Mudanças despercebidas
Aqui está o desempenho do SP 500 em relação às ações de mercados emergentes desde o início de 2007:
Existem muitas razões para este desempenho superior. O dólar
se fortaleceu fortemente desde a Grande Recessão. Os mercados emergentes também
dominaram o SP durante a maior parte do início dos anos 2000.
Outro motivo é que muitos investidores insistem nas diferenças setoriais entre os Estados Unidos e os mercados de ações estrangeiras. Eles dizem que essas diferenças ajudam a explicar a grande lacuna de avaliação entre esses mercados:
E esse foi um bom argumento em 2007 ou mesmo em 2015, mas
não em 2020.
A composição das ações dos mercados emergentes mudou dramaticamente nos últimos anos. A Blackrock publicou as mudanças de setor em seu iShares Emerging Markets ETF (EEM) desde 2007:
A energia passou de mais de 15% para menos de 6%
Os materiais estavam perto de 16% e agora estão em 7%
As finanças passaram de mais de 20% para 18% (e caíram de
uma alta de 27% em 2015)
As ações discricionárias do consumidor passaram de cerca de
3% para 18%
A tecnologia é agora o maior setor, tendo subido de 13% em
2007 para mais de 18% agora
O setor financeiro ainda tem um grande peso, mas é uma
participação de mercado cada vez menor em comparação com o passado. As empresas
de energia e materiais combinadas são agora menos do que qualquer uma dessas
categorias individualmente em 2007. E as ações de tecnologia agora constituem o
maior setor do fundo.
Aqui estão as comparações do setor em relação ao S&P 500 ETF (SPY) no final de julho:
Um dos principais motivos pelos quais o mercado de ações dos
EUA tem se saído tão bem é o desempenho monstruoso das gigantescas ações de
tecnologia. Amazon, Apple, Microsoft, Facebook e Google, que atualmente
representam cerca de 23% do S&P 500.
Os mercados emergentes agora têm uma concentração de tecnologia semelhante no topo. Estas são as 10 principais participações no ETF - EEM:
Agora, não se sugere que as ações de mercados emergentes
merecem um múltiplo semelhante ao SP 500. Existem outros fatores em jogo aqui,
incluindo o estado de direito, a maturidade dos mercados financeiros, a
confiança no sistema financeiro, a autonomia das corporações em vários países e
como os acionistas são tratados pelos reguladores e funcionários do governo.
Mas as coisas mudaram drasticamente ao longo dos anos nos
mercados emergentes e muitos investidores podem não saber disso porque suas ações
estão muito defasadas.
Também é importante notar a natureza cíclica da relação entre esses mercados ao longo do tempo:
Portanto, talvez os investidores não se importem tanto com
os setores quanto com os outros fatores envolvidos ao investir em mercados em
desenvolvimento.
Mas os mercados emergentes estão começando a se parecer mais
com o SP 500 com o tempo. Eventualmente, isso deve ser uma coisa boa para os
investidores nesses mercados voláteis.
Esses resultados indicam que o EEM está defasado, não por
conta das empresas que constam embaixo dos índices, essas parecem de acordo com
a nova preferência do investidor, mas provavelmente pela região em que se
encontram. Em todo caso, vale a pena ficar de olho.
Já a nossa bolsa, está totalmente defasada com essa nova preferência, pois se não fosse assim, o Ibovespa estaria com um retorno acima do SP500, segundo a simulação feita pelo Credit Suisse, assumindo a mesma participação dos setores do SP500. Para que o leitor entenda, se os pesos dos setores da nossa bolsa fossem iguais ao do SP500, veja qual seria a performance abaixo.
O nosso índice que espelha as maiores companhias do país, é da velha economia, esse é talvez a maior explicação pela defasagem em relação a bolsa americana. Não fosse a recuperação das commodities nos mercados internacionais, os níveis do Ibovespa estariam ainda inferiores aos de agora.
No post ficando-com-as-sobras, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” Como estava desconfiado, o dólar acabou suplantando o primeiro patamar sugerido para a reversão. Agora, permanece o segundo intervalo, que segundo os cálculos, assume um intervalo compreendido entre R$ 5,75/5,81/5,87, nessa sequência. Em algum desses níveis espero ocorra a reversão” ...
O dólar atingiu a máxima de R$ 5,6725 e a partir daí retrocedeu. A chance de que o movimento de baixa se iniciou, aumentou bastante, embora correção, é correção.
- David, não enrola, seu nível mais baixo era superior ao
atingindo no mercado. Isso não é considerado um erro?
Foi bom você tocar nesse assunto, como já está cansado de saber, análise técnica trabalha com probabilidade, sendo assim, o nível exato depende de cada situação. O importante é que a perspectiva era de queda e isso acabou ocorrendo. Também, não posso afirmar que a retração está em curso, somente abaixo de R$ 5,25.
O SP500 fechou a 3.500, com queda de 0,22%; o USDBRL a R$
5,4764, com alta de 1,64%; o EURUSD a € 1,1930, com alta de 0,24%; e o ouro a
U$ 1.968, com alta de 0,20%.
Fique ligado!
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