
esses riscos, é bem verdade que, notícias sobre vacinas e novos tratamentos
para o combate, evoluíram bastante, fazendo crer que lockdown da forma que
assistimos em março sejam pouco prováveis.
Outra percepção que noto, são que os segmentos mais
ameaçados, que imagino todos conhecem de cor, permanecerão ruins ou péssimos. Não
consigo ver uma recuperação solida, pois o ambiente será de idas e vindas, de
acordo com a dança do vírus. Na grande maioria, esses setores envolvem serviços
de bem estar e recreação. Sendo assim, acabam influenciado o humor das pessoas,
e podem acabar impactando a parte mais saudável da economia.
Talvez, meus pensamentos estão fortemente influenciados pela
minha situação pessoal, por estar no grupo de risco. Não tive coragem de ir a
um restaurante, shopping center, e academia nem pensar. Sei também que, os
jovens têm tido uma reação contraria a minha. Exagerando na dose, estão sendo
contaminados e espalhando o vírus por aí.
Somando tudo, como será que a economia vai se comportar nos
próximos meses? Vejamos os sinais de que os dados da economia americana nos
fornecem, afinal, 70% do PIB da maior economia do mundo é fundamental para
todos nós.
Há muitas razões para se preocupar com as perdas econômicas
recordes sofridas pelos EUA no segundo trimestre de 2020. O impacto sobre
trabalhadores e famílias foi grave. Muitas partes da economia serão danificadas
por anos.
As más notícias econômicas recentes garantem outra rodada de
boas notícias enganosamente boas no outono, o que pode levar a uma confiança
injustificada que dá aos formuladores de políticas, uma desculpa para fornecer
apoio inadequado a uma economia fraca.
O produto interno bruto do segundo trimestre encolheu a uma
taxa anual de 32,9%. Essas perdas praticamente garantem aumentos de dois
dígitos no PIB no terceiro trimestre de 2020. Os economistas do JPMorgan
estimam que o PIB de junho será mais de cinco pontos percentuais acima da média
de abril, maio e junho. Portanto, mesmo que a economia não cresça em julho,
agosto e setembro, o terceiro trimestre já deve superar o segundo por uma ampla
margem.
Em uma previsão divulgada no início de julho, o Escritório
de Orçamento do Congresso, apartidário, projetou um crescimento do PIB do
terceiro trimestre a uma taxa anual de 17%. Essa previsão deve ser revisada
para baixo, dado o fraco desempenho econômico de julho, mas ainda é provável um
crescimento de dois dígitos no PIB.
Que um desempenho econômico positivo impressionante apareça
perdas econômicas impressionantes não é surpresa. Essas estatísticas
trimestrais de crescimento são relativas. A queda maciça da atividade econômica
em março e abril significa que a economia de agosto e setembro pode parecer
muito boa em comparação, e permanecer muito fraca no sentido mais amplo.
Os números oficiais do PIB do terceiro trimestre não serão
publicados até a época das eleições presidenciais de novembro, mas haverá
muitos indicadores que refletirão a mesma dinâmica enganosa: uma economia muito
fraca que está melhorando rapidamente.
Por exemplo, a taxa de desemprego pode recuar 20% entre
junho e outubro. Isso refletiria um mercado de trabalho que melhorava
rapidamente. Mas uma queda de 20% ainda deixaria a taxa de desemprego em 8,9%,
um nível desastrosamente alto.
Essas estatísticas confusas e contraditórias representam
dois perigos. Primeiro, o recorde de crescimento do PIB e a rápida melhoria dos
indicadores econômicos podem levar muitas pessoas que não são diretamente
afetadas pela economia fraca a pensar que a economia é sólida ou mesmo
próspera.
Isso leva ao segundo problema, que é o perigo de minar o
apoio político a medidas adicionais de recuperação econômica no Congresso.
Depois de patinar em julho devido ao ressurgimento do vírus
no Sul e no Oeste, o ritmo de melhoria econômica no outono e inverno é menos
certo. Uma economia americana de início e fim, que dá três passos à frente e um
passo atrás, pode estar no futuro.
Mas é difícil imaginar que a economia no início do próximo
governo presidencial não seja significativamente mais forte do que é hoje.
Também é difícil imaginar que a economia na primavera de 2021 não será muito
fraca, com o desemprego no nível da recessão.
As boas notícias econômicas provavelmente aumentarão a
complacência que se tornaria uma grande ameaça à recuperação econômica. Não se
pode deixar levar pelo canto da sereia.
No post o-juro-invisivel fiz os seguintes comentários
sobre o juro de 10 anos: ... “ o que precisa
acontecer e que o juro se desvencilhe da região apontada acima em amarelo entre
0,60% e 0,80%” ...
Esta semana, depois que o Presidente do Fed deu todas as
dicas que, não pretende subir os juros enquanto a economia não melhorar, e como
isso vai demorar, os traders resolveram apostar na queda dos juros, fazendo com
que as taxas ficassem abaixo do limite inferior de 0,60% a.a. Sendo assim, abre-se
o primeiro objetivo de 0,30% e caso não segure nesse nível, o próximo seria
0,10% a.a.
Fiquei pensando se valeria a pena sugerir um trade nesses
níveis, e conclui que teria um bom risco retorno. Sendo assim, vamos vender os
juros a 0,56%, objetivando 0,10%, com um stoploss a 0,65%.
Pode ser que seja um false break e daqui a pouco seremos
estopados, mas com todos os argumentos de uma economia fraca no curto prazo,
pode ser que, os juros vão beliscar a marca do 0%, como está acontecendo com os
títulos da Europa.
Jamais imaginei no passado que estaria propondo aos leitores
fazer uma aposta de queda de juros num nível tão baixo. Se ainda fosse os
tempos onde eu só usava a análise fundamentalista talvez fizesse a sugestão
inversa, com o argumento de quanto posso perder? Como hoje a análise técnica
predomina em minhas decisões essa amarra não existe, posso propor qualquer
coisa que justifique do ponto de vista técnico. Uma mudança radical!
O SP500 fechou a 3.271, com alta de 0,77%; o USDBRL a R$ 5,2115,
com alta de 1,10%; o EURUSD a € 1,1774, com queda de 0,61%; e o ouro
a U$ 1.974, com alta de 0,78%.
Fique ligado!
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