É para comprar ou para vender?


Neste final de semana, eu estava passeando com minha cachorra, e encontrei um amigo que é leitor do Mosca com seu filho. Depois de alguns elogios a minha Golden, um cachorro incrível, seu filho me perguntou:

- Você acha que vai ter recessão?

Com essa pergunta supôs que seu filho também acompanha o blog. Disse que essa resposta valia milhares, milhões ou bilhões dependo do cacife de cada um. Aproveite para citar o post da última sexta-feira, e didaticamente, expus os conceitos do PMI e curva invertida. Depois de terminar, notei que provavelmente estava falando grego, afinal o assunto é muito específico.

Lembrei de um momento em que eu vive nos anos 80, quando era responsável pela tesouraria do Banco Frances e Brasileiro. Naquela época era comum dois jovens se juntarem e fundar uma corretora, eram a startup daquele momento. Certa vez, uma delas, cujos sócios eram bastante distintos em formação, um deles foi convidado para fazer parte da equipe do banco central.

O outro que era operador a moda antiga, pensou “ agora vou dar aquela porrada! ”. Esperou 90 dias e ligou para seu ex-sócio. “Tudo bem irrrmão? ” Do outro lado da linha, ouviu sobre os meios de pagamentos, base monetária, endividamento público e etc ... depois de ouvir pacientemente perguntou: “ Com tudo isso, é para comprar ou para vender? ”

Voltando em meu passeio, o jovem filho me pergunta: “ Com que tamanho de queda você compraria a bolsa? “ Era essa a real intenção e não saber sobre PMI, curva de juros e etc ...

Disse que não estava trabalhando com a queda da bolsa ainda, e que meus modelos técnicos ainda apontavam para uma alta no SP500. Disse que comento com frequência no Mosca esses mercados, e sugeri, que caso tivesse interesse, para que acompanhe. Acabei esquecendo de dizer que minha opinião não vale mais que 24 horas, como sempre repeto ao fazer um prognostico.

Hoje pela manhã, ao pensar sobre esse momento, fiquei com uma dúvida: estava ele querendo saber sobre o SP500 ou o Ibovespa? Acabo respondendo por aqui, vale a mesma observação do SP500, acompanhe o Mosca.

A preocupação sobre recessão ocupa os noticiários internacionais, o gráfico a seguir dá uma amostra da quantidade de vezes que essa palavra foi acessada na rede. A maior dos últimos 5 anos.


Outro indicador demonstrado pelos investidores pode ser capturado pelo volume de recursos alocados em fundos de curto prazo. Como a ilustração a seguir aponta, os montantes se aproximam do pico obtido em 2009, auge da recessão. Será que a memória está fazendo os investidores se anteciparem mais que os dados apontam?


Na Europa se algo não for feito provavelmente o Continente estará em recessão brevemente. Hoje é notório que a discussão comercial entre a China e os EUA repercutiu de forma expressiva sobre a indústria alemã.

Wolfgang Schäuble, o homem que persistentemente manteve sua imagem como comissário de austeridade é repentinamente um defensor do crescimento.

Após três anos de política de crise, foi uma impressão partilhada por muito poucas pessoas em países como Portugal, Espanha e Grécia. Eles são mais propensos a associar Schäuble e sua chefe, a chanceler Angela Merkel, com mandatos de austeridade dando início a dificuldades, privações e desemprego.

Mas uma nova maneira de pensar se consolidou recentemente na capital alemã. À luz dos novos números recorde de desemprego entre os jovens, até mesmo os alemães intransigentes agora percebem que é preciso agir. "Se não agirmos agora, corremos o risco de perder uma geração inteira no sul da Europa", dizem pessoas próximas a Schäuble.

Hoje pela manhã haviam comentários que o governo alemão estaria disposto a aumentar seus gastos públicos em 50 bilhões, dando um certo alivio aos mercados. O que não faz muito sentido é a magnitude desse pacote, para uma economia cujo tamanho é da ordem de 4,0 trilhões, esse suporte não deve nem fazer cócegas. A interpretação do mercado é mais pela direção do que pelo tamanho, pois como descrito acima, os governantes alemães eram contra qualquer estimulo.

No post substituição-de-um-porto-seguro, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “Para quem segue a Teoria de Elliot Wave (o que é meu caso), na estrutura dessa última alta, é visível uma formação de 5 ondas. Sendo assim, ao terminar esse primeiro movimento se deve esperar uma retração entre R$ 3,90 / R$ 3,87 para em seguida começar uma nova alta” ... ... “O que poderia fazer não ser esse o caso? Uma queda imediata das cotações, cuja confirmação viria com a penetração do nível de R$ 3,80” ....

Na semana passada, depois de ameaçar uma queda, as cotações voltaram a subir hoje colocando a opção que tracei anteriormente, de alta do dólar, como vigente. Sendo assim, estou abandonado a possibilidade de queda do dólar e vou trabalhar daqui em diante com alta, estabelecendo o primeiro objetivo em R$ 4,45 e caso seja ultrapassado R$ 4,85.


- David, eu acompanho as outras casas de investimento e ninguém está com essa visão de alta do dólar!
Queria lembrar meu amigo que nas previsões para 2019 o título já dizia tudo real-refém-do-exterior, lá eu já previa que o dólar deveria subir depois de um período de correção: ... “Conforme se pode verificar a seguir, o dólar estaria na eminência de uma queda que levaria as cotações ao redor de R$ 3,60/ R$ 3,55, para em seguida reverter. A partir daí, voltaria a subir para ultrapassar a máxima de R$ 4,24” ...

Portanto, você que é um leitor assíduo do Mosca não deveria ficar surpreso. O dólar ficou seis meses em correção e agora chegou o momento da alta. Vamos entrar com trades nesse sentido.

Vou aguardar uma pequena correção que deve acontecer dentro em breve, que levaria as cotações, calculadas de hoje, entre R$ 3,94/3,90. Aguardem os próximos dias.

O SP500 fechou a 2.923, com alta de 1,21%; o USDBRL a R$ 4,0705, com alta de 1,63%; o EURUSD a 1,1079, sem variação; e o ouro a U$ 1.495, com queda de 1,18%.

Fique ligado!

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