Destruição Ilógica
O post de hoje tem uma certa continuidade com as informações contidas no post de ontem Destruição Criativa, razão do título de hoje. Inicialmente vou acrescentar alguns dados publicados que reforçam a hipótese levantada pelo Mosca, de um período de Destruição Criativa, conforme a teoria do economista, Joseph Schumpeter. A seguir condensei em apenas um gráfico os ISM de serviços dos EUA, Europa e Grã Bretanha. O detalhe não interessa muito, mas observando o setor de serviços, onde estão as empresas de tecnologia, não parece que estamos numa recessão.
Nesses pontos a Covid-19 criou uma situação diferente das
que ocorrem quando novos produtos e serviços substituem os antigos, conforme
prega Schumpeter, a velocidade e extensão. Na verdade, a substituição de
modelos antigos pelos modernos foi feita a toque de caixa, sem que houvesse
tempo para acomodar a perda de empregos gerada.
Vamos colocar uma outra ideia que pode estar se aproximando,
a da descoberta de uma vacina. Isso não seria uma boa notícia? Depende, para as
pessoas, inclusive eu, seria ótima. Mas é para o mercado acionário? Um artigo
publicado pela Bloomberg imagina que não!
Os investidores devem
considerar o risco de mercados, com a revelação de uma bem-sucedida vacina
contra o coronavírus, provocando uma liquidação em títulos de renda fixa
(entenda-se uma alta de juros) e uma rotação das ações de tecnologia para ações
cíclicas, de acordo com o Goldman Sachs.
A aprovação de uma vacina pode "desafiar as suposições
do mercado sobre ciclicidade e taxas reais eternamente negativas",
acrescentando que esse cenário pode apoiar curvas de rendimento mais
acentuadas, cíclicos tradicionais e bancos, enquanto desafia a liderança das
ações de tecnologia.
Faz todo sentido esse raciocínio, pois desde que o surto
começou as taxas de juros caíram, em função principalmente da injeção pelos
governos, e acelerou a alta das ações de tecnologia em detrimento das ações de
outras áreas, conforme relatei ontem. Com uma vacina nas mãos, voltaríamos a
uma vida mais normal, e sairia um peso dos setores tão prejudicados. Ora, se a
maior parte dos índices são concentrados em ações Tech, numa rotação, o índice
deveria recuar, ocasionando uma Destruição Ilógica, teoria do Mosca! Hahaha
...
Mas tudo isso ainda são conjecturas, pois nem a vacina
existe e nem se sabe se existira, o que parece pouco provável (que não exista).
A inflação, outro elemento de preocupação do Mosca, vai mostrando suas garras em alguns setores da economia americana. Naturalmente, está ocorrendo naqueles onde a demanda, ou necessidade, se elevou por conta da Covid.
Muito bem, vejam a distorção que ocorre no mercado de títulos americanos. No gráfico a seguir, depois do início de março, a curva dos juros nominais de 10 anos, em comparação com a expectativa de inflação também para o mesmo prazo, começaram a divergir. Essa divergência é função da pesada intervenção do Fed na compra de títulos. Tudo bem, entendemos esse fator, mas em algum momento ou a expectativa cai, ou os juros nominas sobem!
Não sei se os leitores percebem que, investir dessa maneira
permite se desconectar das eventuais ameaças que rondam o momento. A
discrepância entre os dados econômicos, a volta da contaminação em locais que
havia sido eliminada o coronavírus e um presidente como o Trump, que por estar
em baixa é um grande perigo, já seria suficiente para ficar imobilizado. A
grande boia que permite arriscar usando uma ferramenta técnica é o stoploss,
que garante não consumir seu capital de forma descontrolada.
O SP500 fechou a 3.349, com alta de
0,64%; o USDBRL a R$ 5,3270, com alta de 0,70%; o EURUSD a € 1,1876,
com alta de 0,13%; e o ouro a U$ 2.063, com alta de 1,17%.
Fique ligado!
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